O vídeo acima me apareceu como recomendação do YouTube e veio em boa hora, pois há poucos dias eu havia postado na mesma plataforma algumas ponderações sobre o destino do ex Presidente Bolsonaro, usado constantemente como boi de piranha diante de qualquer escândalo nacional. O INSS está sendo saqueado e descobriram que o irmão de Lula está no esquema? Foco no Bozo. O dono do banco Master se beneficia de uma boa assessoria jurídica com esposas de Ministros do Supremo Tribunal Federal? Foco no Bozo. A crise fiscal chegou a um ponto de inflexão? Foco no Bozo. A COP30 é internacionalmente reconhecida como uma palhaçada? Foco no capitão frouxo. A coisa é por aí. Deu para entender. Mas, em meu vídeo, não passo pano para o Frouxonauro, pois ele colhe o que semeou: aliou-se aos seu inimigos declarados, praticou estelionato eleitoral contra boa parte de seu eleitorado e se cercou de gente safada que vivia em constante busca de manter "boas relações com os inimigos".
Em 2019, ocorreu um conflito público entre Olavo de Carvalho e o general Eduardo Villas Bôas, então assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional. A disputa teve início após uma série de críticas de Olavo aos militares do governo, especialmente ao ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz e, posteriormente, ao próprio Villas Bôas, em declarações publicadas nas redes sociais. As manifestações geraram forte repercussão dentro do governo e entre apoiadores das duas figuras. O general-geleia atribuiu ao professor acusações como: a) ser um "Trótski de direita"; b) "total falta de princípios básicos de educação e respeito"; c) prestar "enorme desserviço ao país" e d) ter participado de "praticamente todas as crises" vividas pelo governo Bolsonaro até então. Em resumo: o generalíssimo nada refutou e nem havia como tentar fazê-lo. De acordo com o Governo Bolsonaro, o melhor caminho seria manter boas relações institucionais com seus opositores, com as pessoas que queriam decapitá-lo em praça pública.
Como era bom ter o professor Olavo de Carvalho falando o óbvio em redes sociais. Felizmente, partiu em paz e com uma boa idade (74 anos), ao lado de seus familiares e bem longe desta pocilga apelidada de Estado Democrático de Direito (sistema de Governo) e República Federativa (formas de Estado e de Governo).
Na postagem anterior, falei sobre os clubes de correspondência e ali juntei uma página de O Recruta Zero, com algumas dessas cartinhas enviadas por leitores que queriam manter grupos e contatos à distância por meio de missivas. Bateu uma curiosidade e me perguntei: “Por onde andam essas pessoas hoje?”. Para encurtar a história: uma delas queria trocar fotos de animais e contava com então 16 anos de idade em 1989. Chamava-se Diana e residia no Distrito Federal. Depois, descobri que era brasileira naturalizada, tendo saído do Chile devido à incompatibilidade de sua família com o governo do nobre e saudoso Augusto Pinochet.
Enfrentou muitos problemas na infância, precisando cuidar do pai, acometido por Parkinson; e, depois, da mãe, levada à indignidade pela esclerose lateral amiotrófica. Mas cresceu e tornou-se médica veterinária — gostava de animais de grande porte, pelo que entendi. Não à toa queria trocar fotografias de animais com leitores de quadrinhos.
Mas vamos lá... O que houve? Ela foi encontrada em estado avançado de decomposição em sua chácara, no ano de 2020, numa história cheia de elementos pra lá de obscuros. Achei interessante ler tudo o que encontrei sobre ela e escrever algo a respeito. O texto foi crescendo e se tornou uma meio-crônica, meio novela true crime. Resolvi organizar melhor as partes e publiquei como eBook na Amazon. Estará lá gratuito para quem quiser lê-lo pelos próximos cinco dias.
É uma história de vida que me tomou pela alma durante dias, desde que comecei a vasculhar a trajetória daquela adolescente que só queria trocar fotos de bichos pelos Correios, cresceu cuidando de animais e, depois, teve a vida envolta em muitos mistérios, com um final trágico e ainda hoje inexplicável — o inquérito foi arquivado pois, embora houvesse indícios de homicídio (ou feminicídio, como se diz hoje), não havia como chegar mais a lugar algum
Quando pensei na capa, quis emular algo parecido com as artes que estampavam as revistas Calafrio e Mestres do Terror, bem como publicações de horror da Taika e La Selva, quase sempre realizadas em óleo. Eram publicações maravilhosas que povoaram minha infância (meu irmão as comprava) e com seções de cartas divertidas, especial na Calafrio, com as respostas sem floreios de Reinaldo de Oliveira. Consegui o resultado desejado via uma combinação de ChatGPT e Gemini. Também utilizei como base uma imagem da Diana real, já madura e perto do fim, a qual tivesse acesso.
Bem, é isso. Vou ficando por aqui. Abraços misteriosos e até a próxima.
Link para aquisição (gratuitamente entre os dias 26 e 30 do corrente mês): aqui.
Como faço em alguns meses do ano (um loop ou repeteco sem fim), andei relendo quadrinhos de Recruta Zero, Os Trapalhões, Turma da Mônica (das fases Abril e Globo) e outros títulos infantis semelhantes. E algo sempre me chama atenção: a enorme quantidade de cartas enviadas à redação, muitas delas dedicadas à divulgação de clubes de correspondência. Na era pré-internet, quando o bairro — por maior que fosse — já não bastava para encontrar pessoas com interesses comuns, esses pequenos “grupelhos” surgiam como uma alternativa criativa. Não creio que fossem fruto de carência, como tantas interações nas redes sociais atuais o são; eram, antes, uma forma de preservar o encanto de enviar e receber cartas, além de ampliar horizontes de um jeito genuíno e humano. Aliás, eram as únicas maneiras que possuíamos: físicas, humanas e reais, vez que não havia a opção do meio digital para isso.
