sábado, 25 de maio de 2024

Estante nova para livro, quadrinhos e objetos diversos


E com o bucho mais cheio comecei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar

Da Lama ao Caos
Chico Science & Nação Zumbi

Mudei de residência há meses e ainda estou me organizando. Leva tempo e cansa. E isso tudo para, creio, me mudar novamente em poucos anos. Enfim: estamos sempre em movimento e pedra que rola não cria limo (há várias interpretações para este ditado!). Minhas prioridades foram área de serviço, cozinha e quartos. O resto, a gente vê depois - igual à "Economia" lulopetista. E é o que estou vendo agora: o resto que ficou para depois. Para resolver o problema de organização de HQs e livros que estavam numa estante provisória de metal (já empenada), pensei em comprar aquelas estantes montantes da Evolukit. Mas, após muito pesquisar, percebi que são móveis sem graça e caros. Há quem goste, claro. Cada um com seu gosto.

Então com mil reais encomendei a um marceneiro próximo uma estante tipo bancada, baixinha, com 1,80m de largura total e nichos sobreposto de 30cm cada um. Profundidade: 30cm, também. E o resultado foi melhor do que gasta mais com a moda Evolukit: fiquei com algo simples, elegante e funcional; e sob medidas exatas ao meu gosto. Coloquei os exemplares que estavam na estante provisória e ainda sobrou espaço, especialmente em cima da peça, para tralhas maiores como estatuetas e a caixa de som que uso para ouvir música e, às vezes, até mesmo para plugar algum instrumento musical, para o desespero de minha filha que não gosta quando faço barulho.

Acho que móvel acima também seria bacana para quem coleciona discos de vinil. A medida é exata, me parece. Os nichos facilitariam a organização e a parte superior seria utilizada para o setup: toca-discos, modulador, caixas menores etc.

Abaixo, compartilho postagem passada sobre o assunto, inclusive com meu cafofo anterior. Vou ficando por aqui. Abraços organizados e até a próxima.

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Thomas Newman



A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende.

Schopenhauer

Já mencionei algumas vezes, de forma rasteira, Thomas Newman - compositor que se notabilizou em trilhas para o cinema, na época em que a Sétima Arte ainda valia alguma coisa e "ir ver um filme" significava, em regra, ter uma experiência proveitosa no mês e ficávamos remoendo o que assistimos por vários dias, até a próxima grande estreia. Além disso, notabilizou-se, ainda mais, pela amizade com um de meus cineastas preferidos: Sam Mendes, com quem colaborou em grandes obras, a exemplo de Beleza Americana e Estrada para Perdição.

Não sei dizer qual o trabalho que mais gosto de Thomas Newman. Sou bastante marcado por Beleza Americana, talvez pela relevância que o filme possui em minha vida. Mas acho que me deslumbrei por seu trabalho lá atrás, bem antes de me interessar por trilhas de cinema: no magnífico Um Sonho de Liberdade, onde acompanhamos a vida lascada do banqueiro Andy Dufresne na prisão de Shawshank, entre pôsteres de beldades, declarações de imposto de renda e enrabamentos coletivos. Aliás, esta penitenciária estadual é constantemente citada por King em diversas de suas obras. A última vez que lhe vi menção foi no magistral Sob A Redoma. É um lugar que sempre causa calafrio em quem ouve seu nome. O sujeito aceita qualquer fita, desde que o risco seja apenas o xilindró local. Mas quando se fala em Shawshank, o maluco estremece e dá para trás.

Recordo que, quando vi Um Sonho de Liberdade em VHS, aqueles "sons" chamaram minha atenção. Eram músicas bonitas que "combinavam" com as cenas. Mas apenas após Beleza Americana (visto em DVD, no lançamento) foi que passei a procurar sobre o nome Thomas Newman, hoje quase septuagenário. E posso afirmar ser meu compositor preferido, de todos os tempos, dentro do cinema. A dramaticidade de Hans Zimmer, em especial nos filmes de Christopher Nolan, me tentam a retirar o velho Tom de sua colocação no pódio, mas sempre recuo. No final, meu espírito sedento de calmaria pende para as odes melancólicas newmeanas.

Recomendo sempre que ouçam trabalhos desse cara, especialmente quando estiverem trabalhando. Para mim, é algo que funciona bem há mais de década. Se eu colecionasse CD ou vinil, certamente tentaria ter todas suas trilhas no acervo.

Abraços melódicos e até a próxima.