Quantos aplausos esse bibelô merece? 👏
Jennifer Lynch manteve um grande vínculo com o trabalho de seu pai, David Lynch. Tanto que se notabilizou pelo livro O Diário Secreto de Laura Palmer, pegando carona no belíssimo seriado Twin Peaks criado por David em parceria com Mark Frost. Sobre o romance epistolar, recomendo meu vídeo abaixo. Realmente, o trabalho dela serve de complemento à compreensão do universo obscuro daquela pequena cidade encravada no Estado de Washington, entre muito pó, surubas e espíritos zombeteiros.
Como cineasta, ela arriscou algumas bobagens. A mais conhecida, sem dúvidas, foi Encaixotando Helena, filme ruim que é a cara do início dos anos '90, em sua busca pela nova estética que destoasse da década passada. É um filme ruim, mas bom. É aquele tipo de porcaria que vale a pena para ver o tempo passar à frente da TV, sem muito compromisso. E, ali, percebemos como Jennifer Lynch é realmente apegada ao genitor. Visivelmente, tentou chupinhar tudo o que podia do jeito paterno de escrever e dirigir, fracassando miseravelmente. Ninguém copia David Lynch, nem sua pimpolha.
Quem ama e cuida, bota num potinho. 💗
Recordo que Encaixotando Helena teve relativo sucesso nas locadoras de VHS. A capa era bonita, aliás. Atraía a clientela. E a ideia de um médico tarado amputando aos poucos sua preciosa vadia, claro, mexia com as cabecinhas da época.
Na trama, conhecemos o talentoso médico Nick Cavanaugh, cuja mãe era a gostosa chifreira mais requisitada da cidade. Meio que num complexo de Édipo, Nick tenta afagar seus desejos sinistros afogando o ganso em Helena, a putiane descolada da região. Nick queria ser um corno feliz, como seu pai também fora, casando com uma empoderada boa de rabo. Então aproveita o atropelamento de Helena para lhe amputar as duas belas pernocas. Mais à frente, também os braços. Sobra apenas o mais lindo peso de papel do cinema: Helena, mal interpretada por Sherilyn Fenn no auge da beleza. Aliás, tudo ali é fruto de más interpretações. O único que se saiu bem foi o músico Art Garfunkel. E acho, ainda, que a presença de Sherilyn Fenn no elenco também se deve a David Lynch, já que ela foi uma das estrelas de Twin Peaks. Sherilyn Fenn, jovem, nos despertava os instintos mais primitivos.
Encaixotando Helena é um grande exemplo do que resulta quando se tenta copiar o estilo de alguém, mesmo que de alguém da própria família. Mas diverte! E revi esta pérola recentemente graças às entidades benevolentes que insistem em upar filmes no YouTube, na íntegra e com ótima resolução.
Se o filme é ruim, o final certamente coroa a obra com uma das piores opções. Fechou com chave de bosta essa grande merda. Foi a cereja podre no bolo estragado. Ao menos a trilha sonora por Bill Conti é legal, bem como a escolha de músicas aleatórias como Woman in Chains de Tears for Fears ou Nessun Dorma de Puccini. Muita gente encara a obra pela ótica do relacionamento abusivo etc. Sei lá. Só sei que é um ruim/bom legal sobre um médico pervertido que gosta de brincar com facas e tesourinhas.
Abraços desmembrados e até a próxima.
Sherilyn Fenn compensa tudo !!!!!!!!!!
ResponderExcluirVc tb a guardaria num potinho? Kkkk
ExcluirAssisti a esse filme num já extinto cineclube aqui da cidade. Lembro que gostei dele à época, talvez pela sua estranheza e bizarrice.
ResponderExcluirNão sei se o reassistise, iria gostar.
Às vezes um filme que gostamos no passado "não funciona", conosco, após a passagem do tempo. Já outros parecem até mais bacanas. Acho que a ver com nossas experiências, claro, mas sobretudo com o "espírito do tempo".
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