domingo, 21 de agosto de 2022

Batman Ego Trip por John Byrne

Há dois meses, comentei a respeito da história Batman - Ego Trip no vídeo acima e achei interessante, aqui, trazer a mesma resenha, mas de forma escrita. Então vamos lá.

Os egos em Gotham estão mais inflados/inflamados que nunca. O megahiperaquimilionário Hardiman Twine cometeu suicídio, embora Pinguim tenha gravado um testemunho em vídeo informando ter sido assassinato, enviando-o apenas para conhecimento de Gordon e Batman. Logo, todos os malucos da cidade querem o crédito pelo crime. Começam então as caçadas do Cruzado Encapuzado para compreender o que está havendo no meio de todo esse conflito de vaidades e, ao mesmo tempo, levar à prisão os doidinhos mais famosos da city.

O gibi é simples e até bobo em alguns momentos. John Byrne brinca com a mítica do morcego: o frio detetive que não se abala nem quando Coringa menciona a morte de Robin por espancamento (no caso, não pela PRF brasileira, mas sim pelas mãos do próprio Coringa); que possui uma enciclopédia em seus miolos e poder de dedução sobre-humano; apto para fugir de armadilhas mortais milimetricamente arquitetadas. Tudo o que fez Batman ser quem ele se tornou está na trama, o que nos diverte.

Quando charada prende o Morcegão numa armadilha "letal", onde o fosso vai encher de água até sufocá-lo, ele divaga, enquanto procura meios de fugir: "O Charada e sua corja sempre deixam uma saída; para eles, tudo isso é apenas um jogo, e sabem que, sem mim, ele perde muito de sua graça.". Noutras palavras: é tudo brincadeirinha perigosa de meninos travessos. E, mais à frente, o cérebro alienígena de Batman o faz descobrir que "zzxjoanw" foi um tambor maori curtido em óleo de um pinguim extinto, com propriedades alucinógenas. E, assim, descobre que Pinguim é o culpado pelo assassinato disfarçado de suicídio.

Outro detalhe: Batman sempre pensa em voz alta, para assim dar a oportunidade de ser surpreendido por algum vilão que dará a resposta ao seu pensamento. Algo realmente bem infantil. E essa foi a proposta de Byrne: brincar com o Batman pueril que habita nossas memórias desde à exibição exaustiva da série de TV com Adam West.

No final das contas, Pinguim desejava matar Hardiman Twine desde guri. Ambos frequentavam a mesma escola e o milionário fazia de tudo para tornar a vida do baixinho barrigudo um inferno. Tudo foi vingança tardia pelo bullying sofrido.

No final da história, na mansão Wayne, Alfred serve um sanduíche a Bruce, que se deita sem escovar o dentes (um hábito deveras perigoso), lhe desejando que durma bem, ao que ele responde, já na cama: "Obrigado, Alfred; acho que desta vez conseguirei".

Esta revista chegou a nós pela Opera Graphica, no formato canoa, com 20,5 x 27,5 cm, capa cartonada e miolo em cuchê. Toda em P&B, saiu originalmente na Batman 3D, onde recebeu tratamento químico especial para que a arte aparentasse possuir ter efeitos 3D. O editor Franco de Rosa, ao apresentar a obra, comenta a respeito dessa tentativa e porque não deu tão certo.

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Abraços e até a próxima.


Um comentário:

  1. Fala, Fabiano. A grande sacada da revista é esta: ela é muito boba pq o Byrne quis que assim fosse! Quem a ler sem essa sacada achará uma grande porcaria. Abraços!

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