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sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Gangsta's Paradise da vida real


Vou te apresentar um Kit Salve Da Quebrada
Um jacarezinho pra amarrar a mãozinha dela
Um taco de beisebol pra quebrar o braço dela
Dez metros de fio pra zebrar as costas dela
Uma maquininha pra raspar o cabelo dela

MC Bob Mano Dylan, 2025

O filme Mentes Perigosas fez bastante sucesso quando eu era adolescente. LouAnne Johnson (Michelle "diliça" Pfeiffer) é uma oficial naval que tem a brilhante ideia de largar a Marinha para lecionar inglês em uma escola pública fodida na Califórnia — o Estado com mais putas e bandidos por metro quadrado dos USA, creio. Ao se deparar com uma turma de adolescentes desgraçados, violentos e filhos da puta, ela percebe que os métodos tradicionais não funcionam. Ora, quem diria, né? Determinada a fazer a diferença, LouAnne (muié "inspiradora" ainda viva, sobre quem o filme se baseou) adota estratégias pouco convencionais para conquistar a confiança dos alunos, inspirando-os com músicas de Bob Dylan, amor e compreensão. Claro, ela mantém a dureza, mas sem perder a ternura. E não é que, dizem, deu certo? Alguns dos meliantes se aprumaram na vida. Coisas de cinema, claro. E tudo embalado pelo rap mais famoso da história: Gangsta's Paradise.

Gangsta's Paradise foi composta (sobre Pastime Paradise do genial Stevie Wonder) para o filme e conta com a própria Michelle Pfeiffer no clipe oficial. Fala do desperdício de vida com o crime. De pessoas que se iluminaram etc. Tem tudo a ver com a película e, creio, é uma das canções que melhor casou com uma produção cinematográfica. Mas... é só uma música. Os coringas e as arlequinas das quebradas não têm salvação a não ser matando-se. Gente imunda, ruim, que ostenta em redes sociais com fuzis, maços de dinheiro e pó, muito pó. Zé Maloqueiro e suas Marias Putianes não querem saber de Bob Dylan nem tampouco pensam em mudar de vida. É aquela vida que querem, até a morte. E, francamente, nesta imundície onde vivemos, não é uma escolha irracional ofertar-se ao crime. A outra opção é subemprego para alimentar o sistema de corrupção, onde apenas políticos, burocratas e empresários amigos do Poder enriquecem. Então é isso: não os julgo, mas não sou obrigado a gostar deles nem a achar óbvio que tenham mortes trágicas. É melhor bandido se trucidando, em brigas entre facções, do que matando trabalhador já ferrado na vida. Um dia, creio, todos os bandidos faccionados do Brasil unir-se-ão e mandarão de vez nesta latrina. Mas isso é outra história para abordar noutra postagem.

Então vamos lá...

Vi no “X” - antigo Twitter - um vídeo curto com o cadáver de Eweline Passos Rodrigues, vulgo Diaba Loira, aos 28 anos de idade, totalmente destroçado. Aparentemente, houve tortura antes da morte. A morte rápida é uma recompensa; tortura é punição. Em O Último dos Moicanos, Daniel Day-Lewis corre contra o tempo para atirar na cabeça do major Ducan antes que o fogo comece a devorá-lo dos pés à cabeça (se bem que, neste caso, o cidadão falece primeiro por sufocamento, devido à fumaça). Em Família Soprano, Tony precisa entregar seu primo, interpretado por Steve Buscemi, à família rival; mas querem o malandro vivo. Tony o entrega, mas não sem antes lhe estourar a cabeça com uma escopeta. O problema nunca foi a morte, mas a morte lenta. E, francamente, não tenho pena das “diabas e diabos loiros” que são torturados por aí, na vida do crime. Felizmente, não os conheço, nem penso neles. Só vejo o resultado da existência dessas pessoas em nosso mundo: podridão. “Do cocô vieste, ao cocô retornarás” — está na Bíblia.


Diaba Loira delirou com o crime e morreu por ele. O fascínio pelo crime não é recente. Acho que sempre esteve incrustado na sociedade. Bandidos tornaram-se celebridades tanto lá fora quanto em nosso país amaldiçoado. Mulheres que molham a calcinha por marginais e homens que se fodem por vagabundas. Aliás, esses dias vi como Suzane von Richthofen está bem, vivendo uma bela história de amor com um médico (profissão de bom status social), enquanto seu irmão Andreas sobrevive com a cabeça em frangalhos. Igor Eduardo Pereira Cabral, que deu 60 (sessenta) socos na cara da namorada, estaria recebendo quase dois mil e-mails de moçoilas querendo lhe dar xota no xilindró. A coisa é por aí... A maioria dos homens e mulheres tem inclinação para a safadeza - especialmente para o crime, acaso tenha a garantia de ganhos e vislumbre pouca chance de punição.

É isso. Que todos os diabos e diabas do crime virem carne moída ainda na flor da idade. Amém.

Abraços "é nóix, parça" e até a próxima.


Arlequinas antes de tomarem um "kit salve da quebrada".


Pastime Paradise, Stevie Wonder, Songs in the Key of Life, 1976



terça-feira, 5 de agosto de 2025

Taffman-EX

Quando eu era guri, meu pai estacionava em frente de nossa casa, buzinava e saíamos para um passeio — quase sempre aos sábados, pela tarde. Ele, em regra, nos levava à banca de gibis do terminal rodoviário, a maior da cidade, onde comprávamos quadrinhos variados (meu irmão escolhia os de heróis; eu, os da Mônica, Recruta Zero produzido nos estúdios da Globo, Turma do Arrepio etc., com raras edições da Disney). Também podíamos pegar um salgadinho Elma Chips e alguma bebida. Nesse ponto, minha mão ia direto para um frasco de Taffman-EX, o hidromel da criançada.

Meu pai não podia entrar na casa que ele mesmo comprou com o suor do rosto, porque havia sido esfaqueado por minha mãe e, desde então, não falava mais com ela — uma senhora narcisista e borderline que nos apresentou o Quinto dos Infernos desde que nascemos. No máximo, ele se sentava na calçada e jogava alguma conversa fora. Ainda hoje está vivo, com 82 anos e bastante saudável — exceto pela perna direita, que nunca mais foi a mesma desde que a fraturou em um tombo. Trata-se de um homem admirável, que passou fome na infância, dormiu nas ruas e, já jovem adulto, edificou o que chamam de império. Mas o decurso do tempo e as circunstâncias acabaram por nos transformar, com o passar dos anos, em quase dois estranhos.