Esses grupos eram necessários, penso. Vejamos. Mesmo nos bairros mais populosos — que para nós, então crianças, pareciam verdadeiros mundos — era difícil encontrar quem compartilhasse paixões específicas - como filatelia, colecionismo de gibis raros, aeromodelismo e outras bobageiras fascinantes. Nas revistas Calafrio e Mestre do Terror, por exemplo, era comum ver leitores escrevendo apenas para trocar, vender ou comprar edições de terror que não se encontravam nem nos sebos locais. Era uma época mais simples e tranquila, em que a vida fluía mansamente e não tínhamos a ansiedade de sermos encontrados o tempo todo. Quando eu era guri, mal contávamos com telefonia fixa; era outro ritmo, outro mundo. Então, para ampliar nossos horizontes, a rua e o bairro não serviam. Felizmente, em meu bairro e na escola onde por mais tempo estudei, havia muito garoto com os mesmos interesses. Mas, às vezes, eu ia às casas de minhas tias e a gurizada por lá não gostava de quadrinhos nem tampouco de falar sobre o filme exibido na última Tela Quente da Globo, “exibido pela primeira vez na televisão”. Para suprir lacunas assim, esses clubes de correspondência deviam ser algo maravilhoso.
Em resumo, é isso: me vi pensando nessas pessoas que trocavam cartas com estranhos quando a ideia de acesso à internet (ainda que discada em um modem de 56 kbps) nem sequer existia para nós. E a ideia é encantadora. Eu mesmo troquei cartas com um colega durante bastante tempo, quando me mudei pela primeira vez de Estado, aos 15 anos de idade. Era satisfatório receber aquela correspondência, abri-la e descobrir as novidades que meu nobre amigo Alex tinha a trazer. Em regra, as cartas manuscritas do Alex tinham entre três e cinco laudas, sempre com ideias interessantes sobre teologia, literatura e, às vezes, quadrinhos. Como minha letra é ininteligível, optava por enviá-las, de início, datilografadas; depois, quando comprei meu primeiro PC e uma impressora Canon, iam impressas. Mas, mesmo impressas, eu as assinava ao final.
Reler gibis no "loop infinito" acima mencionado hoje é gratificante em todos os sentidos possíveis. Mas, curiosamente, são as propagandas e as seções de cartas que se revelam o ponto mais saboroso dessa experiência. Claro: na época, aquilo era também uma forma de nos lesar. Pagávamos caro por gibis em formatinho, impressos em papel ordinário, com qualidade gráfica pífia, e no meio de poucas histórias éramos brindados com toneladas de publicidade e enchimento de linguiça. No exemplar que revisitei — Recruta Zero n.º 02, da Editora Globo, de agosto de 1989 — há apenas 38 páginas, das quais oito são ocupadas pela capa e quarta capa, anúncios, seção de cartas e uma tirinha final, com meia página destinada ao expediente. Hoje, é evidente que esses gibizinhos não apenas se pagavam pelas vendas, mas ajudavam a compensar prejuízos de outros setores das editoras.
Ainda assim, revisitar esses “extras” acabou se tornando, na posteridade, um prazer inesperado. Eles funcionam como cápsulas do tempo, capazes de nos transportar de volta a um período que, felizmente, não voltará mais — mas que permanece vivo nessas lembranças impressas em papel barato e tinta falha, carregadas de charme, ingenuidade e história. Falei “felizmente” porque adoro a internet e tudo o que ela proporciona. Adoro, sobretudo, o fato de poder ter acesso gratuitamente a esses scans. Outrora, era tudo caríssimo e quase inacessível: música, filmes, séries, livros, quadrinhos etc. Deus - ou Diabo - salve a banda larga, no final das contas.
É isso. Achei interessante falar sobre os antigos clubes de correspondência, divulgados em praticamente todas as publicações do passado.
Abraços nostálgicos (até certo ponto) e até a próxima.
A seguir, os extras presentes no gibi, inclusive, claro, a seção de cartas.
Trecho de minha gameplay de The Last of Us - Primeira Parte, onde dou uma conferida no canivete stiletto da Ellie
O stiletto não nasceu pra ser bonitinho. Aparentemente, surgiu na Itália do século XV como uma mini-espada para gente chique - uma mini adaga macérrima e com a ponta que faria inveja a um alfinete. Seu trabalho? Perfuração de armaduras, dizem. Com o tempo, os cabulosos da noite perceberam que essa elegância toda não podia ficar só nas adagas e ele ganhou uma versão dobrável, virando um canivete discreto (e estiloso) no século XIX, com a cidade de Maniago se tornando o berço dessa bela lâmina portátil.
A evolução veio no início do século XX, quando inventaram a versão automática - ou switchblade. Era só apertar um botão e VRuuuM! A lâmina saltava com aquele barulhinho que virou trilha sonora de filme de máfia, algo tão icônico quanto a abertura de um isqueiro Zippo. Depois da Segunda Guerra, o stiletto aportou nos Estados Unidos junto com os soldados e virou celebridade entre o bad boy ianque. Graças a Hollywood e à cultura urbana, ele se tornou símbolo de rebelde sem causa, de moço revoltado com jaqueta de couro e cabelos oleosos. Hoje, o stiletto se aposentou do papel de vilão e é mais uma lenda da cutelaria, objeto de design clássico que carrega todo o charme e o prestígio da sua origem italiana, provando que dá para ter uma história turbulenta e ainda assim terminar a vida como ícone vintage.
A fama de "arma da máfia" não veio à toa, nem só dos filmes. O canivete stiletto italiano ficou tão associado à criminalidade e à briga de rua nos EUA que, em 1958, o governo americano baixou a lei federal "Switchblade Knife Act", uma jogada que transformou o canivete de peça de souvenir de guerra em um artigo quase subversivo. Curiosamente, apesar de toda a repressão legal, o design elegante da lâmina no formato "baioneta" influenciou até a moda (descobri isso hoje!): o termo "salto stiletto" foi adotado para descrever saltos altos finíssimos. As mulheres que conheço chamam de "salto agulha".
