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sábado, 31 de agosto de 2019

Do Big Bang a uma manhã de terça-feira


“A menor minoria na Terra é o indivíduo. 
Aqueles que negam os direitos individuais não podem se dizer 
defensores das minorias.”
― Ayn Rand

Uma manhã estressante no meio do engarrafamento não parece nada extraordinário diante de todos os grandes eventos e transformações que fizeram deste planeta o que ele é. Mas cada pequeno drama individual representa grande evento para quem o enfrenta. Infelizmente, penso, estamos no estágio final da era do respeito ao indivíduo, em nome de algo abstrato como "coletivismo", onde líderes progressistas nos convencem de seu discurso falido e notadamente incoerente, almejando a destruição da individualidade com apenas um propósito: levar abaixo esta existência, nossa cultura, a tradição e todas as conquistas humanas (especialmente as positivas), em troca do porvir sombrio, onde deixaremos nossas vidas ao controle absoluto de Estados cada vez mais poderosos (gordos, obesos, inchados, mastodônticos), chefiados pela elite burocrática despótica, aliada às grandes corporações globalistas que têm pavor da livre iniciativa, pois lutam por manter sua hegemonia.

A vida é dura. "Nas trincheiras do dia a dia da existência da vida adulta, platitudes banais podem adquirir uma importância de vida ou morte", acertou David Foster em seu famoso discurso. É reduzindo as liberdades individuais a pó em prol da promessa do paraíso terreno inalcançável que tornaremos a existência humana ainda mais miserável.

O curta acima (Du big bang à mardi martin) foi realizado no ano 2000 por Claude Cloutier e, creio, tornou-se bastante conhecido no Brasil diante de suas exibições repetidas em canais educativos. Tem a ver com acabei de escrever nos parágrafos acima.

Abraços triviais e até a próxima.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Livros, sebos e leitura digital

Photo by Min An from Pexels
"Corso era um mercenário da bibliofilia, um caçador de livros por conta de outros. Isso inclui os dedos sujos e o verbo fácil, bons reflexos, paciência e muita sorte. Também uma memória prodigiosa, capaz de recordar em que canto poeirento de um sebo dorme aquele exemplar pelo qual pagam uma fortuna. sua clientela era seleta e reduzida: uma vintena de livreiros de Milão, Paris, Londres, Barcelona ou Lausanne, dos quais só vendem por catálogo, investem sem risco e manejam mais de meia centena de títulos de cada vez, aristocratas do incunábulo, para os quais o pergaminho ao invés do velino, ou três centímetros a mais na margem da página, supõem milhares de dólares. Chacais de Gutenberg, piranhas das feiras de antiguidade, sanguessugas de leilões, são capazes de vender a mãe por uma edição príncipe; mas recebem os clientes em salões com sofá de couro, vista para o Duomo ou o lago de Constança, e nunca mancham as mãos, nem a consciência. Para isso servem os tipos como Corso."
O trecho acima retirei de meu exemplar de O Clube Dumas de Arturo Pérez-Reverte, a melhor (ou única!) obra que li acerca de mercado livreiro. Na verdade, o cerne de toda a obra é justamente a negociação de obras impressas raras e manuscritos. Trama magnífica, dinâmica e bem amarrada, foi adaptada para o cinema num trabalho "marromenos" de Roman Polanski com Johnny Depp no papel principal (The Ninth Gate ou O Último Portal, de 1999). Achei bacana transcrever a passagem acima porque mantem total relação com esta postagem, a qual traz sugestão de documentário, ao final, e algumas considerações pessoais acerca de livro físico e leitura digital.

Gosto bastante de sebos, bibliotecas e livrarias físicas. Fazia postagens a respeito no blogue anterior e, recentemente, fiz algo similar aqui quando comentei o livro A Biblioteca: Uma História Mundial e mostrei minha atual mini biblioteca após mudança de residência. Esses ambientes, contudo, vão ficando cada vez mais apenas na memória, à medida que livrarias fecham e sebos só se mantém em pé no meio eletrônico, mesmo assim não praticando bons preços e superestimando livros ditos raros que, no máximo, andam meio esgotados. Outro grande problema é o estado de qualidade, de conservação. Já topei com volumes caindo aos pedaços, sem sobrecapa e riscados sendo vendidos por preços extorsivos porque o pseudo Mercador de Livros o elevou ao status de raridade. Coisas do Brasil, creio, onde tudo é caro.