O Taffman-EX é uma bebida dita funcional — seja lá o que isso signifique — criada no Japão pela Taisho Pharmaceutical, com o objetivo de aumentar a energia e o bem-estar. Contém ingredientes como ginseng, cafeína e vitaminas do complexo B. Chegou ao Brasil por meio da Yakult, do mesmo grupo empresarial. Seria uma alternativa leve aos energéticos tradicionais, numa época em que ninguém ligava para energéticos e eu só via Red Bull em comerciais da TV - Red Bull te dá asas... Ganhou público entre a molecada que fazia das tripas coração para comprar um reles vidrinho daquele néctar azedinho que descia tão gostoso e era degustado molhando a língua aos pouquinhos.

Fazia meses que eu não comprava Taffman-EX. Não chegou a completar um ano, mas passou perto disso. E, para minha surpresa, a Yakult mudou a embalagem de vidro para plástico. Ficou estranho, parecendo bem menor (algo que já era pequeno, com seus míseros 110 ml), e o rótulo parece deslocado e enrugado. Foi ao pegar aquele frasco empobrecido, sem o charme do vidro — material destinado a uma “bebida de verdade, nobre” — que percebi como elementos da minha infância realmente se tornaram pó. Pelo menos, o sabor continua o mesmo.

Mas a passagem do tempo também nos traz bons frutos. A Yakult nos maltratava bastante, com seu mini frasco caríssimo de leite fermentado com lactobacilos vivos. No Orkut, quando eu já era adulto, havia até uma comunidade pedindo por Yakult de dois litros. E isso nunca surgiu. No entanto, hoje, temos várias marcas com litrões de leite fermentado de boa qualidade, como a Betânia e a Flamboyant. Chupa, Taisho Pharmaceutical! Agora é só esperar o plágio do Taffman-EX em galões de cinco litros e, finalmente, podermos dormir de alma lavada.

Abraços vitaminados e até a próxima.


quinta-feira, 17 de julho de 2025

Necrófilos

Blogueiro velho desperdiçando tempo. Imagens geradas por I.A.

Vi uma postagem interessante no blog do Fabiano sobre ter ou não domínio próprio. O post surgiu a partir da indagação do Marreta sobre se pagar por um domínio próprio valeria a pena. Deixei lá minha resposta, defendendo que sim, é um investimento que vale a pena, diante do valor exíguo cobrado — dependendo do plano (anual, plurianual etc.).

Quando falo em investimento, não é necessariamente esperando retorno financeiro, mas sim investindo em algo que você gosta de fazer: manter um blogue. No entanto, pode, sim, haver retorno financeiro, caso você opte por monetizar. Fiz o teste de monetização por duas vezes, sendo uma pelo próprio Google AdSense — e não gostei. Muita poluição visual para um retorno pífio. Então, desisti. Mas o blogue continua aprovado para esse fim (monetização), caso eu mude de ideia.

Sobre isso, estou tentando ver se consigo algo via YouTube, pois parece mais viável. Consegui monetizar o canal há pouco tempo e, aos poucos, vai pingando uns centavos. Se o canal sobreviver, poderei sacar uns trocados esporadicamente, a cada US$ 100,00 acumulados. Veremos... Talvez, em breve, até mesmo o Google vaze do Bostil, diante de tanta insegurança jurídica e até mesmo diante da alma podre do bostileiro. Esta várzea faliu, mas poucos perceberam.

De qualquer forma, tanto este blog quanto o vlog já me rendem uma grana. Explico: sem eles, acho que eu teria adoecido mentalmente em vários momentos. Blogar e vlogar são terapias para mim. Logo, talvez eu esteja evitando gastos com psicólogos (nos quais não confio), psiquiatras e medicações caríssimas.

A internet é tão saudável para mim quanto ler, jogar videogame ou ver um bom filme. E, no caso deste site, tenho um carinho enorme por ele. Então, vale sim o “investimento” em domínio próprio, por esse apreço que possuo. Para quem não sabe, aliás, esta é sua segunda versão. A primeira foi removida pelo Blogger. Eu tinha backup das postagens, mas perdi, com isso, todo o histórico de mais de um milhão de acessos acumulados — o que certamente influencia na indicação do site pelos buscadores. Mas estamos aí novamente, engatinhando.

Voltando à postagem do Fabiano: o Marreta nos chamou de necrófilos. Achei bacana a definição. Parece mesmo que quem mantém e consome blogues são necrófilos de uma mídia já não apenas putrefata, mas cujos restos mortais foram cremados e espalhados no ar binário ou no mundo quântico. Pensei até em trocar o nome do meu espaço para “Blog do Necrófilo”, mas aí parariam aqui uma penca de tarados em busca de imagens de defuntas gostosas.

Por que blogamos? Porque gostamos. Porque preenche um vazio específico em nós — algo que precisa ser exprimido — talvez para recordarmos os velhos tempos da internet discada, seus fóruns, Orkut, IRC etc., e, mais especificamente, o HpG — plataforma brazuca de criação de páginas pessoais gratuitas, popular nos anos 2000 e tralalá. Precisávamos montar a página por meio de FTP (File Transfer Protocol). O meu site, naquela época de acesso discado, chamava-se Miscelândia — neologismo com “miscelânea” e “lândia” (land, terra, lugar). Durou pouco mais de um ano, acho.

Então veio a tecnologia Blogger, e a achei excelente: prática e com bons resultados nas ferramentas de busca.

Blogo porque o instante existe / e a minha vida está incompleta. / Não sou alegre nem sou triste: / sou pateta.

É isso.

Curiosamente, pedi à Skynet que definisse o Blog do Neófito, e a resposta foi a seguinte:

O Blog do Neófito é um espaço pessoal dedicado à cultura pop com um toque de erudição. Lá, o autor compartilha reflexões sobre artes, cinema, literatura, quadrinhos, música, séries e outros assuntos variados — sempre com uma pitada de análise ponderada ou ‘verniz de erudição’.

Principais características:

  • Temas diversos: de resenhas de filmes e séries, passando por críticas de HQs e séries literárias, até reflexões sobre músicas, arte e cultura em geral.

  • Abordagem reflexiva: um olhar pessoal e crítico, muitas vezes carregado de digressões e opiniões sólidas, como mostrado nas postagens sobre quadrinhos ou música.

  • Formato misto: textos com profundidade, com publicações regulares que misturam análise, narração de experiências e sugestões culturais em diversos formatos — escritos ou com vídeos/vlogs.

É mais ou menos isso. Nem eu saberia defini-lo. Na verdade, é meu antigo Miscelândia do HpG, apenas numa plataforma diferente. Não dou mais a atenção devida a este espaço, deveras. Mas, mediante o canal no YouTube, consigo trazer gente para cá, mesmo que seja apenas para uma bisbilhotagem marota.

Além disso, falar merda no iutúbi está me servindo mais, emocionalmente, do que escrever. Pode ser apenas uma fase, acho. O tempo dirá.

É isso. Só groselhar um pouco aqui.