E por que falar sobre este canivete aqui? Não sei bem. Recordo que o Scant havia comentado a respeito de um estilo de canivete automático muito comum no cinema de nossa infância - certamente o stiletto, creio. Desde então, fiquei pensando a respeito se escreveria algo e, hoje, limpando minhas capturas de jogatinas eletrônicas do console, me deparei com o trecho acima da Ellie exibindo o seu canivete. A título de curiosidade, é uma bela peça para coleção. Mas não gosto de canivetes automáticos. Essas molas e pequenas peças dão problemas e podem nos deixar na mão (ou melhor: apenas na mão!). O melhor tipo de canivete é o com abertura assistida, como falo no vídeo abaixo: abertura rápida aliada à robustez.
Então é isso. Finalmente está aí uma postagem sobre canivete stiletto desde que o Scant tocou no assunto. Aproveitei para compartilhar os vídeos abaixo, onde falo de abertura assistida, adaga e canivetes em geral. Tenho uma playlist sobre o tema em meu canal, aliás.
Vou ficando por aqui. Abraços afiados e até a próxima.
Cronos: The New Dawn é um jogo de ação e sobrevivência ambientado em um mundo pós-apocalíptico devastado pela “Mudança” (ou Mutação) — evento que transformou humanos em criaturas grotescas e gerou anomalias gravitacionais. O jogador assume o papel de uma Viajante do “Coletivo”, enviada para explorar ruínas e fendas temporais entre um futuro sombrio e a Polônia comunista dos anos 1980, em busca das "essências" de pessoas escolhidas por este mesmo "Coletivo" - cuja extração é efetuada pela cachola por meio de gadget preso ao pulso dos Viajantes e um sistema de guarda chamado "filatério", o que mantém, de certa forma, uma ligação com a ideia do tefilin místico usado por judeus e outras religiões. Com estética brutalista e atmosfera retrofuturista, o jogo combina combate tático, horror corporal e confrontos morais sobre memória, humanidade e sacrifício. Para mim, é uma clara ode ao indivíduo diante do coletivismo.
Cronos (ou Kronos, Cronus, Crono) é, na mitologia grega, o titã do tempo e rei dos titãs. Saturno é a versão romana para a mesma divindade. Filho de Urano (o céu) e Gaia (a terra), é obviamente o mais jovem entre eles. Representa o tempo em seu aspecto destrutivo e inevitável — força capaz de reger o destino e consumir todas as coisas. Em algumas representações, carrega uma foice. Após destronar o próprio pai, passou a devorar os filhos, temendo que o mesmo destino o alcançasse.
Acredito que o “Cronos” que dá título ao jogo refere-se ao vilão Desbravador, perseguido por nós durante toda a jornada e que, ao final, se torna nosso grande oponente. Sua âncora temporal transforma-se em uma foice — símbolo que também remete ao regime soviético. Em determinado momento, encontramos vários Viajantes (concebidos por ele) mortos em celas — ou seja, ele literalmente aniquila seus próprios “filhos”.
Faz tempo que eu não escrevia sobre videogames e, curiosamente, publiquei dois vídeos quase seguidos sobre o mesmo jogo: Cronos: The New Dawn, desenvolvido pelo estúdio polonês Bloober Team — o mesmo que me conquistou com o remake de Silent Hill 2 e com o terror em primeira pessoa A Bruxa de Blair. Digo “curiosamente” porque o conteúdo do meu canal costuma surgir de forma espontânea, diante de alguma notícia ou obra que me chama a atenção — livros, jogos etc. Assim, gravar dois vídeos sobre um único título foi algo realmente fora da curva para o ritmo das minhas postagens no YouTube.
Devo admitir: fiquei impressionado com Cronos: The New Dawn. Se eu tivesse o hábito de dar notas, ele mereceria um 8/10. Enquanto experiência de survival horror, beira à perfeição — mas alguns aspectos de jogabilidade impedem-no disso. Ainda assim, foi uma jornada intensa, imersiva e aterrorizante. O medo constante de ser surpreendido por algum monstrengo brotando do nada manteve-me tenso durante mais de vinte horas de jogo.
Meu desempenho inicial, porque aqui mostro o pau e não mato a cobra
Segundo jogo no modo Novo Jogo+, onde iniciei com todas as melhorias adquiridas... Moleza
A jogabilidade é desafiadora e - às vezes - irritante e cansativa. Nossa personagem, a Viajante, é lenta e pesada, devido ao traje e aos equipamentos carregados. Já os inimigos são ágeis, com ataques de longo alcance e alto dano. E os bosses… nem se fala. São cinco ao todo, e os dois últimos quase me fizeram desistir: Mãe Eliza e o Desbravador. Acredito que mais da metade das minhas mortes veio apenas desses dois confrontos. Foram eles que me impediram de dar uma nota 10/10 pois o resultado da dificuldade trouxe mais uma experiência de cansaço e estresse - diante do desequilíbrio - do que de conquista.
As batalhas são brutais (sobretudo contra o jogador). Mãe Eliza nos esgota com hordas de criaturas, vômitos ácidos e tentáculos que emergem do chão. O Desbravador é ainda mais impiedoso — ágil, teleporta-se e aparece de surpresa às nossas costas, com ataques praticamente inevitáveis e uma barra de vida exagerada. Além disso, dispara esferas elétricas e rajadas de energia por todo o cenário, obrigando-nos a manipular a gravidade e o ambiente para sobreviver. Enfrentamo-lo em quatro cenários distintos, com pouquíssima munição e escassos frascos de cura.
