quinta-feira, 23 de maio de 2024

Thomas Newman



A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende.

Schopenhauer

Já mencionei algumas vezes, de forma rasteira, Thomas Newman - compositor que se notabilizou em trilhas para o cinema, na época em que a Sétima Arte ainda valia alguma coisa e "ir ver um filme" significava, em regra, ter uma experiência proveitosa no mês e ficávamos remoendo o que assistimos por vários dias, até a próxima grande estreia. Além disso, notabilizou-se, ainda mais, pela amizade com um de meus cineastas preferidos: Sam Mendes, com quem colaborou em grandes obras, a exemplo de Beleza Americana e Estrada para Perdição.

Não sei dizer qual o trabalho que mais gosto de Thomas Newman. Sou bastante marcado por Beleza Americana, talvez pela relevância que o filme possui em minha vida. Mas acho que me deslumbrei por seu trabalho lá atrás, bem antes de me interessar por trilhas de cinema: no magnífico Um Sonho de Liberdade, onde acompanhamos a vida lascada do banqueiro Andy Dufresne na prisão de Shawshank, entre pôsteres de beldades, declarações de imposto de renda e enrabamentos coletivos. Aliás, esta penitenciária estadual é constantemente citada por King em diversas de suas obras. A última vez que lhe vi menção foi no magistral Sob A Redoma. É um lugar que sempre causa calafrio em quem ouve seu nome. O sujeito aceita qualquer fita, desde que o risco seja apenas o xilindró local. Mas quando se fala em Shawshank, o maluco estremece e dá para trás.

Recordo que, quando vi Um Sonho de Liberdade em VHS, aqueles "sons" chamaram minha atenção. Eram músicas bonitas que "combinavam" com as cenas. Mas apenas após Beleza Americana (visto em DVD, no lançamento) foi que passei a procurar sobre o nome Thomas Newman, hoje quase septuagenário. E posso afirmar ser meu compositor preferido, de todos os tempos, dentro do cinema. A dramaticidade de Hans Zimmer, em especial nos filmes de Christopher Nolan, me tentam a retirar o velho Tom de sua colocação no pódio, mas sempre recuo. No final, meu espírito sedento de calmaria pende para as odes melancólicas newmeanas.

Recomendo sempre que ouçam trabalhos desse cara, especialmente quando estiverem trabalhando. Para mim, é algo que funciona bem há mais de década. Se eu colecionasse CD ou vinil, certamente tentaria ter todas suas trilhas no acervo.

Abraços melódicos e até a próxima.




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