Gosto do pequeno documentário realizado pela Estácio sobre livreiros de usados: Sebos & Sábios. Havia recomendado no site antigo e, agora, vendo que não republiquei a postagem, aproveito para fazê-lo. Certamente não concordo com todo o afirmado pelos profissionais entrevistados. No entanto, o documentário ficou bacana e, no Youtube, não encontro nada similar de melhor qualidade. Por mais que andem numa fase esquisita, sebos são locais pelos quais cultivo certo carinho. Confesso não gostar tanto da palavra sebo. O português lusitano com seu "alfarrabista" é mais interessante. Ou até mesmo somente "livraria de usados, raros ou antigos". Dizem que sebo derivaria do inglês SEcond hand BOok ou do engorduramento em capas de livros usados quando da leitura, no passado, sob luz de vela. Certeza acerca da origem, ninguém possui. Ainda penso que a palavra foi escolhida, deveras, por sua conotação aviltante e nada mais. Se não escolhida, mantida por este motivo.

Há algum tempo venho equilibrando meu prazer pela leitura entre o suporte tradicional de papel e o meio eletrônico. Tudo começou quando ganhei de presente o Kobo Glo de alguém especial. Meio torci o nariz de início, mas me apaixonei aos poucos pela praticidade e economia. Poder ler à noite, com as luzes apagadas, aumentando fontes e margens, é mais que bem vindo na minha idade onde a visão cansa. Para HQs, utilizava tablet com 9.5", o qual me vi coagido a deixar definitivamente com minha filha, de tanto ela pedir e não largá-lo mais. Assim, comprei outro com 10.5" e afirmo: é maravilhoso para ler quadrinhos.

Fui alguém que comprou muitos livros em livrarias. Algumas pessoas mais jovens até sorriam. Um estagiário em meu serviço chegou a zombar porque eu comprava em livraria física, mais caro, ao invés de apenas em lojas on line. Tentei lhe explicar o prazer que sentia ao estar numa livraria, pequena ou megastore, folheando livros e tomando café e, finalmente, sair com algo em mãos. Eu, realmente, fiz minha parte pela sobrevivência do setor, dentro de minhas limitações e possibilidades. Mesmo sendo um consumidor para o qual as editoras e corporações livreiras sequer prestavam atenção, estava lá, torrando grana  por meu prazer mais íntimo, pro meu deleite pessoal e, claro, porque sabia que, sem um público parecido comigo, tudo aquilo acabaria. O tempo mostrou que tais negócios não se sustentavam mais, amiúdes.

Em suma, curtam o documentário a seguir e abraços.








segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Cachimbo de metal em torno mecânico


Sou um aficionado por coisas do tipo "faça vocês mesmo". Gosto de ter e de usar ferramentas. Nenhuma loja, para mim, é tão atraente quanto as de ferramentas, ferragens, parafusos, máquinas agrícolas e similares. Talvez por residir há anos numa pequena cidade onde prestação de serviço é quase inacessível, tive que me virar nos trinta. No começo, mas por necessidade, mesmo. Hoje, por prazer. É gratificante colocar furadeira, chaves diversas e serrote para trabalhar e, assim, obter resultados satisfatórios. Um homem que não conserta o máximo de coisas dentro de casa é um sujeito pela metade - penso.

Há canais interessantes sobre o assunto no Youtube. E outros que vão além, com grandes profissionais do metal, madeira ou couro realizando belas obras de arte bastante funcionais. Também me interessam os de cutelaria, conquanto eu nunca tenha tentado fazer uma faca. Entretanto, gosto de ter facas e as uso bastante para cuidar de bobagens em meu pequeno quintal ou quando vou à roça. Para defesa pessoal e necessidades diversas, também sempre ando ao menos com uma faca ou canivete.  Assisto a canais como o do DiResta pelo prazer de admirar a execução de um belo serviço, e não porque vou tentar fazer algo daquele porte.

Há algum tempo também acompanho o canal do Engineer BrunS, essencialmente sobre trabalhos realizados em torno mecânico. Considerando minha paixão por tabaco, cachimbos e trabalho manual em geral, é gostoso demais ver o cara produzindo um cachimbo artesanal. Assim, achei interessante compartilhar o vídeo acima e falar um pouco sobre ele.