Dizem que, ao zerar um jogo difícil, a sensação é de recompensa. Para mim, foi apenas alívio. A verdadeira gratificação veio das boas horas de diversão (descontados os bosses que desequilibram a jornada) e do belo enredo, cujo desfecho nos oferece uma reflexão sobre reparação, amor e respeito ao individualismo. Ao final, temos uma escolha: executar ou não o Desbravador. Escolhi poupá-lo, permitindo que partisse com sua amada Weronica — apenas para descobrir que ele reiniciaria todo o ciclo novamente. Caso o executássemos, Weronica voltaria ao pré-apocalipse, contaminada pela Mutação, e tudo recomeçaria do mesmo modo. Em suma: se correr o bicho pega; se ficar, o bicho come. Cronos, então, é um jogo também sobre a inevitabilidade. Além disso, quando zeramos o jogo novamente, surge a terceira opção: "Recomeçar". Nesta, não executamos o Desbravador; mas também não enviamos Weronica ao passado. A Viajante a conduz a uma possibilidade que nos é incógnita: lhe estendendo a mão para ajudá-la a emergir de uma cápsula de viajante... O que virá daí? Nem os desenvolvedores sabem, certamente. Mas deixaram um fio de esperança no ar.
O jogo não possui "modo fácil" — apenas o "normal". Após zerar, desbloqueia-se o Novo Jogo+, que mantém os aprimoramentos de armas e armaduras, além de liberar um modo difícil, voltado aos mais "obstinados" - ou seja: gente viciada em videogame e com bastante tempo livre à frente da tela. Pretendo tentar o Novo Jogo+ futuramente, para descobrir o que deixei passar em termos de história e coleta de itens. Mas, se houver uma continuação, só a comprarei se incluírem um modo fácil — às vezes, quero apenas me divertir sem neuras, sem gastar horas enfrentando chefões brutais.
Na minha captura de jogo, acima, vemos que em Cronos: The New Dawn, há uma clara referência estética e simbólica a Silent Hill 2 - clássico de terror psicológico da Konami - com o quadrado vermelho utilizado por James Sunderland para "saves". Em SH2, o símbolo atua como uma pausa entre o horror e a sobrevivência, um breve momento de controle dentro do caos. Essa escolha visual e conceitual sugere uma homenagem consciente ao legado de Silent Hill 2, reinterpretando sua linguagem visual em um novo contexto narrativo e distópico.
A mídia comprada por mim é a física. De brinde, vieram uma cartela de adesivos e um voucher com código resgatável para 1000 (mil) pontos de energia (essencial para aprimoramentos), quatro munições para a "espada" (pistola) e um frasco pequeno repositor de saúde. Achei bacana, pois é melhor do que vir apenas a caixa com o disco e nada mais - e, claro, ter a mídia física é sempre mais legal que "ter" a mídia digital pelo mesmo preço.
Acho que já escrevi demais, considerando que existem dois vídeos meus sobre essa verdadeira obra de arte eletrônica. Encerro por aqui.
Eu conhecia o Eurythmics – duo musical britânico formado em 1980 por Annie Lennox e Dave Stewart – graças ao meu abençoado padrinho, "seu" Augusto, homem culto que mantinha, em sua casa, uma sala de som e cinema com um acervo gigantesco de vinis, CDs, K7, VHS e até mesmo de laserdisc – um disco óptico de 30 centímetros de diâmetro que nos chegava sem legenda e tampouco dublagem. Mesmo assim, foi por meio dessa tecnologia mágica que assisti, pela primeira vez, a A Dança dos Vampiros, de Roman Polanski, e passei meses pensando em como uma mulher poderia ser tão atraente quanto Sharon Tate – trucidada por Charles Manson com 16 facadas na barriga quando faltavam apenas 15 dias para ela dar à luz.
Mas vamos lá. Foi no acervo do godfather Augusto que conheci Eurythmics, no mesmo dia em que vimos o CD First Harvest – 1984-1992, do Alphaville. Então, pode-se dizer que foi um dia mágico. Meu irmão levou os álbuns para casa e passamos dias os ouvindo. O acesso à informação era difícil, e eu não fazia a menor ideia de que "a mulher do Eurythmics" era a mesma que, sozinha, tinha canções lindas tocando nos programas noturnos de rádio e em trilhas de telenovelas.
Em carreira solo, Annie Lennox entrou na trilha de Despedida de Solteiro (exibida entre 1º de junho de 1992 a 29 de janeiro de 1993, em 207 capítulos) com a clássica “Why”, que, na trama, foi o tema internacional da personagem Socorro, vivida por Cristina Mullins. Era uma novela deprimente para mim, então criança. Mas adorávamos a abertura em formato de videogame, com a canção “Sugar Sugar” no embalo. Logo após, emplacou a faixa “No More I Love You’s” na trilha internacional de A Próxima Vítima, como tema da Helena – personagem interpretada por Natália do Vale. E eu via os comerciais desses discos na TV sempre com trechos dos clipes, achando-os lindos. Havia uma atmosfera quase encantada naqueles videoclipes - e como eu desejava, na época, ver aquelas realizações na íntegra – algo quase impossível, sendo viável apenas mais à frente, quando passei a ter acesso a conteúdos da MTV.
Eu não entendia nada de música; só gostava de ouvir canções bonitas. Aliás, creio que deveria ser assim ainda hoje: não precisamos conhecer nada profundamente, apenas receber o belo e rejeitar o feio e o vulgar. Achava Annie Lennox esquisita, e algumas pessoas acreditavam se tratar de um travesti, ainda mais pelos clipes acima citados. Em “Why”, ela está de cabelos curtos e vai-se montando como um daqueles transformistas que apareciam no Programa Silvio Santos. Em “No More I Love You’s”, além de seu visual estranho para a época, há um balé com gays caricaturescos.
