sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Soma - Survival Horror Incrível


Foto de FOX no Pexels

O trabalho deu folga esses dias e aproveitei bastante para ver alguns filmes (porcarias da Netflix, pura perda de tempo), gravar vídeos para meu canal no Youtube, ajeitar algumas coisas em casa e jogar bastante videogame. E bendito seja o serviço Game Pass da Microsoft. Quando vejo ao menos meia dúzia de jogos interessantes no catálogo, assino por um mês e jogo tudo de uma vez, num ritmo gostoso de tão intenso - literalmente virando a madrugada jogando, igual a adolescente.

Não sei como há gente que esnoba a Microsoft apenas por amor a Sony e seu PlayStation. Gosto de ambos. Sempre deixei isso claro. E uso ambos os consoles. Mas percebo certa loucura de "sonistas" contra um console maravilhoso como o XBox e seu incrível Game Pass (uma Netflix de jogos). Além disso, andei experimentando o serviço Xbox Cloud Gaming e, colegas, que maravilha. Joguei, por exemplo, A Plague Tale: Requiem na nuvem e foi uma experiência ótima, sem queixas. Como máquina, usei meu próprio XBox One S. Mas sei que computadores vagabundinhos também rodariam o jogo. Talvez até tablets!

Curioso que vendi meu PS4 danificado a um sonista que trabalha com recuperação e venda de consoles e ele desceu a lenha no Game Pass. Não entendi e puxei mais conversa. Queria saber o que se passaria naquela cabecinha de babão de megacorporação. E ele me disse: "É injusto com o desenvolvedor; imagine a EA ou a Activision botando ali, por ninharia, um jogo que custou milhões". Piada pronta. Diante disso, eu não tinha o que dizer. O cara simplesmente estava tentando justificar sua torcida exclusiva pela Sony externando peninha de empresas bilionárias que às vezes inserem jogos antigos no Game Pass, quando já lucraram horrores com os mesmos nos primeiros meses de venda. Isso é idiota. Sem contar que, para pequenos desenvolvedores, o Game Pass é uma vitrine essencial e realmente lhes dá retorno. Cabeça de fanboy é uma merda.

Mas voltando ao assunto: joguei muita coisa boa, especialmente jogos de terror como os três Dead Space, os dois Amnesia (desisti do Amnesia: Rebirth porque achei um saco) e, finalmente, joguei Soma, uma maravilha simples com sacadas geniais, baseado em ficção científica e survival horror. De plano, já vou dando spoiler: estamos diante de simulações. Na trama (tudo em primeira pessoa) somos Simon Jarrett, funcionário de livraria que perdeu a namorada (ou amiga?) num acidente automobilístico e escapou do mesmo evento com fortes dores de cabeça. Ele então se submete a um experimento: lhe mapearão o cérebro para tentar aplicar simulações e encontrar tratamento viável. Após o exame, ele desperta no ano de 2104 (quase um século à frente), no fundo do oceano, onde transitará por laboratórios e será perseguido por criaturas tecnorgânicas. Vamos indo mais a fundo na jogatina e descobrimos o seguinte: Simon morreu há décadas e décadas. Ele fez o mapeamento cerebral, voltou para casa e cuidou de sua vida até o dia de sua morte banal. Mas usaram o mapeamento de sua consciência, um século após, numa forma de vida mecânica. O que está havendo é simples: o mundo foi atingido por um "cometa" perto do ano de 2104, a vida na Terra está acabando e a única esperança é manter simulações de seres humanos orbitando o planeta, num satélite abastecido por energia solar, fingindo viver num mundo belo e encantando. Simon terá que ajudar nessa empreitada, lançando a cápsula com centenas de mentes escaneadas ao espaço, inclusive sua própria.

A história me lembrou o gibi O Dêmônio da Mão de Vidro, o qual resenhei no Youtube - vídeo abaixo. Nesta graphic novel de Harlan Ellison e Marshall Rogers, a humanidade reduziu-se a impulsos elétricos e implantou-se no tórax do androide Trent para poder sobreviver a ataques alienígenas e à atmosfera tóxica da Terra. De certa forma, creio, estão habitando vidas simuladas no coração do robô assim como, em Soma, os humanos terão como única opção rejeitar a carne, a vida orgânica, e continuarem a existir apenas como impulsos digitais (ou quânticos, não sei) numa pequena caixa, orbitando o antigo planeta moribundo.

O mais legal em Soma é que, assim como Simon, só temos certeza de que ele está habitando um robô e que não existe mais como ser orgânico quando, finalmente, temos acesso a um espelho, podendo finalmente nos ver. Me lembrou aquela cena clássica de Quantum Leap (S02, EP08), quando Sam incorpora Jimmy - portador de Down na década de '60 - e só tem certeza disso ao se olhar no espelho. Até gravei este momento e anexei ao episódio emblemático do seriado (abaixo).

É isso. Foram ótimos e produtivos dias, como falei. E espero jogar ainda mais no próximo mês, aproveitando agora o poder do PS5 e a compra de novos jogos, bem como meu merecido recesso forense - um luxo destinado à nossa categoria.

Abraços eletrônicos e até a próxima.



Atualização

Após jogar o remake de Dead Space, me deparei com as lacrações que não estavam presentes na versão original, como o fato da NPC Kendra Daniels ter se tornado lésbica e o uso, em arquivo de texto encontrado, de "pronome neutro", tipo elu e delu. Obviamente, sou contra o uso dessa gíria para uso formal, pois fere nossa evolução linguística natural.

6 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Achei os dois primeiros incríveis. Até pq o segundo é quase uma continuação imediatíssima do primeiro. Mas o 3 é cansativo. Soma é na vibe de Amnesia. Acho q mesmos desenvolvedores. E, cara, gostei muito do primeiro Amnesia. Abç

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  2. "peninha de empresas bilionárias" - a solução é emular sem dó. emuladores são a versão de scans no mundo dos games, hehe

    "A história me lembrou o gibi O Dêmônio da Mão de Vidro" esse ainda não li, mas lembrei do monstro do pântano

    "existir apenas como impulsos digitais" uma "vida" sem alma. uma tecnológica forma de abolir a crença em Deus...sinistro!

    abs!

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    1. No romance 2001, citam uma espécie que se tornou energia, livrando--se da "tirania da matéria". Em Enigma do Espaço, os etezinhos são imateriais. Uma vida sem prazer sensorial... não parece interessante.
      Abç

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    2. em star trek série clássica tem um episódio ("Errand of Mercy" de 1967) q apresenta uma raça chamada de organianos, seres que evoluíram da matéria para energia, mas que são capazes de manter corpos físicos quando desejam.

      abs!

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    3. Gênios. Imortais e intocáveis. Mas quando querem comer, beber e dar uma, tornam-se corpóreos.

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