O filme Mentes Perigosas fez bastante sucesso quando eu era adolescente. LouAnne Johnson (Michelle "diliça" Pfeiffer) é uma oficial naval que tem a brilhante ideia de largar a Marinha para lecionar inglês em uma escola pública fodida na Califórnia — o Estado com mais putas e bandidos por metro quadrado dos USA, creio. Ao se deparar com uma turma de adolescentes desgraçados, violentos e filhos da puta, ela percebe que os métodos tradicionais não funcionam. Ora, quem diria, né? Determinada a fazer a diferença, LouAnne (muié "inspiradora" ainda viva, sobre quem o filme se baseou) adota estratégias pouco convencionais para conquistar a confiança dos alunos, inspirando-os com músicas de Bob Dylan, amor e compreensão. Claro, ela mantém a dureza, mas sem perder a ternura. E não é que, dizem, deu certo? Alguns dos meliantes se aprumaram na vida. Coisas de cinema, claro. E tudo embalado pelo rap mais famoso da história: Gangsta's Paradise.
Gangsta's Paradise foi composta (sobre Pastime Paradise do genial Stevie Wonder) para o filme e conta com a própria Michelle Pfeiffer no clipe oficial. Fala do desperdício de vida com o crime. De pessoas que se iluminaram etc. Tem tudo a ver com a película e, creio, é uma das canções que melhor casou com uma produção cinematográfica. Mas... é só uma música. Os coringas e as arlequinas das quebradas não têm salvação a não ser matando-se. Gente imunda, ruim, que ostenta em redes sociais com fuzis, maços de dinheiro e pó, muito pó. Zé Maloqueiro e suas Marias Putianes não querem saber de Bob Dylan nem tampouco pensam em mudar de vida. É aquela vida que querem, até a morte. E, francamente, nesta imundície onde vivemos, não é uma escolha irracional ofertar-se ao crime. A outra opção é subemprego para alimentar o sistema de corrupção, onde apenas políticos, burocratas e empresários amigos do Poder enriquecem. Então é isso: não os julgo, mas não sou obrigado a gostar deles nem a achar óbvio que tenham mortes trágicas. É melhor bandido se trucidando, em brigas entre facções, do que matando trabalhador já ferrado na vida. Um dia, creio, todos os bandidos faccionados do Brasil unir-se-ão e mandarão de vez nesta latrina. Mas isso é outra história para abordar noutra postagem.
Então vamos lá...
Vi no “X” - antigo Twitter - um vídeo curto com o cadáver de Eweline Passos Rodrigues, vulgo Diaba Loira, aos 28 anos de idade, totalmente destroçado. Aparentemente, houve tortura antes da morte. A morte rápida é uma recompensa; tortura é punição. Em O Último dos Moicanos, Daniel Day-Lewis corre contra o tempo para atirar na cabeça do major Ducan antes que o fogo comece a devorá-lo dos pés à cabeça (se bem que, neste caso, o cidadão falece primeiro por sufocamento, devido à fumaça). Em Família Soprano, Tony precisa entregar seu primo, interpretado por Steve Buscemi, à família rival; mas querem o malandro vivo. Tony o entrega, mas não sem antes lhe estourar a cabeça com uma escopeta. O problema nunca foi a morte, mas a morte lenta. E, francamente, não tenho pena das “diabas e diabos loiros” que são torturados por aí, na vida do crime. Felizmente, não os conheço, nem penso neles. Só vejo o resultado da existência dessas pessoas em nosso mundo: podridão. “Do cocô vieste, ao cocô retornarás” — está na Bíblia.
Diaba Loira delirou com o crime e morreu por ele. O fascínio pelo crime não é recente. Acho que sempre esteve incrustado na sociedade. Bandidos tornaram-se celebridades tanto lá fora quanto em nosso país amaldiçoado. Mulheres que molham a calcinha por marginais e homens que se fodem por vagabundas. Aliás, esses dias vi como Suzane von Richthofen está bem, vivendo uma bela história de amor com um médico (profissão de bom status social), enquanto seu irmão Andreas sobrevive com a cabeça em frangalhos. Igor Eduardo Pereira Cabral, que deu 60 (sessenta) socos na cara da namorada, estaria recebendo quase dois mil e-mails de moçoilas querendo lhe dar xota no xilindró. A coisa é por aí... A maioria dos homens e mulheres tem inclinação para a safadeza - especialmente para o crime, acaso tenha a garantia de ganhos e vislumbre pouca chance de punição.
É isso. Que todos os diabos e diabas do crime virem carne moída ainda na flor da idade. Amém.
Abraços "é nóix, parça" e até a próxima.
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