Amiúde: acabei de ouvir algumas canções de Eurythmics ainda há pouco e me vieram essas recordações de comerciais de trilhas sonoras de telenovelas (em CD, LP e K7, como se frisava bem ao final da propaganda) e de como eu tinha vontade de ver aqueles videoclipes na íntegra, utilizados em picotes pela Rede Globo apenas para a divulgação de seus produtos da Som Livre.
Vou ficando por aqui. Abraços musicais e até a próxima.
Assisti ao Superman de James Gunn porque está na grade da HBO Max, streaming que recebo gratuitamente do cartão de crédito – caso contrário, não assinaria, pois cada vez assisto menos a séries e filmes. E gostei do filme. É divertidamente super colorido, simples nas ideias e na linguagem, com definições claras e pueris de bem e mal, certo e errado, e tudo com cara de historinha com selo "aprovado pelo Comics Code Authority". Acho que essa foi a proposta e, se foi, deu certo. Superman é um cara legal e bobalhão; Lois Lane lhe detém o verdadeiro poder – sexual e afetivo – e Lex Luthor é um vilão invejoso que põe em prática ideias mirabolantes para destruir o alienígena.
A história não se limita apenas ao confronto entre Clark Kent e Lex Luthor, expandindo o universo dos "súperes" ao introduzir personagens icônicos, como Guy Gardner, o Lanterna Verde mais maluco da tropa, a Mulher-Gavião, o Senhor Incrível (Mister Terrific) e Metamorpho. Também temos a Engenheira – e só depois a associei à personagem de The Authority. Eu realmente pensava, assim que a vi, que fosse algo aproveitado da androide (ops!, ginoide) Hope, sacrificada pelo trilionário na HQ Lex Luthor: O Homem de Aço, como forma de voltar a opinião pública contra Superman - sendo que boa parte da trama do filme de James Gunn tem esse mote de descrédito junto à população, fazendo-a ver o super-herói como algo ameaçador.
Também há espaço para o carinha mais legal do pedaço: Jimmy Olsen. E para os pais adotivos de Kal-El: Jonathan e Martha Kent, que o ajudam a reforçar sua conexão com a humanidade, lembrando-o constantemente de suas raízes em Smallville, quando ele próprio começa a se questionar acerca de sua função na Terra, após tomar conhecimento de uma mensagem enviada pelos seus pais kryptonianos Jor-El e Lara, na qual vemos que a intenção de seu envio à Terra seria para nos governar e não para nos servir – o que, de certa forma, é um paradoxo, pois um bom governante quase divino não deixaria de ser um servidor público global com selo ISO de qualidade. Recordei que, na série Smallville (assistia em pedaços, no SBT), houve algo semelhante, quando Clark decifra uma mensagem na espaçonave que o trouxe e as instruções seriam para que ele dominasse a gentalha terráquea.
No final da história, temos uma ponta da Supergirl como uma jovem mulher irresponsável que vive em baladas pelo cosmo em busca de leitadas extraterrestres, recebendo de volta seu cãozinho Krypto. Este, aliás, foi uma bela sacada do escritor/diretor para alocar sua obra nos recônditos mais imberbes da memória coletiva. Ele poderia ter nos dado um Kal-El gay, negro e da quebrada, dono da porra toda e sambando na cara dos fazendeiros retrógrados de Smallville; ou um alien viciado em cheirar regolito lunar. Mas não: nos entregou um super bobão gente fina que, ao final da obra, encontra conforto em suas lembranças enquanto humano, crescendo ao lado de pais caipiras responsáveis e carinhosos.
Ratifico: bom filme, divertido, simples e colorido. Veio-me Christopher Reeve à mente enquanto assistia. Não sei por quê. Acho que porque me lembrei dos filmes em que ele deu vida ao personagem, e eu assistia à exaustão quando era guri.
O filme Mentes Perigosas fez bastante sucesso quando eu era adolescente. LouAnne Johnson (Michelle "diliça" Pfeiffer) é uma oficial naval que tem a brilhante ideia de largar a Marinha para lecionar inglês em uma escola pública fodida na Califórnia — o Estado com mais putas e bandidos por metro quadrado dos USA, creio. Ao se deparar com uma turma de adolescentes desgraçados, violentos e filhos da puta, ela percebe que os métodos tradicionais não funcionam. Ora, quem diria, né? Determinada a fazer a diferença, LouAnne (muié "inspiradora" ainda viva, sobre quem o filme se baseou) adota estratégias pouco convencionais para conquistar a confiança dos alunos, inspirando-os com músicas de Bob Dylan, amor e compreensão. Claro, ela mantém a dureza, mas sem perder a ternura. E não é que, dizem, deu certo? Alguns dos meliantes se aprumaram na vida. Coisas de cinema, claro. E tudo embalado pelo rap mais famoso da história: Gangsta's Paradise.
Gangsta's Paradise foi composta (sobre Pastime Paradise do genial Stevie Wonder) para o filme e conta com a própria Michelle Pfeiffer no clipe oficial. Fala do desperdício de vida com o crime. De pessoas que se iluminaram etc. Tem tudo a ver com a película e, creio, é uma das canções que melhor casou com uma produção cinematográfica. Mas... é só uma música. Os coringas e as arlequinas das quebradas não têm salvação a não ser matando-se. Gente imunda, ruim, que ostenta em redes sociais com fuzis, maços de dinheiro e pó, muito pó. Zé Maloqueiro e suas Marias Putianes não querem saber de Bob Dylan nem tampouco pensam em mudar de vida. É aquela vida que querem, até a morte. E, francamente, nesta imundície onde vivemos, não é uma escolha irracional ofertar-se ao crime. A outra opção é subemprego para alimentar o sistema de corrupção, onde apenas políticos, burocratas e empresários amigos do Poder enriquecem. Então é isso: não os julgo, mas não sou obrigado a gostar deles nem a achar óbvio que tenham mortes trágicas. É melhor bandido se trucidando, em brigas entre facções, do que matando trabalhador já ferrado na vida. Um dia, creio, todos os bandidos faccionados do Brasil unir-se-ão e mandarão de vez nesta latrina. Mas isso é outra história para abordar noutra postagem.