Abraços necrófilos a todos — e até a próxima.

quinta-feira, 11 de julho de 2024

O coração amargo de Stephan Crane

Imagens geradas por inteligência artificial

No deserto,
vi uma criatura nua, brutal,
que de cócoras na terra
tinha o seu próprio coração
nas mãos, e o comia…
Disse-lhe: “É bom, amigo?”
“É amargo – respondeu -,
amargo, mas gosto
porque é amargo
e porque é o meu coração.”

Eu desconhecia o poema acima e seu autor, até encontrá-lo na primeira página do miolo da revista Calafrio n.º 01, lançada em 1981. Foi um gibi sempre presente em minha infância, pois era um dos títulos esporadicamente adquiridos pelo meu irmão, depois, li e reli todos os números em scans. Atualmente, o selo Ink&Blood Comics publica o título, mas ainda não tive nenhum exemplar em mãos para avaliar. Enfim: lá no início da Calafrio encontra-se este poema obscuro. Pelo que pesquisei, seu advento à luz em língua portuguesa se deve, massivamente, ao livro As Magias (1987) do lusitano Herberto Helder. Mas é curioso como, seis anos antes, o editor e quadrinista Rodolfo Zalla já epigrafava seu novo título de terror com esses versos tão significativos.

Há alguns anos esse poema me serve para reflexão em momentos sombrios, quando estou preenchido por sentimentos malignos poderosos e sou assediado por entidades obsessoras que, em algum momento de deslize, podem se apoderar integralmente de mim. A criatura nua e brutal pode ser qualquer um de nós, em episódios de tristeza, amargura ou desespero. E o tempo me ensinou que a melhor forma de bater de frente com a amargura é saboreando-a até amaciar o paladar. É como ter contato com micróbios na infância para fortalecer o sistema imunológico ou praticar mitridização, ingerindo doses quase homeopáticas de substâncias letais. Essencialmente: o que não mata, fortalece.

Certamente, alguns creem que devemos buscar a luz para afastar as sombras. E também acredito nisso. Só que nem sempre as luzes são atingíveis. Há problemas para os quais não existem resoluções; e resiliência (palavrinha tão na moda) é a solução, nem que seja abraçando - ou até mesmo degustando - a amargura. Não importa o caminho, desde que você consiga sobreviver em relativa paz. Aliás, nas histórias dos Santos (homens que atingiram níveis mais elevados de existência) nunca houve caminhos de pétalas de rosas, ladrilhos dourados e luz do sol amena: mas muito percalço e sofrimento ao ponto da dor tornar-se lugar-comum. É como tatuar o corpo: só dói nas primeiras vezes. Não há como não recordar o primeiro verso do soneto de Pena Filho: "O quanto perco em luz conquisto em sombra".

Abraços amargurados e até a próxima.


domingo, 19 de maio de 2024

Uma tarde à toa no X, antigo Twitter

Geral
Financiando a cultura indígena
Mundo LGTV
Bye, bye, Europa
Grande mídia e fake news
Cultos e eruditos
Olavo de Carvalho e suas previsões astrológicas
E por último o Chico Bento que o MSP quer esquecer

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Confisco de investimentos financeiros

Afinal, você vai acreditar em mim ou nos seus próprios olhos?

Frase atribuída a Groucho Marx

Em postagem anterior, comentei sobre minha descrença no mercado financeiro nacional. Sim, sou um bostileiro médio gastador que não aporta como deveria. Mas ao menos vivo bem. Até me orgulhei de falar isso anteriormente. Realmente, apenas me sobraria bufunfa para aportar em renda fixa e variável se eu limitasse meu padrão de vida, o que não quero fazer. Mas eu errei. Acreditem nos faria fimers: tudo dará certo, sem risco, pois temos segurança jurídica neste setor.

Sobre o tema investimentos, a pedra foi cantada claramente por nosso Supremo Tribunal Federal, por meio de um dos Ministros. Claro, ele falou de forma hipotética e como paradigma no julgamento de uma ação sobre correção de valores dos depósitos no FGTS. Ou seja, o STF passou a fita: nunca poderia haver confisco de bens e renda em nosso País. Por isso, destaco que meu post anterior não tem fundamento algum a não ser as vozes em minha cabeça.

Veja bem: foi apenas uma fala jocosa do nobre Supremo (de acordo com Gilmar Mendes, os caras dali seriam "Supremos") para mencionar a justiça da correção de valores fundiários assim como os "ricos" possuem ganhos gordinhos com seus aportes financeiros. No meio da coisa toda, ele também falou sobre "empatia", "pobres" etc. Ah, Barroso... Grande Ministro Supremo. Poucos recordam que ele foi o advogado de Cesare Battisti, acusado de terrorismo na Itália. O cara apenas aprontou umas brincadeirinhas pesadas por lá, onde alguns intrometidos morreram, mas nada tão grave! Como alguém do grupo  Proletários Armados pelo Comunismo poderia ser má pessoa? Então: o Barroso, nomeado pela ex-guerrilheira Dilma Rousseff, conhecido por seus trabalhos sobre ativismo judicial, nada tem a ver com pensamento comunista. A fala do vídeo foi apenas um "comparativo". É bom deixar isso bem claro, porque o vídeo abaixo está no próprio canal do STF como forma de alertar o culto e inteligentíssimo povo brasileiro que ele não quis dizer o que pareceu querer dizer. Entenderam? A frase teve "contexto"...

É isso. Como diz o Canceroso em Arquivo X: a verdade está lá fora, fatalmente exposta. Noutras palavras: a verdade está com William Bonner, não comigo. Então não procurem verdades aqui. Este é um blogue estilo "Sensacionalista", onde só posto zoeiras.

Abraços supremos e até a próxima.

sábado, 11 de maio de 2024

Crise demográfica, queda de natalidade, colapso etc

Parabéns a Erika Hilton (PSOL): reduziu o sexo feminino a "pessoa que gesta", ganhou no grito e botou todo um Parlamento de frouxos no bolso. É assim que se conduz, realmente, a vida pública: com força, imposição e truculência. Quem acredita em "debates" e democracia liberal é apenas isentão e neoconservador cagão.

A crise demográfica é agora. Infernizaram tanto a vida de homens medianos que eles não procriaram e, agora, não haverá aposentadoria mais para ninguém. Acho que o Estado exterminará sistematicamente idosos solitários e portadores de doenças crônicas. Será esta a única saída de uma Entidade sádica e totalitária para tentar manter a situação razoavelmente sob controle no futuro próximo.

O ocidente se tornou um hospício a céu aberto e quem o criticou foi penalizado pelo establishment: até mesmo com prisão. Aí de quem ousou criticar o excesso de legislação racista, sexista, transfeminista, seja como for. Agora, tanto faz. Os próximos anos serão de miséria; ou de riqueza. Uma transriqueza: pobreza que se dirá nobre, no melhor da novilíngua.

