quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

A Luz no Fim do Mundo [ Cinema, 2019 ]

Totalmente por acaso, resolvi assistir ao filme A Luz no Fim do Mundo, cujo título original é Light of My Life. Fiquei positivamente surpreso: produção simples, limpa, econômica, elenco diminuto, bem conduzida e com mote interessante. No caso, trata-se de filme pós-apocalíptico dirigido, escrito e protagonizado por Casey Afleck e sua cara de bunda. Essencialmente, na trama, acompanharemos um pai conduzindo sua filha num possível futuro onde a maior parte da população mulherística foi extinta por uma doença apelidada de "peste feminina". Como é de se esperar, num mundo onde quase todas as mulheres estão mortas, tudo funciona normalmente e não há falta de comida, água e até mesmo energia elétrica. Mas os caras estão piradões querendo xoxota e aí está a luta de Casey Afleck - apenas chamado de "pai" durante todo o filme - em proteger sua filha Rag, a qual anda disfarçada como se fosse garoto para evitar estupros, embora contando com apenas onze anos de idade.

O filme é lento, mas isso não é ruim. Há uma cadência no seu desenrolar, conseguindo nos manter presos à tela. Por vários momentos, flashbacks da vida passada do "Pai" nos são revelados, inclusive quando sua falecida senhora descobre estar contaminada pela "praga".

Durante quase duas horas, temos apenas uma cena de violência, totalmente seca, sem trilha sonora ou efeitos mirabolantes, entre porradas, sufocamentos e grunhidos. Dez minutos dessas duas horas são tomados, logo no início, por uma conversa boba entre "Pai" e Rag, com o primeiro inventando uma história para ela dormir, o que causa estranheza ao público e meio que serve de teste: "olha só, este será o ritmo do filme, tá mesmo a fim?".

Acredito que a obra poderia ter mais meia hora de acréscimo com algumas pegadas que seriam bacanas. Como ficaram os homens, sem bucetas para comer? Certamente, o mercado travequeiro deve ser o mais próspero naquela possível realidade. E o remanescente feminino? É dito por duas vezes que mulheres são guardadas pelo Poder Público em centros específicos, certamente se pensando em meios de reprodução. Mas bem que poderiam mostrar um pouco disso. Só que a proposta do filme é mesmo essa: simplicidade. Então ficou "ok" mesmo assim.

Filme que recomendo bastante.

Abraços vaginais e até a próxima.