Então vamos lá...
Vi no “X” - antigo Twitter - um vídeo curto com o cadáver de Eweline Passos Rodrigues, vulgo Diaba Loira, aos 28 anos de idade, totalmente destroçado. Aparentemente, houve tortura antes da morte. A morte rápida é uma recompensa; tortura é punição. Em O Último dos Moicanos, Daniel Day-Lewis corre contra o tempo para atirar na cabeça do major Ducan antes que o fogo comece a devorá-lo dos pés à cabeça (se bem que, neste caso, o cidadão falece primeiro por sufocamento, devido à fumaça). Em Família Soprano, Tony precisa entregar seu primo, interpretado por Steve Buscemi, à família rival; mas querem o malandro vivo. Tony o entrega, mas não sem antes lhe estourar a cabeça com uma escopeta. O problema nunca foi a morte, mas a morte lenta. E, francamente, não tenho pena das “diabas e diabos loiros” que são torturados por aí, na vida do crime. Felizmente, não os conheço, nem penso neles. Só vejo o resultado da existência dessas pessoas em nosso mundo: podridão. “Do cocô vieste, ao cocô retornarás” — está na Bíblia.
Diaba Loira delirou com o crime e morreu por ele. O fascínio pelo crime não é recente. Acho que sempre esteve incrustado na sociedade. Bandidos tornaram-se celebridades tanto lá fora quanto em nosso país amaldiçoado. Mulheres que molham a calcinha por marginais e homens que se fodem por vagabundas. Aliás, esses dias vi como Suzane von Richthofen está bem, vivendo uma bela história de amor com um médico (profissão de bom status social), enquanto seu irmão Andreas sobrevive com a cabeça em frangalhos. Igor Eduardo Pereira Cabral, que deu 60 (sessenta) socos na cara da namorada, estaria recebendo quase dois mil e-mails de moçoilas querendo lhe dar xota no xilindró. A coisa é por aí... A maioria dos homens e mulheres tem inclinação para a safadeza - especialmente para o crime, acaso tenha a garantia de ganhos e vislumbre pouca chance de punição.
É isso. Que todos os diabos e diabas do crime virem carne moída ainda na flor da idade. Amém.
Abraços "é nóix, parça" e até a próxima.
Arlequinas antes de tomarem um "kit salve da quebrada".
Pastime Paradise, Stevie Wonder, Songs in the Key of Life, 1976
Quando eu era guri, meu pai estacionava em frente de nossa casa, buzinava e saíamos para um passeio — quase sempre aos sábados, pela tarde. Ele, em regra, nos levava à banca de gibis do terminal rodoviário, a maior da cidade, onde comprávamos quadrinhos variados (meu irmão escolhia os de heróis; eu, os da Mônica, Recruta Zero produzido nos estúdios da Globo, Turma do Arrepio etc., com raras edições da Disney). Também podíamos pegar um salgadinho Elma Chips e alguma bebida. Nesse ponto, minha mão ia direto para um frasco de Taffman-EX, o hidromel da criançada.
Meu pai não podia entrar na casa que ele mesmo comprou com o suor do rosto, porque havia sido esfaqueado por minha mãe e, desde então, não falava mais com ela — uma senhora narcisista e borderline que nos apresentou o Quinto dos Infernos desde que nascemos. No máximo, ele se sentava na calçada e jogava alguma conversa fora. Ainda hoje está vivo, com 82 anos e bastante saudável — exceto pela perna direita, que nunca mais foi a mesma desde que a fraturou em um tombo. Trata-se de um homem admirável, que passou fome na infância, dormiu nas ruas e, já jovem adulto, edificou o que chamam de império. Mas o decurso do tempo e as circunstâncias acabaram por nos transformar, com o passar dos anos, em quase dois estranhos.
O Taffman-EX é uma bebida dita funcional — seja lá o que isso signifique — criada no Japão pela Taisho Pharmaceutical, com o objetivo de aumentar a energia e o bem-estar. Contém ingredientes como ginseng, cafeína e vitaminas do complexo B. Chegou ao Brasil por meio da Yakult, do mesmo grupo empresarial. Seria uma alternativa leve aos energéticos tradicionais, numa época em que ninguém ligava para energéticos e eu só via Red Bull em comerciais da TV - Red Bull te dá asas... Ganhou público entre a molecada que fazia das tripas coração para comprar um reles vidrinho daquele néctar azedinho que descia tão gostoso e era degustado molhando a língua aos pouquinhos.
Fazia meses que eu não comprava Taffman-EX. Não chegou a completar um ano, mas passou perto disso. E, para minha surpresa, a Yakult mudou a embalagem de vidro para plástico. Ficou estranho, parecendo bem menor (algo que já era pequeno, com seus míseros 110 ml), e o rótulo parece deslocado e enrugado. Foi ao pegar aquele frasco empobrecido, sem o charme do vidro — material destinado a uma “bebida de verdade, nobre” — que percebi como elementos da minha infância realmente se tornaram pó. Pelo menos, o sabor continua o mesmo.
Mas a passagem do tempo também nos traz bons frutos. A Yakult nos maltratava bastante, com seu mini frasco caríssimo de leite fermentado com lactobacilos vivos. No Orkut, quando eu já era adulto, havia até uma comunidade pedindo por Yakult de dois litros. E isso nunca surgiu. No entanto, hoje, temos várias marcas com litrões de leite fermentado de boa qualidade, como a Betânia e a Flamboyant. Chupa, Taisho Pharmaceutical! Agora é só esperar o plágio do Taffman-EX em galões de cinco litros e, finalmente, podermos dormir de alma lavada.