Recordo quando começaram a chamar travestis de transexuais e, logo após, de mulheres trans. O passo seguinte foi passarmos a chamar mulher trans apenas de mulher e, depois, reduzirmos a figura feminina a "pessoas que gestam", como vociferou Erika Hilton recentemente em audiência no Congresso (vídeo acima). Agora não dá para voltar atrás: não há mais diferenças jurídicas, percebo, entre homens e mulheres, desde que se autodeclarem do mesmo sexo. E, para mim, tanto faz. Nos esportes, por exemplo, tornou-se o novo normal ver ex-marmanjo - agora, mulher que não gesta - descendo a porrada em colheres biológicas e, francamente, foram estas que pediram por isso. Quem mais vota em pauta progressista que incha o Estado é justamente o mulheril: porque, de imediato, também as beneficia, com normas especiais para si, como, por exemplo, tipificação de crimes vagos, facilitadores do oportunismo (e.g.: violência psicológica).

A conta do "X" abaixo, pertence a um português, creio. Gosto de acompanhar a situação da Europa por postagens pessoais de portugueses e espanhóis. É impressionante como parece não haver lugar aonde fugir, pois "nova ordem" não é também "mundial" à toa. A situação portuguesa com imigração e crise no sistema assistencial é alarmante. Mas voltando: na cena, uma mulher que não gesta conseguiu se tornar mãe de um saudável bebê (Deus zele pela alma desse inocente) e, para isso, o hospital precisou simular o parto. A mamãe recebeu o rebento, recém saído de seu útero psicológico, da enfermeira, para a primeira amamentação. É uma cena tão fofa que nosso coraçãozinho lateja e quase sai pelo cu.

Por fim, os parabéns não vão apenas para Erika Hilton, mas a todos os envolvidos que sempre acharam normal espetáculos como o do vídeo abaixo, a quem aplaudiu reforços à Lei Maria da Penha, cotas sexistas e racistas e políticas afirmativas, classificação da "mulher biológica" como "pessoa que gesta" e tantas outras asneiras que, em tempos austeros, nada importarão, quando a única preocupação diária será procurar comida.

Transabraços e até a próxima.

 


segunda-feira, 6 de maio de 2024

Enigmas de minha infância: Nossa Turma e Cavalo de Fogo


Fã-arte por Rubio, em ArtStation

"E vi um cavalo mágico chamado Cavalo de Fogo"

"Levante-se com a nossa turma
Vamos, suas aventuras não tem fim" 

Cavalo de Fogo é um enigma sem resolução aparente que, mesmo nesta condição, ratifica como nossa infância foi mágica com tão pouco. Explico: o desenho foi exibido à exaustão, durante anos a fio, no SBT, e não perdíamos um episódio. A jovem heroína Sara – olhaí a representatividade feminina sem forçação de barra – montava seu corcel encantado e, assim, partia do rancho terreno onde vivia com seu pai e, após um grande salto no portal aéreo, chegava ao reino de Dar-Shan, onde enfrentava, todas as vezes, as malfadadas trapaças dos diabretes leais à sua própria tia: a maquiavélica Diabolyn, uma espécie Perpétua Esteves (a tia de Tieta) do universo colorido.

Mas qual o mistério desse desenho oitentista? É que ele teve apenas 13 (treze) episódios. Ficamos anos e anos revendo os mesmos episódios sem nos entediarmos. Outro grande exemplo é o magnífico Nossa Turma, onde animais antropomórficos do Bem reúnem-se num vagão de trem (o clubinho) e enfrentam as idiotices da dupla de jovens rebeldes Catchum e Leni. Para mim, o desenho seria infinito. Mas a internet me disse, eras após, que foram apenas 13 episódios (divididos em dois segmentos, o que daria o dobro de histórias, por assim dizer).

Pensei nisso porque minha filha começou a se interessar pelo animé One Piece e cogitei lhe dar uma força, assistindo junto. Mas então vi que há mais de 1000 (mil) episódios e, na minha idade, é inviável acompanhar algo assim. Também pensei como crianças e adolescentes processarão tanta informação despejada de maneira tão veloz de forma incessante. Não dá para processar! Víamos e revíamos as mesmas coisas repetidas vezes. Como o acesso a gibis era restrito, por exemplo, relíamos os mesmos diversas vezes, até virarem pó. E fazíamos o mesmo com os poucos filmes e séries (animadas ou não) ofertados na TV aberta. Daí nossa memória tão forte com aqueles produtos culturais. Esses dias percebi que não adianta eu ver filmes e séries em serviços de streaming, porque após uns dias não lembro quase mais nada, apenas de fragmentos. É tudo muito “tanto faz”. A limitação no consumo de informação é imprescindível! Aliás, este é um dos motivos porque estou revendo filmes e relendo livros e gibis, evitando coisas novas.

Em tempo: a abertura de Nossa Turma nunca teve versão em português, nos fazendo cantar “guerealonguem” todos os dias. E Cavalo de Fogo teve uma versão marcante, na voz da falecida dubladora Maria da Penha Esteves, que também dublava o cavalinho Brutus no desenho (v. Wikipédia).

Vou ficando por aqui. Abraços guerealonguens e até a próxima.


Abertura brasileira de Cavalo de Fogo


Abertura original de Cavalo de Fogo


Abertura original de Nossa Turma

terça-feira, 23 de abril de 2024

Gossip Old Man - O Coroa do Blog

Não acesso muito Instagram e o deixo totalmente no silencioso. Aliás, tudo em meu telefone é no silencioso há anos e anos. Mas no caso do Instagram não recebo nem notificação. Então o vejo esporadicamente, quase uma vez por dia. Foi curioso que, ali, cheguei a receber mensagens de pessoas desconhecidas, adicionadas porque me adicionaram. Quando passei mais tempo sem postar nada, fui perguntado por esses estranhos se abandonaria o blogue etc. "Meu Deus, quem são essas pessoas que nunca comentaram no site?". Internet ainda me é algo curioso. E essas interações me fizeram pensar a respeito de algumas coisas.

Foi bom ter nascido numa época analógica, com limitações no acesso à informação e, hoje, na maturidade, ter acesso à internet em alta velocidade. É que, assim, cresci numa infância saudável, sem bitolação de redes sociais, com bastante tempo livre para estar nas ruas brincando; e, na adolescência, jogando conversa fora com os amigos. As diversões eletrônicas, aliás, eram caras e limitadas. Então só restava bestar, fica à toa, esperar algum filme exibido "pela primeira vez na televisão" na Tela Quente, lendo gibis e livros diversos escolhidos sem critério algum: o que caía às mãos. E, na maturidade, tivemos acesso à estrada do futuro. Pude criar, assim, uma história com a internet, desde os primeiros acessos em modem de 56 kbps até o advento da banda larga.

