domingo, 8 de agosto de 2021

Monsieur Verdoux [ Cinema ]

 

Selo Suzane von Richthofen de empatia.

Humor não é um estado de espírito, mas uma visão de mundo.

Ludwig Wittgenstein

Quando guri, vi uma das cenas mais engraçadas do cinema. Chaplin encontra um pedaço de madeira preso no bueiro e o movimenta com a bengala. Depois, o movimenta novamente. Então, outra vez. Vai fazendo isso e as pessoas começam a aglomerar. Não sei se faz parte de um filme ou se é apenas esquete curta. Simples e engraçado, sem uma palavra sequer. E, no cinema falado, Chaplin foi igualmente gigante, como percebemos em Monsieur Verdoux (1947, humor negro, 2h 13m).

Já de início, sabemos que Henri Verdoux fora bancário durante trinta e anos e de repente, na pré-crise de '29, foi despedido, ficando a ver navios, com filho pequeno para sustentar e mulher cadeirante para cuidar. O que fazer? Tornar-se um Barba Azul, claro, ludibriando mulheres ricas, matando-as e aplicando o butim em investimentos financeiros na bolsa. O filme não mostra os assassinatos; apenas os indica. E daí a genialidade de Chaplin (escritor, diretor e ator da produção). Assim, num dado momento, as empregadas da residência se queixam porque o incinerador está ligado há três dias, sujando com fuligem roupas nos varais. Não precisa ser dito: Verdoux está torrando pedaços da mais recente vítima. A passagem da noite para o dia, pela sacada, nos indica outro assassinato: ele matou outra esposa, possivelmente asfixiada. E assim vai seguindo até quando todos os seus investimentos tornam-se poeira com o grande crash financeiro global.

Acima é como posso resumir este ótimo filme, disponível gratuitamente, com legendas, no YouTube, em ótima imagem. 

No final da história, o assassino tem um surto de desencanto pela vida e precisa se penalizar por seus crimes. Então se entrega à polícia e é condenado à guilhotina, não sem antes fazer um dos célebres discursos tipo O Grande Ditador. O que tive medo foi do teor das palavras, onde o bandido procura se igualar a todos os demais cidadãos de sua nação, empregados numa guerra contra o avanço do Reich. Pela ótica do assassino, o moleque que vai à guerra (bem como seus generais e políticos) são tão canalhas quanto ele, matador de velhas burras e indefesas. Ali, Chaplin prenunciava a era do relativismo mortal (sim, mortal), tão comum nos dias de hoje, onde a Netflix endossa a ideia de que Elize Matsunaga foi uma pobre vítima da TPM; ou como a rede Globo, pedindo cartinhas de amor ao travesti Suzy Oliveira, estuprador e assassino de um menino.

Abraços e curtam este filme, anexado a seguir.

6 comentários:

  1. Olá, Neófito.
    Desconhecia o filme. Gosto bastante do Chaplin, principalmente pelas trapalhadas dos personagens que ele encena.
    Vou tentar assistir no final de semana acompanhado de uma bebida de final de noite, quando sobra um tempo livre para não fazer nada e relaxar.
    Hoje tudo é relativo, mas acho que acontece por estarmos pensando que os loucos pensam como os indivíduos comuns, estamos fazendo muito a risca a história psicológica de pensar o que faria na pele do indivíduo.
    Elise Matsunaga pode até ter tido crises de TPM, mas praticamente todas as mulheres têm, e não saem por aí matando pessoas.
    Não podemos tentar imaginar o que gente maluca e mentalmente deturpada pensa, caso contrário seriamos da mesma laia e faríamos as mesmas barbaridades.
    Abraços!!

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    1. Fala, Matheus!
      Se vc fumasse, um charuto cairia bem. Um double corona, que duraria até uma hora e meia de filme.
      Acredito em Verdade enquanto adequação entre o objeto e o intelecto (Tomás de Aquino). Tb creio em mínimo ético. Matar é errado, por exemplo, na concepção comum, salvo para tutelar a outra vida ameaçada. Então haveria um MÍNIMO ético.
      Certas convenções pode ser relativizadas sem problema algum. São acordos sociais. Mas haveria aquele mínimo. Por isso penso que o problema está neste relativismo MORTAL, e não moral.
      Percebo que transtornos mentais estão sendo abordados como super naturais: e aí entram as boderlines, extremamente perigosas. Já há coach por aí "ensinando" como o gado moderno deve namorar sua querida boderline.
      O japa pegou uma GP para casar e procriar. E ainda fez inseminação. Achou pouco e já estava quase se metendo com outra GP seriamente. Era um desastre humano. Poderia estar vivo ainda hoje torrando sua grana até morrer de tanto sexo, álcool ou um desastre num carro de luxo! Mas optou por ser feito em pedacinhos.
      Os homens contemporâneos são uma vergonha.
      Abraços!

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    2. Cara, ultimamente andei pensando bastante em fumar um charuto. Vi uma pesquisa que parece que não acharam nada de doença em caras que fumavam até 2 charutos/dia, mas não fui muito a fundo. Gosto também do cachimbo, único problema é que em minha casa não tenho espaços abertos e, receio, que os outros que moram comigo iriam me dar uma baita bronca por fumar (cheiro, perigo, etc...). Para evitar a fadiga estou me mantendo sóbrio nesse hábito, que até acredito que me ajudaria a relaxar um pouco.
      "Os homens contemporâneos são uma vergonha." Acho que faltam princípios, que acredito serem esses mínimos éticos para se viver em sociedade. Acho que muitos homens só vivem, já que viver não tem muito sentido (na maioria das vezes).
      Quanto ao Yoki, não sei se ele é meio maluco ou não, mas eu não compreendo como um cara financia uma GP para ser sua mulher. Acho que aquela história de não podemos mudar o que uma pessoa é, apenas aceitar é o mais válido nesses casos.
      Abraços.

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    3. Há um canal conhecido que vem divulgando bastante isso. Chama-se Aqui É Só Charuto. O que penso sobre tudo é o seguinte: tabaco faz mal e não há níveis seguros para consumo. Fumo porque me dá prazer, sem exageros e assumindo os riscos. São, no entanto, estudos interessantes mas que não iriam para frente. Ninguém quer levar a fundo estudos assim, porque não importam. É aquela coisa: fume por sua conta e risco e pronto.

      Fumar em local fechado é ruim para quem não fuma. Eu mesmo não faço isso.

      E é um hábito relaxante, deveras. Logo, pode trazer benefícios psíquicos que repercutem positivamente em seu corpo.

      O japa parecia o típico cavaleiro branco com complexo de messias, destinado a resgatar pobres moças erráticas de sua má sina.

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  2. Mais um pra lista
    Matsunaga deu muito mole, suzana richgatamaluca tb.
    Deviam ser surtadas e drogadas na época
    Devem ta colando velcro sem parar na cadeia, sendo comidas pela elite da rale

    Abs

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    1. Olá, Scant!

      O japa gostava de prazeres intensos...

      Falando em colar velcro, ambas estão felizes com suas mulheres, atualmente.

      Abraços!

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