Blogueiro velho desperdiçando tempo. Imagens geradas por I.A.
Vi uma postagem interessante no blog do Fabiano sobre ter ou não domínio próprio. O post surgiu a partir da indagação do Marreta sobre se pagar por um domínio próprio valeria a pena. Deixei lá minha resposta, defendendo que sim, é um investimento que vale a pena, diante do valor exíguo cobrado — dependendo do plano (anual, plurianual etc.).
Quando falo em investimento, não é necessariamente esperando retorno financeiro, mas sim investindo em algo que você gosta de fazer: manter um blogue. No entanto, pode, sim, haver retorno financeiro, caso você opte por monetizar. Fiz o teste de monetização por duas vezes, sendo uma pelo próprio Google AdSense — e não gostei. Muita poluição visual para um retorno pífio. Então, desisti. Mas o blogue continua aprovado para esse fim (monetização), caso eu mude de ideia.
Sobre isso, estou tentando ver se consigo algo via YouTube, pois parece mais viável. Consegui monetizar o canal há pouco tempo e, aos poucos, vai pingando uns centavos. Se o canal sobreviver, poderei sacar uns trocados esporadicamente, a cada US$ 100,00 acumulados. Veremos... Talvez, em breve, até mesmo o Google vaze do Bostil, diante de tanta insegurança jurídica e até mesmo diante da alma podre do bostileiro. Esta várzea faliu, mas poucos perceberam.
De qualquer forma, tanto este blog quanto o vlog já me rendem uma grana. Explico: sem eles, acho que eu teria adoecido mentalmente em vários momentos. Blogar e vlogar são terapias para mim. Logo, talvez eu esteja evitando gastos com psicólogos (nos quais não confio), psiquiatras e medicações caríssimas.
A internet é tão saudável para mim quanto ler, jogar videogame ou ver um bom filme. E, no caso deste site, tenho um carinho enorme por ele. Então, vale sim o “investimento” em domínio próprio, por esse apreço que possuo. Para quem não sabe, aliás, esta é sua segunda versão. A primeira foi removida pelo Blogger. Eu tinha backup das postagens, mas perdi, com isso, todo o histórico de mais de um milhão de acessos acumulados — o que certamente influencia na indicação do site pelos buscadores. Mas estamos aí novamente, engatinhando.
Voltando à postagem do Fabiano: o Marreta nos chamou de necrófilos. Achei bacana a definição. Parece mesmo que quem mantém e consome blogues são necrófilos de uma mídia já não apenas putrefata, mas cujos restos mortais foram cremados e espalhados no ar binário ou no mundo quântico. Pensei até em trocar o nome do meu espaço para “Blog do Necrófilo”, mas aí parariam aqui uma penca de tarados em busca de imagens de defuntas gostosas.
Por que blogamos? Porque gostamos. Porque preenche um vazio específico em nós — algo que precisa ser exprimido — talvez para recordarmos os velhos tempos da internet discada, seus fóruns, Orkut, IRC etc., e, mais especificamente, o HpG — plataforma brazuca de criação de páginas pessoais gratuitas, popular nos anos 2000 e tralalá. Precisávamos montar a página por meio de FTP (File Transfer Protocol). O meu site, naquela época de acesso discado, chamava-se Miscelândia — neologismo com “miscelânea” e “lândia” (land, terra, lugar). Durou pouco mais de um ano, acho.
Então veio a tecnologia Blogger, e a achei excelente: prática e com bons resultados nas ferramentas de busca.
“Blogo porque o instante existe / e a minha vida está incompleta. / Não sou alegre nem sou triste: / sou pateta.”
É isso.
Curiosamente, pedi à Skynet que definisse o Blog do Neófito, e a resposta foi a seguinte:
O Blog do Neófito é um espaço pessoal dedicado à cultura pop com um toque de erudição. Lá, o autor compartilha reflexões sobre artes, cinema, literatura, quadrinhos, música, séries e outros assuntos variados — sempre com uma pitada de análise ponderada ou ‘verniz de erudição’.
Principais características:
Temas diversos: de resenhas de filmes e séries, passando por críticas de HQs e séries literárias, até reflexões sobre músicas, arte e cultura em geral.
Abordagem reflexiva: um olhar pessoal e crítico, muitas vezes carregado de digressões e opiniões sólidas, como mostrado nas postagens sobre quadrinhos ou música.
Formato misto: textos com profundidade, com publicações regulares que misturam análise, narração de experiências e sugestões culturais em diversos formatos — escritos ou com vídeos/vlogs.
É mais ou menos isso. Nem eu saberia defini-lo. Na verdade, é meu antigo Miscelândia do HpG, apenas numa plataforma diferente. Não dou mais a atenção devida a este espaço, deveras. Mas, mediante o canal no YouTube, consigo trazer gente para cá, mesmo que seja apenas para uma bisbilhotagem marota.
Além disso, falar merda no iutúbi está me servindo mais, emocionalmente, do que escrever. Pode ser apenas uma fase, acho. O tempo dirá.
Anteriormente, falei aqui sobre Joel Schumacher e seu estranho filme Blood Creek. Às vezes, nos surpreendemos com trabalhos medianos — ou francamente questionáveis — de bons cineastas, sejam eles roteiristas ou diretores. Há exceções, claro, como aqueles que só entregaram obras refinadas, a exemplo de Stanley Kubrick, Sam Mendes, Paul Thomas Anderson ou o roteirista Charlie Kaufman. Mas, vez ou outra, aparecem certos títulos nos currículos de alguns nomes respeitáveis que nos deixam perplexos. Ou melhor: compreendemos, sim. Provavelmente rolou uma boa grana, e o sujeito tinha contas vencidas a quitar.