Minha história com a internet e como a utilizei para interação pode ser conferida na apresentação do blogue. Ali, percebemos como tão rapidamente plataformas surgiram e sumiram, quase do dia para a noite. E creio que um dia será vez do Blogger. Algum dia, seremos apenas avisados que dentro de um mês esta tecnologia encerrará. Isso me faz pensar que os estranhos que me perguntam sobre este espaço estão querendo apenas saber se eu não cansei desta merda e que a internet seria mais limpa sem o empreendimento Neófito Publicações Recreativas Corporation - ou apenas "N.P.R.C.".

Ainda acho espantoso que um site pessoal vingue em tempos de consumo de informação por vídeos, em lugares como YouTube, TikTok e Instagram. Algumas pessoas teimam em ler blogues e, aqui, consigo uma média de cinco mil acessos ao mês, às vezes um pouco mais; noutras, menos. Na era de ouro deste chiqueiro, a média era de 2000 views ao dia. Consegui até mesmo ser monetizado pelo próprio Google AdSense, o que achei estranho, pois havia me rejeitado antes e depois de muito tempo me enviou e-mail para habilitar. Ainda tentei monetizar tanto pelo próprio Google quanto por outro serviço. Mas as propagandas poluíam tudo a tal ponto de me dar agonia. Como blogues pagam uma merreca, resolvi excluir os anúncios definitivamente.

Naturalmente, tentei ir para o YouTube, fazendo backup no Rumble. Mesmo esta empresa tendo vazado daqui devido à censura, os vídeos continuavam sendo upados lá, podendo ser acessados por aplicativos de celular (não entendo o porquê); ou, se via Windows, com VPN. Mas esta semana solicitei o encerramento da conta e, logo, de todos os vídeos ali guardados. Me pediram 30 dias para efetivar a solicitação. Fiz isso por não desejar guardar meu conteúdo. Se algum dia o YouTube me banir, tanto faz. Que desapareçam com tudo ali postado. E tomei a mesma resolução com este blogue. Procurarei mantê-lo vivo, mas não farei mais backup de nada. Salvei apenas resenhas de livros por me servirem como fichários. O resto não importa. Se tudo acabar enquanto eu estiver vivo, que seja.

Abraços blogueiros e até a próxima.


Dados colhidos recentemente 👆


quinta-feira, 11 de abril de 2024

Diálogos cabulosos


Eu vou dar minha buceta bem devagarinho
Mas o que eu quero mesmo é piroca no cuzinho

- MC Cecilinha Meireles, em Serenata da Cremosa

Mete com força e com talento
Estou ofegante e você percebendo
Bate e maltrata essa puta safada
Quero jatada de leite na cara

- MC Manuel Bandeirola, em Bonde da Estrela da Manhã

O inelegível Bolso, ingênuo, teve quatro anos para tocar o terror na extremíssima esquerda radical. Mas preferiu jogar "dentro das quatro linhas da Constituição" e hoje em dia vende perfume com Viagra enquanto pernoita chorando em embaixadas, mendigando pix dos patriotários.

Bozo não dilapidou o Erário comprando apoio político e mesmo durante a pandemia fechou as contas no azul. Claramente, um mané. Para alguém que estava na política durante décadas, bobalhão até demais. Oposição a gente destrói: cassa mandatos e reputações, põe no xilindró, prega o terror. Depois é só contar a história de seu jeito e pelos canais certos. Vozes dissonantes, você silencia. O Xandão está aí para isso: calar a boca de quem discordar. O que vale é a narrativa e o Senado tem o rabo preso, mantendo-se pianinho. Obviamente, Xândi foi escolhido por seus pares para essa função. Seus pares "Supremos" - lembrando do Gilmar Mendes, que já afirmou "Nós somos Supremos, ora" e "Estamos irmanados com o Xandão". É isso aí. E são mesmo Supremos, nesta republiqueta de frouxos, onde CACs com poder de fogo superior a todas as polícias enfiam os canos das armas nos próprios cus, enquanto aguardam o fechamento dos clubinhos de pipoco.

Chamar Lula - ou qualquer um dos seus - de ladrão, agora, dá cadeia. Sempre valeu xingar político no Bananil; mesmo com um pirocão no rabo, o brasileiro podia ao menos xingar. Mas esta fase acabou. O "novo normal" é ficar pianinho. O Procurador-Geral da República, nomeado pelo marido da Janje, fichou o Deputado mais votado do Bostil por esse motivo - Nikolas Ferreira, chamado de "chupetinha" pela turma do amor, ousou xingar o Presidente do Bostil. E o Ministro Fux, um dos Supremos, nomeado por Dilma Estoca-Vento, autorizou a abertura do inquérito. Acho que "Nicole" será jogado no xilindró, junto com os "patriotas". Vai tricotar com as velhinhas condenadas a dezessete anos de cana. Precisará de muita chupetinha no presídio em troca de cigarros - acaso fume, claro.

Falando ainda em ladrão, Lule teve 80,59% dos votos entre detentos. Eu pensei que ele vetaria o desejo popular contra as saidinhas porque teria uma dívida com seu eleitorado encarcerado. Mas não. Ele vetou por motivos nobres: "o princípio da dignidade da pessoa humana" e "proteção à família". Sim, foram esses os nobres motivos, conforme Lewandowski - atual Ministro da Justiça e Supremo-Aposentado, amigo de Lule - anunciou.

Enquanto o rola-bosta brazuca discute por aí como Elon Musk - ou Herlôn Músgue, na linguagem do populacho - ousou sugerir que vivemos numa ditadura, achando que painho Lule vai mandar prendê-lo, o Governo Fodegeral (e espero que foda mais e sem KY) cortou mais de 4 bilhões, no orçamento, em áreas como saúde, educação e tecnologia, pois não poderia cortar de viagens, mimos diversos como móveis novos, ministérios e cargos inúteis.

Lula e seus asseclas são os governantes que este chiqueiro merece. Se eu soubesse que eles retornariam para arregaçar tanto - e em tão pouco tempo - a espelunca auriverde, Molusco teria meu voto! É assim que se gerencia o monturo: com narrativas e perseguição aos oponentes; e com as ruas entulhadas de marginais (profissionais, fardados etc.), com som alto nas calçadas tocando pancadão e motocicletas dando grau com escapamento frouxo.

Abraços supremos e até a próxima.


sexta-feira, 5 de abril de 2024

Nando Moura, Kim Kataguiri e outros malandros

Não sei como as pessoas mentem descaradamente nos dias de hoje, sendo que a internet não perdoa. É muito raro alguém conseguir excluir conteúdo on line. É como barata: se prolifera. Esses dias tivemos um dos babões do Molusco afirmando que nunca, jamais, prometeu passagens aéreas por R$ 200,00, pois isso é impossível. A culpa da balela seria das redes sociais que inventaram tudo (fake news) - e, assim, ainda justifica a sanha desses ditadores petistas em controlar redes sociais. É claro que passagem por duzentos contos é impossível. Talvez uma cotinha mínima, e mesmo assim com número limitadíssimo de assentos e após mil e um cadastros e análise logística. Mas enfim... O sujeito apenas achou que poderia mentir sobre o que disse; assim, na cara limpa, e ninguém recuperaria sua declaração anterior para confrontá-lo.

