quinta-feira, 18 de abril de 2024

Encaixotando Helena [ Filme de 1993 ]

Quantos aplausos esse bibelô merece? 👏

Jennifer Lynch manteve um grande vínculo com o trabalho de seu pai, David Lynch. Tanto que se notabilizou pelo livro O Diário Secreto de Laura Palmer, pegando carona no belíssimo seriado Twin Peaks criado por David em parceria com Mark Frost. Sobre o romance epistolar, recomendo meu vídeo abaixo. Realmente, o trabalho dela serve de complemento à compreensão do universo obscuro daquela pequena cidade encravada no Estado de Washington, entre muito pó, surubas e espíritos zombeteiros.

Como cineasta, ela arriscou algumas bobagens. A mais conhecida, sem dúvidas, foi Encaixotando Helena, filme ruim que é a cara do início dos anos '90, em sua busca pela nova estética que destoasse da década passada. É um filme ruim, mas bom. É aquele tipo de porcaria que vale a pena para ver o tempo passar à frente da TV, sem muito compromisso. E, ali, percebemos como Jennifer Lynch é realmente apegada ao genitor. Visivelmente, tentou chupinhar tudo o que podia do jeito paterno de escrever e dirigir, fracassando miseravelmente. Ninguém copia David Lynch, nem sua pimpolha.

Quem ama e cuida, bota num potinho. 💗

Recordo que Encaixotando Helena teve relativo sucesso nas locadoras de VHS. A capa era bonita, aliás. Atraía a clientela. E a ideia de um médico tarado amputando aos poucos sua preciosa vadia, claro, mexia com as cabecinhas da época.

Na trama, conhecemos o talentoso médico Nick Cavanaugh, cuja mãe era a gostosa chifreira mais requisitada da cidade. Meio que num complexo de Édipo, Nick tenta afagar seus desejos sinistros afogando o ganso em Helena, a putiane descolada da região. Nick queria ser um corno feliz, como seu pai também fora, casando com uma empoderada boa de rabo. Então aproveita o atropelamento de Helena para lhe amputar as duas belas pernocas. Mais à frente, também os braços. Sobra apenas o mais lindo peso de papel do cinema: Helena, mal interpretada por Sherilyn Fenn no auge da beleza. Aliás, tudo ali é fruto de más interpretações. O único que se saiu bem foi o músico Art Garfunkel. E acho, ainda, que a presença de Sherilyn Fenn no elenco também se deve a David Lynch, já que ela foi uma das estrelas de Twin PeaksSherilyn Fenn, jovem, nos despertava os instintos mais primitivos.

Encaixotando Helena é um grande exemplo do que resulta quando se tenta copiar o estilo de alguém, mesmo que de alguém da própria família. Mas diverte! E revi esta pérola recentemente graças às entidades benevolentes que insistem em upar filmes no YouTube, na íntegra e com ótima resolução.

Se o filme é ruim, o final certamente coroa a obra com uma das piores opções. Fechou com chave de bosta essa grande merda. Foi a cereja podre no bolo estragado. Ao menos a trilha sonora por Bill Conti é legal, bem como a escolha de músicas aleatórias como Woman in Chains de Tears for Fears ou Nessun Dorma de Puccini. Muita gente encara a obra pela ótica do relacionamento abusivo etc. Sei lá. Só sei que é um ruim/bom legal sobre um médico pervertido que gosta de brincar com facas e tesourinhas.

Abraços desmembrados e até a próxima.

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Diálogos cabulosos


Eu vou dar minha buceta bem devagarinho
Mas o que eu quero mesmo é piroca no cuzinho

- MC Cecilinha Meireles, em Serenata da Cremosa

Mete com força e com talento
Estou ofegante e você percebendo
Bate e maltrata essa puta safada
Quero jatada de leite na cara

- MC Manuel Bandeirola, em Bonde da Estrela da Manhã

O inelegível Bolso, ingênuo, teve quatro anos para tocar o terror na extremíssima esquerda radical. Mas preferiu jogar "dentro das quatro linhas da Constituição" e hoje em dia vende perfume com Viagra enquanto pernoita chorando em embaixadas, mendigando pix dos patriotários.

Bozo não dilapidou o Erário comprando apoio político e mesmo durante a pandemia fechou as contas no azul. Claramente, um mané. Para alguém que estava na política durante décadas, bobalhão até demais. Oposição a gente destrói: cassa mandatos e reputações, põe no xilindró, prega o terror. Depois é só contar a história de seu jeito e pelos canais certos. Vozes dissonantes, você silencia. O Xandão está aí para isso: calar a boca de quem discordar. O que vale é a narrativa e o Senado tem o rabo preso, mantendo-se pianinho. Obviamente, Xândi foi escolhido por seus pares para essa função. Seus pares "Supremos" - lembrando do Gilmar Mendes, que já afirmou "Nós somos Supremos, ora" e "Estamos irmanados com o Xandão". É isso aí. E são mesmo Supremos, nesta republiqueta de frouxos, onde CACs com poder de fogo superior a todas as polícias enfiam os canos das armas nos próprios cus, enquanto aguardam o fechamento dos clubinhos de pipoco.

Chamar Lula - ou qualquer um dos seus - de ladrão, agora, dá cadeia. Sempre valeu xingar político no Bananil; mesmo com um pirocão no rabo, o brasileiro podia ao menos xingar. Mas esta fase acabou. O "novo normal" é ficar pianinho. O Procurador-Geral da República, nomeado pelo marido da Janje, fichou o Deputado mais votado do Bostil por esse motivo - Nikolas Ferreira, chamado de "chupetinha" pela turma do amor, ousou xingar o Presidente do Bostil. E o Ministro Fux, um dos Supremos, nomeado por Dilma Estoca-Vento, autorizou a abertura do inquérito. Acho que "Nicole" será jogado no xilindró, junto com os "patriotas". Vai tricotar com as velhinhas condenadas a dezessete anos de cana. Precisará de muita chupetinha no presídio em troca de cigarros - acaso fume, claro.

Falando ainda em ladrão, Lule teve 80,59% dos votos entre detentos. Eu pensei que ele vetaria o desejo popular contra as saidinhas porque teria uma dívida com seu eleitorado encarcerado. Mas não. Ele vetou por motivos nobres: "o princípio da dignidade da pessoa humana" e "proteção à família". Sim, foram esses os nobres motivos, conforme Lewandowski - atual Ministro da Justiça e Supremo-Aposentado, amigo de Lule - anunciou.

Enquanto o rola-bosta brazuca discute por aí como Elon Musk - ou Herlôn Músgue, na linguagem do populacho - ousou sugerir que vivemos numa ditadura, achando que painho Lule vai mandar prendê-lo, o Governo Fodegeral (e espero que foda mais e sem KY) cortou mais de 4 bilhões, no orçamento, em áreas como saúde, educação e tecnologia, pois não poderia cortar de viagens, mimos diversos como móveis novos, ministérios e cargos inúteis.

Lula e seus asseclas são os governantes que este chiqueiro merece. Se eu soubesse que eles retornariam para arregaçar tanto - e em tão pouco tempo - a espelunca auriverde, Molusco teria meu voto! É assim que se gerencia o monturo: com narrativas e perseguição aos oponentes; e com as ruas entulhadas de marginais (profissionais, fardados etc.), com som alto nas calçadas tocando pancadão e motocicletas dando grau com escapamento frouxo.

Abraços supremos e até a próxima.