É o caso do filme The Host, ou A Hospedeira, de 2013. Quem o dirigiu foi ninguém menos que Andrew Niccol, que também assina o roteiro — uma adaptação do romance de Stephenie Meyer, autora da série Crepúsculo (aquele dos vampirinhos sexys que brilham ao sol).
Vamos à sinopse. The Host é um filme de ficção científica ambientado em um futuro onde a Terra foi dominada por uma raça alienígena chamada “almas”, que assumem o controle dos corpos humanos. A história gira em torno de Melanie Stryder, uma jovem cuja mente resiste à alma chamada Peregrina (ou Wanda), implantada em seu corpo. Juntas, elas embarcam em uma jornada que desafia as regras desse novo mundo. As “almas” são criaturinhas brilhantes que cabem na palma da mão e entram no corpo humano por uma pequena incisão na nuca. São seres evoluídos que, ao ocuparem o planeta, acabam com as guerras, a fome, a dor e o sofrimento. Mas, naturalmente, existem grupos de resistência humana — e Melanie faz parte de um deles. Ela é muié guerreira tão determinada que a “alma parasita” acaba convivendo com sua consciência dentro do mesmo corpo e, a partir disso, aprende a valorizar a condição humana. Que lindo!
O mote até desperta interesse, mas não convence. Uma inteligência alienígena milenar, altamente evoluída, acaba simpatizando com a humanidade — uma espécie tóxica, interesseira, traiçoeira, promíscua e autodestrutiva. Mas, claro, nós temos algo que nenhuma civilização interplanetária tem: a capacidade de "amar" (leia-se: gozar gostoso em buracos quentes). Ironias à parte, as almas talvez amem nosso planeta mais do que nós mesmos, já que vêm para eliminar a nocividade herdada desde Adão e Eva - a primeira dívida histórica jogada em nosso colo! Se houvesse uma invasão assim, eu mesmo ficaria do lado dos ETs fofinhos.
Veja bem: Andrew Niccol escreveu filmes como Gattaca – A Experiência Genética (1997), O Show de Truman – O Show da Vida (1998), S1m0ne (2002), O Terminal (2004), O Senhor das Armas (2005), O Preço do Amanhã (2011), Good Kill – Máxima Precisão (2014) e Anon (2018). Então, um dia, ele pariu A Hospedeira — e, dizem, conseguiu dormir em paz mesmo assim. Se estava tão necessitado de dinheiro, talvez fosse mais digno aceitar um job na Rua Augusta.
Enfim, é isso. O filme é uma bosta e me ensinou que bons diretores e escritores se vendem igual a qualquer um: dinheiro na mão, calcinha no chão.
Abraços vendidos e até a próxima.
Andrew Niccol antes e após escrever e dirigir The Host. Imagens obviamente geradas por IA.
Joel Schumacher, pouco antes de morrer, afirmava ter levado para a cama mais de vinte mil homens. Não duvido. Foi um bom diretor, responsável por produções que permanecerão na memória afetiva de muitos e, com isso, obteve destaque na Babilônia hollywoodiana. Se até um anônimo consegue sexo fácil (ainda mais nos dias de hoje, quando o corpo humano tem o mesmo valor que um pedaço de cocô), imaginem quantos homens não aceitariam dar o furico a Schumacher, em troca de uma pontinha num filme qualquer.
Em resumo, suas declarações nunca tiveram nada de respeitáveis, pois se vangloriar de foder deveria ser algo insignificante para alguém que possui o mérito de ter encabeçado um bom conjunto de obras. Como diretor, sim, ele foi respeitável. Só por O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas (St. Elmo's Fire, 1985), ele já mereceria todo meu apreço.
Blood Creek é um filme curioso, pois, apesar de contar com Joel Schumacher na direção e nomes como Dominic Purcell, Henry Cavill e Michael Fassbender no elenco, passou despercebido. A trama é interessante, e a narrativa segue de maneira destrambelhada. Mas a proposta do filme sempre foi ser um terror/suspense meio gore e banal. E, de fato, passou totalmente despercebido. Eu mesmo o vi há alguns anos meramente por acaso (surgiu como indicação na tela do streaming) e, agora, o revi graças ao algoritmo dentro do gênero terror e sobrenatural.
O mote se liga à já batida história do nazismo e suas práticas ocultistas, algo que, aliás, mencionei aqui quando sugeri o filme Navio de Sangue (2019). A história começa em 1936, com a chegada do oficial e pesquisador nazista Richard Wirth a uma fazenda de imigrantes alemães nos ermos vicinais dos EUA. Ele demonstra interesse por algo peculiar no local: uma imensa e antiga pedra viking entalhada com runas.
Quem é fã da franquia Indiana Jones deve se lembrar de como os nazistas viviam infernizando o arqueólogo em busca de relíquias sagradas que fundamentariam suas crenças e dariam poder ao Reich de mil anos. Isso nunca foi mera ficção. De fato, o alto escalão bigodista patrocinava expedições similares, inclusive em regiões inóspitas como a Antártica.
Após poucos minutos de filme, saltamos para o ano de 2007, onde conhecemos um paramédico atormentado pelo desaparecimento do irmão durante uma pescaria. Numa noite, esse mesmo irmão retorna e o chama para ajudá-lo numa empreitada violenta. Logo percebemos que ele esteve preso por dois anos na mesma fazenda onde o macumbeiro alemão chegou na década de '30 – e que toda a família de imigrantes ainda está lá, vivendo como no passado e sem envelhecer.
E mais: os irmãos têm apenas uma noite para impedir que um ritual macabro ocorra. Se eu falar mais, estragarei as surpresas. Surpresas bobas de um filme simplório – mas, ainda assim, surpresas.
É isso. Sugestão de filme bobo para passar o tempo. Fico por aqui. Abraços emacumbados e até a próxima.
Imagens geradas por IA com base nas diretrizes: Hitler, magia e ocultismo