Por que essas pessoas atuam assim? Burrice ou apenas má fé, pura canalhice? Acho que burros não são. Se fossem, não estariam onde estão: nadando em grana farta. Apenas tiram sarro com o brasileiro médio e seu Q.I. oficialmente de chimpanzé. É o novo normal mentir, ser pego na mentira e fingir que nada ocorreu. Além do ministro de Portos e Aeroportos - Silvio Costa Filho, O Mentiroso - destaco dois outros grandes malandros que, assim, conseguem juntar uma trupe de gados para bancarem suas vidas nababescas: o casal em eterna lula de mel Kim KataPiroka e Dando Boura. O primeiro era machinho todo para esculhambar o Bozo; pois este, além de frouxo, optou por uma política de não perseguição a oponentes (o que foi um grande erro, pois inimigo bom é inimigo abatido!). Na hora de xingar o Lule, cagou-se todo. Já a esposa do Kim, o Dando, passou anos e anos exigindo um Presidente da República que fechasse o Congresso e o tribunal xandonístico, mas hoje acusa o Bozo de golpista, fala em sua "minuta de golpe" e lhe advoga a prisão por isso.


É por isso que não voto nulo nem sou isentão. Continuarei escolhendo dos males o menor, até o dia em que cansar realmente da vida em sociedade e puder, finalmente, me entocar em minha caverna bunker (aliás, já tenho até o local, na cidade onde cresci, mas me falta a grana e logística). Não caiamos na conversa fiada de quem afirma que político é tudo farinha do mesmo saco - que é "neutro", sobre o muro, mas no mês de outubro está lá votando na extremíssima esquerda radical. Isentões como a trupe do MBL são apenas isso: atores. Eu diria palhaços. Mas seria inadequado: são apenas atores; palhaço é quem cai nesse papinho de isentão e terceira via.

Bolsonaro merece xilindró por ser trouxa e covarde. Teve quatro anos para comprar a briga, mesmo à custa de sua vida, e remontar o Estado brasileiro. Não o fez. Mas o que existe contra ele até agora? Se era amigo do Zé Gotinha, se ia atrás de michê em embaixada para lher comer o bumbum e se as joias presenteadas à sua esposa seriam de sua esposa (caso ridículo já arquivado, igual ao da baleia "molestada")? Ah, vão à merda! Quem quer saber disso enquanto o lulopetismo saqueia a republiqueta? Daqui a dez anos ainda estarão investigando no Globo Repórter se o Bozo tomou vacina! Ele pode tomar até porra quente no rabo, não quero saber. Enquanto isso, Lule assalta novamente os cofres públicos, repassa bufunfa aos amigos "empresários", leva uma vida de luxo extremo e arromba as contas públicas mais do que o furico do filho "04" do Bolso.

Vote, gafanhoto. Ao menos tente usar essa porcaria de título, por enquanto. Escolher o menos mau é melhor do que permitir o poder nas mãos dos piores. Enquanto você não vota, o bonobo que só quer viver de coisas grátis e "auxílios" está lá, nas urnas, cagando tudo.

Repito à exaustão: Lula é o Presidente que a ralé do Bostil bostileiro merece.

Abraços bonobos e até a próxima.

terça-feira, 19 de março de 2024

Para Wong Foo, Obrigada por Tudo! Julie Newmar

Imagem retirada do Pexels.

Lutar? Para quê? 
De que vive a rosa? Em que pensa? 
Faz o quê?

Guilherme de Almeida em Filosofia

Soube apenas hoje que regravaram - remake - Matador de Aluguel: sairá neste dia 21, no Prime Vídeo. Quando eu era guri, gostava do filme original. Qual moleque não queria estar na pele de Patrick Swayze, ganhando a vida batendo em vagabundo e metendo a piroca na médica loirinha e magrela? A primeira vez que assisti ao filme foi na Globo, à noite (Tela Quente, SuperCine? Não lembro), e passei dias pensando como alguém poderia matar usando apenas os dedos! Patrick Swayze era o cara. Dançava sem parecer fresco, sempre estava do lado do Bem em seus papeis, comeu Demi Moore melada de barro e, aos 57 anos de idade, morreu pesando menos de 40 kg, devorado vivo pelo câncer, após uma vida de três carteiras de cigarro ao dia e galões de biritas. Além de tudo, dizem as más línguas, que, enquanto morria lentamente, tomava porradas de sua esposa e era mantido em cárcere privado.

O que tirar da vida e da morte de Patrick Swayze? Nada. Ele foi um mega astro hollywoodiano e não posso nem imaginar o baita vidão que teve. Está além de meu alcance de zé ninguém assalariado imaginar as vidas desses sujeitos. Só acho que sua vida terá valido a pena se ele tiver aproveitado cada um de seus dias. Se mesmo com o rabo cheio de cachaça tiver encontrado, todos os dias, pequenos momentos de alegria, ainda que durante alguns minutos, sem pensar em mais nada além disso: viver o aqui e agora.

Lembrei que bons autores escreveram seus primeiros romances após o início da "velhice", a exemplo de Umberto Eco, Jô Soares e Luiz Alfredo Garcia-Roza. Todos alegavam não se sentir com maturidade suficiente para escrever romances. Jô Soares nem queria escrever O Xangô de Baker Street, tendo sugerido a ideia a seu amigo Rubem Fonseca, o qual, após ouvi-la, lhe disse: "Vai lá e escreve então, porra". E assim foi feito. E deu certo. É que amantes da Literatura a respeitam e ficam cismados com a possibilidade de estar escrevendo bosta.

Citei, acima, escritores. Mas serve para tudo. Acho que em todas áreas do conhecimento há estes exemplos: homens (e algumas poucas mulheres, a exemplo de Marie Curie) que, na maturidade, realizaram grandes feitos. À nossa volta também conhecemos pessoas que deram grandes guinadas em suas vidas. Tenho uma amiga que sobrevivia com salário mequetrefe numa prefeitura e, com 45 anos de idade, tornou-se advogada e está embolsando uma grana boa: comprou carrão, casarão e vive cheia de clientela que mal dá conta. Fico feliz por ela, pois é ótima pessoa.

