segunda-feira, 1 de agosto de 2022

A carta de Jan Hammer


É curioso como as lembranças podem nos pregar peças. Dias atrás, um colega de longa data puxou conversa sobre Phil Collins. Nunca fui grande fã dele, tampouco do Genesis. Mas, na hora, afirmei com convicção que Another Day in Paradise tinha me marcado bastante no filme Admiradora Secreta (Secret Admirer, 1985), um clássico da Sessão da Tarde. Aquele pianinho mexia comigo na época.

Foi então que ele me cortou: "Essa música não toca no filme. Acho que nem existia na época."

Nada que uma rápida busca no Google não resolvesse. E, de fato, ele estava certo. Nada a ver. Mas por algum motivo, aquele piano sempre me remeteu a Another Day in Paradise, lá nos recônditos da minha memória. Especialmente quando a melodia se repete no final do filme. Acontece que a trilha, na verdade, é uma composição do brilhante Jan Hammer, um tecladista checo excepcional.

Enquanto ouvia mais algumas de suas músicas, me peguei refletindo sobre o estado atual do cinema: filmes genéricos, trilhas sonoras sem alma, a completa ausência de encanto. E por acaso, encontrei o filme completo no YouTube, com a dublagem clássica. Valeu a pena revisitar aquela época—o humor leve, a sensibilidade, os rostos familiares como C. Thomas Howell e a saudosa Kelly Preston, musa de incontáveis adolescentes. RIP, Preston. RIP, cinema.

Éramos tarados pela Deborah. Mas amávamos a Toni.

E, no fim das contas, Alguém Muito Especial (1987) ainda me parece uma releitura mais dramática desse belo e simples filme. E para complicar ainda mais, Alguém Muito Especial é, na verdade, um novo olhar de John Hughes sobre A Garota de Rosa-Shocking (1986).

Ah, o cinema teen oitentista...

Abraços e até a próxima.



6 comentários:

  1. Os sete pecados da memória (Dan Schacter) -

    1) Transitoriedade: o esquecimento causado pelo simples passar do tempo;
    2) Distração;
    3) Bloqueio: quando, por exemplo, não conseguimos nos lembrar do nome de alguém que conhecemos bem;
    4) Atribuição equivocada: a sensação de que nos recordamos de algo que, na verdade, não aconteceu;
    5) Sugestionabilidade: o registro de informações errôneas recebidas de terceiros;
    6) Distorção: mudanças de acontecimentos do passado com base em crenças do presente;
    7) Persistência: a incapacidade de nos livramos de de determinadas recordações, que se tornam obsessivas.

    https://www.scantsa.com/2020/02/livro-aumente-o-poder-do-seu-cerebro.html

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    1. pelo menos Molly Ringwald ainda vive.

      abs!

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    2. Arquivo X explica tudo isso em "A Arte Perdida da Testa Suada" kkkk Recomendo que assista. Dá para encontrar on line por aí. Episódio maravilhoso sobre quando as memórias nos traem. Vida longa a Molly!!!!!!!
      Abraços!

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  2. Ahhh, a Molly Ringwald.... a Garota da Bucetinha Rosa... quantas punhetas já não toquei em sua homenagem? E do cinema teen oitentista, o meu preferido : O Clube dos Cinco (The Breakfast Club), também com a bela Molly.
    Uma curiosidade : no Garota de Rosa-Shocking, está o ator (bem novinho então) que fez o Alan Harper, irmão fracassado do mais do que bem sucedido em xavascas Charlie Harper, do Two and a Half Man.

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    1. não fala assim dela!
      tenho certeza que ela continua pura e casta até hoje...

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    2. Fala, Marreta.
      Então o imberbe Arazão se acabava na bronha até mesmo para filmes juvenis. kkk
      Acho que a única vez onde sensualizaram a Molly foi n'O Clube dos Cinco, quando mostram a calcinha dela, um clássico upskirt! Mas pode se tratar de uma dublê rosadinha como ela.
      Sim, tratava-se do Jon Cryer!

      Scant,
      imagine a surubas que rolavam nesses ambientes de gravação...

      Abraços!

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