No trabalho foram utilizados o seguintes materiais: duralumin, titânio, latão, cobre e ebonite. A peça remete a um cilindro automotivo, similar aos que fez a Porsche com sua linha de cachimbos. As reentrâncias no fornilho, além da beleza, são funcionais, pois permitem que o usuário não tenha tanto contato com o calor, em mãos. O resultado é belíssimo e, creio, funcional. Acho que não chega a esquentar tanto diante do espaço diminuto do fornilho. Não há como inserir tanto fumo ali, para longas baforadas. Deveras, há um preconceito entre os aficionados com o metal; este é mais usado nos pipes de usuários de drogas como crack e alguns poucos maconheiros. Até hoje, só vi metal na haste dos cachimbos Falcon, em alumínio.

Enfim: o trabalho ficou lindo. Seria uma bela peça para ser posta à venda e, creio, atrairia muitos aficionados por baforadas.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Twin Peaks na Netflix



Fire walk with me.

No Black Lodge, Laura Palmer avisou ao agente Dale Cooper que o veria, novamente, em 25 anos. E Twin Peaks está de volta, agora na Netflix. Como grande fã dessa mitologia desenvolvida por David Lynch e o roteirista Mark Frost, estou acompanhando a nova temporada. Há muitos anos, cheguei a comprar as caixas com as duas primeiras temporadas. Não havia oportunidade de assistir em lugar algum, a internet não tinha uma banda residencial satisfatória e, mesmo que possuísse, não havia onde baixar todos os episódios.

Para quem assistiu às duas primeiras temporadas da série bem como ao longa que o complementa, o destino do agente Cooper foi uma demorada incógnita. Agora, após 25 anos, sabemos o que houve. Aparentemente, ele está preso no Black Lodge e seu dopplegänger macabro comete, há décadas, atrocidades sádicas. Diferente das sessões anteriores, agora a trama se passará noutras cidades, como Nova Iorque e Dakota do Sul.

Não vou me estender muito aqui sobre o que representou Twin Peaks, dando fôlego aos programas feitos para a televisão, elevando o seriado a outro patamar. É graças ao brilhantismo dessa realização que, depois, tivemos shows como Família Soprano, A Sete Palmos, Mad Men Breaking Bad, por exemplo. O mundo se perguntou "Quem matou Laura Palmer?" assim como, no Brasil, apostaram em quem teria assassinado Odete Roitman na telenovela Vale Tudo. A ocupação definitiva dos programas para a TV estava consolidada e não precisaríamos mais ir ao cinema para usufruir algo de melhor qualidade estética e narrativa. 

Abaixo, os deixo com dois vídeos. No primeiro, trecho do momento onde Laura revela que, após exatos 25 anos, teríamos, novamente, o reencontro de vários daqueles personagens; no seguinte, mostro um pouco dos boxes que ainda possuo.


Twin Peaks por kleiton-alves

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Angeli 24 Horas [ Curta ]


Desconhecia a existência do curta Angeli 24 Horas (2010), da cineasta (diretora e roteirista) Beth Formaggini - uma das subscritoras do Manifesto de artistas e intelectuais Pró-Dilma. Vi esta semana, por acaso, na Tv Brasil, e adorei. No mini documentário, o gênio dos cartuns e das tirinhas nos fala um pouco acerca de seu trabalho, de sua rotina. Narra-nos até mesmo um pouco dos desafios físicos que enfrenta para manter a produção regular, como dores nas costas, por exemplo.

O que mais me chamou atenção foram suas revelações sobre as mudanças de paradigma ocorridas em sua obra. Isso já notamos: com o tempo, ele deixou o humor fácil e vendável de lado e ingressou por outros caminhos, menos comerciais e mais sujeitos à participação do leitor na interpretação. Logo, passou a receber mais críticas por isso. O artista fala de suas razões para abandonar definitivamente seus personagens mais icônicos (Rê Bordosa, Bob Cuspe e Skrotinhos), bem como a influência de Laerte nesta resolução. Para quem gosta do trabalho de Angeli (tenho alguns livros seus na estante e, aqui, já mostrei um pouco de O Lixo da História), vale a pena assistir.

O filme teve apoio do "Bolsa-Artista" sob responsabilidade do Governo Federal e seu poderoso Ministério da Cultura, que, no final das contas, decide quem será agraciado com recursos da Lei nº 8.313/1991; esta poderosa norma que decide, por exemplo, se Chico Buarque dará - ou não - apoio a uma determinada legenda política. Mesmo assim, fico feliz que exista essa possibilidade de recursos coaptados pela lei; pois, às vezes, somos agraciados com projetos bacanas como esse trabalho.