Mas (e aí vem os "no entanto", "entretanto" e "todavia"), não tenho grandes feitos a realizar neste mundo, a não ser consumir seus recursos, defecar, dar boas pimbadas e dormir. Aliás, fica a sugestão: consumam recursos, comam e bebam bem. Não vale a pena economizar pensando em porvir, Mãe Natureza, essas bobagens todas. "Ah, vou reduzir a pegada de carbono, virar vegano e só rodar por aí de bike". Meu caro, a pegada de carbono que os magnatas do mundo querem reduzir é você e sua família. Com robôs e inteligência artificial, os Josés, Marias e Cleitinhos deste mundo se tornarão ainda mais mal vindos do que já o são. Os afortunados querem este belo planeta apenas para eles: suas praias, campos e montanhas. E não os condeno, pois quem gosta de povaréu? Se eu fosse Magnata, habitaria o mais distante possível da ralé. Na próxima pandemia de um vírus qualquer nos matarão com vacinas grafenadas. Próximo apocalipse: pandemia de tromboses e problemas cardíacos misteriosos. Ou soltarão logo ebola e varíola no ar. Enquanto isso, quero meu angus suculento no prato (e gasto muito para isso, aliás), queimar gasolina para não morrer atropelado por aí numa bicicleta e peidar bastante para ajudar no aquecimento global. O mundo é bom assim: quentinho.

Tenho 42 anos de idade e, creio, estou velho. Não tive muitos sonhos e projetos em vida. Dos poucos que nutri, não realizei nenhum sonho. E realizei poucos projetos. E está bom mesmo assim. Já estava há algum tempo num processo de "entrega", de "deixa a vida me levar". Me livrei de alguns poucos rastros de projetos que mantinha porque pararam de fazer sentido. Pouca coisa faz sentido, agora, a não ser tentar viver o dia a dia. Ando, talvez, com apenas um desejo: quiçá retornar à cidade onde cresci, mas nem nisso quero pensar muito. Enfim: para pessoas inúteis ao mundo, assim como eu, meditar sobre o futuro tão obscuro apenas atrapalha. Quanto à inutilidade, só posso ser útil a mim mesmo e, logo, à minha família. E a mais nada. O mundo é muito vasto para tirar meu sono e, ainda assim, creio que ele continuará aqui, firme e forte, mesmo após a sexta extinção. Esta, aliás, está demorando a vir até demais. Vladimir Putin faria um grande favor se apertasse o botão vermelho. Esta sociedade onde "palavras machucam" está precisando urgentemente de uma Guerra.

E claro que não: não estou feliz, dando pulos de alegria, plenamente satisfeito com minha vida e os rumos que ela tomou. Acho que essa tal felicidade não existe, então sou grato pelos poucos momentos, aqueles poucos minutos onde me sinto feliz. Geralmente - não sei o porquê - aproveito tais breves momentos durante a calmaria do pôr-do-sol, naquela hora de nuvens róseas. E, claro, ao lado de minha filha, em regra no final da noite, quando ela já está entregue ao cansaço do dia e só quer jogar conversa fora antes de dormir, compartilhando comigo as "grandes dúvidas" e "infindáveis dramas" que assolam crianças de sua idade. Mas, no geral, o cotidiano é só isso: vazio, busca do que fazer para ocupar o tempo de forma "proveitosa", pagamento de contas sem fim etc. É a rotina de um bonobo mediano, mais nada.

Não tenho mais sonhos nem projetos. Não sou um grande realizador a deixar legados literários ou científicos à humanidade. Mas posso ser um Patrick Swayze sem dinheiro e morrer cedo, comido por doenças escrotas e na absoluta merda. Então preciso aproveitar apenas - como dizia minha avó materna - "um dia após o outro com uma noite no meio". Sim, ela sempre falava isso.

Ah, sobre o remake de Matador de Aluguel, acho que não verei. O original envelheceu mal, aliás. Então imaginem um remake daquilo ao sabor dos tempos imundos onde nos encontramos. Mas... fica a sugestão para quem quiser tentar.

Abraços desiludidos e até a próxima.

terça-feira, 5 de março de 2024

O Fantasma do Riacho Molhado


A casa era por aqui...
Onde? Procuro-a e não acho.
Ouço uma voz que esqueci:
É a voz deste mesmo riacho.

Manuel Bandeira em Velha Chácara


Eta vida besta, meu Deus.

Carlos Drummond de Andrade, em Cidadezinha qualquer

Seriam sincronicidades da vida ou meras coincidências. Há postagem aqui de março de 2021 onde destaquei que os dias andavam chuvosos e que eu estava lendo e relendo trabalhos de Charles Burns. Estes dias novamente andam chuvosos. Chuvas fortes, torrenciais. Aqueles dias onde é melhor nem se arriscar a sair de casa para não ficar ilhado por aí devido a alguma inundação temporária. E, curiosamente, ontem, reli Sem Volta, daquele mesmo autor. Aparentemente, chuva me leva a caras como ele. Há fenômenos que não sabemos explicar.

Dessa vez, além de chuva, li-o ao som de um riacho turbulento. Devido às fortes chuvas, o riacho quase virou um rio de águas violentas e barrentas. Até troncos leves de árvores foram arrastados e um carro. Sim, um carro. Por que alguém deixaria carro estacionado no leito do riacho, nem imagino. Talvez devido ao Q.I. nacional que já está abaixo do dos chimpanzés. Foi um alvoroço. A macacada que habita o matagal ficou gritando bastante, acredito que buscando abrigo ou até mesmo devido a membros das famílias primatas que podem ter sido levados pelas águas.

Quando escolhi este lugar para morar, o atrativo foi a mata ao lado. O apartamento era de uma amiga e a propaganda dela foi justamente a mata e o riacho a poucos metros. Nunca morei ao lado de um riacho. Mas é realmente interessante ouvir o correr das águas ao lado de onde moramos, junto com o canto de pássaros, marrecas e guinchados de macacos. O receio é sempre com jiboias e jacarés. Mas ficamos de olho nisso regularmente. Vale o preço de ter um riacho nas imediações. Deve ser interessante crescer perto de algo assim, tendo o som das águas como elemento de recordação afetiva, como canta Manuel Bandeira, meu poeta preferido, no poema Velha Chácara, acima.

É isso. Assim como em março de 2021, este dias estão chuvosos. Ando relendo algumas coisas, passando o tempo com as alegrias e os problemas familiares, com meus gatos idosos e na santa e graciosa paz de Deus. A vida é muita curta para não tentarmos aproveitar o mero cotidiano, sem remoer águas passadas e possíveis enxurradas que podem nos espreitar no porvir. Sigamos nesta vidinha besta de cada dia.

Abraços lamacentos e até a próxima.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

O que o Senhor espera de ti?


"Fidel põe maricónes como eu no paredón", essa frase em portunhol brincalhão é atribuída a Renato Russo, que odiava a esquerda e o comunismo e sabia que, apenas num regime pró-indivíduo, homossexuais poderiam viver relativamente em paz. Destaco o "relativamente" porque não existe paz neste mundo! Ainda mais em solo tupiniquim, onde o cidadão não tem um dia de sossego. Sempre pergunto a gays o nome de algum país liberal-conservador onde pessoas são perseguidas por suas inclinações sexuais. Ou melhor: perguntava, pois há alguns anos não quero mais nem saber de militante esquerdista me pentelhando. Não tenho mais paciência para contato com gente burra. Percebi há alguns anos que possuo uma boa vida como "funça" e não preciso esquentar a cabeça com gente que advoga mais Estado. Afinal, o meu furico é que está na reta. Sempre ganhei a vida como barnabé e espero que esses caras continuem lutando por mais Estado, leis trabalhistas, mais tributos etc. Quero é bufunfa no bolso.

Por que recordei Renato Russo? Andei vasculhando redutos de influenciadores da extrema-esquerda no Twitter, Instagram e Youtube e é curioso: enquanto o Molusco arremessa o país para o caos, inaugura rombos históricos no Tesouro, promove o aumento não apenas estatístico, mas nítido, na criminalidade, permite "diálogos cabulosos" com facções criminosas e promove ataques públicos contra Israel, os Luletes ainda estão produzindo conteúdo sobre... Bolsonaro. O Bozo é carta fora do baralho. Aliás, nunca representou a "direita", mas apenas amenizou o socialismo brazuca, e mesmo assim bem pouco. Não sei como ainda não está no xilindró. Mas os influencers nem titubeiam em produzir os mesmos conteúdos de sempre sobre "E o Bozo, prenderam? Prenderão?". No Youtube, por exemplo, vi canais extremistas como @PortaldoJose@claysonfelizola@AndreaGoncalves e mesmo diante de tanta desinformação e desvio de foco, não me assombrei, pois são ambientes que retratam o puro suco do Bostil. Pelo que me parece, aliás, algumas contas por lá são até de gays e lésbicas que continuam se fazendo de desentendidos mesmo quando Le Lule apoia ostensivamente o regime do Hamas e põe adiante a agenda globalista do bloco Islâmico. Depois que vi gays com tatuagem de Che Guevara, nada mais me surpreende. Ao menos os influencers estão embolsando em dólar, com seus canais cheios de views. Todo dia nasce um esperto e mil otários perdedores.

Ninguém tanka o Bostil. Lula é o presidente que esta pocilga merece e torço para que ele viva bastante e seja reeleito. Estou pagando para vê-lo arruinar esta joça, promover o avanço do crime - diálogos "cabulosos" com facções criminosas, ministros amigos de narcotraficantes, projetos de lei para descriminalizar "pequenos furtos de até mil ou dois mil reais" etc. Dino e Lewandowski já andam putos com o projeto de lei contra as saidinhas de marginais e o Molusco prometeu vetá-lo, com o beneplácito de nossa Suprema Corte.

Ninguém tanka o Bostil. Lula é sintoma de um país imundo. Graças a Deus não vivo mais tanto nas ruas vendo o lodaçal de merda. Mas cenas da Terra Bostilis nos chegam por WhatsApp, Youtube, Instagram etc. Separei os três momentos abaixo, os quais acho emblemáticos. O primeiro vídeo foi do carnaval - sem dúvidas, o que melhor retrata nossa miséria, protagonizado por uma jovem influenciadora, a "Belinha". Bela? Onde?

Belle Belinha é "produtora de conteúdo adulto em plataformas pagas", uma espécie de prostituição cibernética. Recentemente, ela contracenou com Mc Pipokinha e Andressa Urach numa orgia lésbica. Acho a Andressa uma beldade, ainda mais por sua idade já beirando aos quarenta. A Pipokinha é aquele tipo de mulher normal que vemos por aí e, se brincar, comemos até no pelo, mesmo com o arrependimento no dia seguinte. A Belinha é uma gordinha que possui perebas na bunda e realmente não sei quem paga por seu conteúdo. Na verdade, eu mesmo não gasto um real com pornografia. Já gastei muito quando guri: revistas, aluguel de VHS e DVD etc. Hoje em dia, se eu quiser ver putaria, está aí de graça, com as bênçãos da banda larga. Mas há tarado para tudo, inclusive assinando Privacy e OnlyFans de gente feia.

Apresentada a Belle Belinha, vamos ao ocorrido. O vídeo abaixo é claro: ele berrou no metrô para a gadaiada botar para fora um véio que, de acordo com o alegado pela influencer, estaria fotografando os rabos ali presentes, quase todos de fora. E isso é o puro suco do Bostil: gente cretina, arruaceira, baderneira, que, cansados de perturbar dentro de casa e na rua onde moram, procuram confusão até em transporte público. E se o idoso estava filmando rabos (ainda que expostos) no metrô, mereceu também ser posto pra fora, pois é muita falta de "semancol" nos dias de hoje. Me pergunto até se aquele senhor não tinha nada melhor para fazer, no lugar de estar zanzando, no carnaval, dentro de metrô fedorento, em busca de treta. Duvido que estivesse trabalhando. "Ah, mas ele tem o direito de ir e vir". Nos dias de hoje, "seje sabido" e fique em casa, cuidando de suas coisas, lendo, vendo filmes. Faça caminhadas nas proximidades e talvez uma academia no bairro. Se sair de casa para filmar gente com o cu de fora, merece levar taca mesmo.

Esse vídeo é o Brasil: gente hedonista, para quem todo o mundo só gira em torno de piroca, xereca e cu, gente desocupada, desbocada, velhos tarados, marginais que ao menor cheiro de confusão se aproximam para colocar mais lenha na fogueira (como a trupe de malandros que jogaram o velho para fora do vagão), falta de ordem etc. Não adianta culpar as décadas de "progressismos" que temos em nosso país, marxismo cultural, Theodor Adorno e Herbert Marcuse, dentre tanta tralha de lavagem cerebral. Complô sionista, herança dos Aliados finda a Segunda Grande Guerra etc.? Foi uma escolha, só isso. As pessoas escolheram isso daí que temos: promessa de coisas "grátis" e sem esforço, esmola de político, promessa de ânus e rola, shows com Joelma do Calypso patrocinados por pequenos municípios quebrados.

Há anos cansei das pessoas. Por isso vivo o mais isolado possível, com um círculo diminuto de colegas mais próximos, evitando contato ao máximo até mesmo remoto com pessoas de caráter duvidoso, defensores de  ideologias malucas, burros de todos os gêneros. Minha vida é boa. Olho pela janela de onde estou, agora mesmo, escrevendo esta postagem e só vejo mato e um riacho. Estou longe dos grandes centros, suas favelas entupidas de imundície. Não posso migrar para Marte como Dr. Manhattan, nem trocaria a beleza deste planeta pela desolação marciana. Então me contento com o que possuo. E penso que assim deve ser.

Esqueçam o mundo. Vivam e deixem morrer. Aproveitem as coisas boas da vida enquanto os néscios chafurdam no cocô. A fossa ainda está meio seca; encherá mais, até sufocá-los.

Abraços bostilentos e até a próxima.