segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Novas facas, preparação et cetera

 

Duas armas letais.

Foto de Bia Sousa no Pexels

Este é o último diário de quarentena que faço porque o tema realmente esgotou. E, repito: nunca fiz quarentena. Mas, felizmente, me preparei um pouco e - mesmo talvez sendo chamado de exagerado - estoquei comida e não fiquei de trouxa pagando mais caro por arroz e feijão por aí, tampouco por carne - bastando pedir à sogra por um porquinho gordo ou galinha sem hormônios artificiais. Meu reforço na geração própria de energia foi um ótimo investimento. Aliás, a crise energética no Amapá está aí para mostrar o que ocorre quando você confia no Estado, lhe dá 50% de seus rendimentos e só recebe pirocada no redondo.

Quem acha que sempre haverá fornecimento de água e energia a preços justos bem como comida farta e barata no sacolão da esquina, tanto faz. Não perco mais tempo dando sugestões pessoalmente a colegas. Prefiro curtir um dia de cada vez, mas com os pés no chão. E, quem acha que tudo se resolve dentro de seu tempo e que governos e corporações nos amam... só posso sorrir.

Confesso que este foi um bom ano para mim. Falo sério. Fiquei preocupado com a educação de minha filha, no início. Mas cancelei sua matrícula logo no segundo mês de "pandemia" e, desde então, ela recebe aulas particulares diárias e teve excelente rendimento. Melhor do que na escola, aliás. E, como barnabé, recebi religiosamente meu suado dinheirinho, todos os meses, inclusive com todos os penduricalhos devidos.

Algumas pessoas sofreram e sofrerão. Negócios foram para o brejo, cidadãos caíram em depressão e até mesmo suicídios. Mas, o que fazer? Somos uma nação de mariquinhas como tantas outras. Como falou o Presidente da República na "reunião secreta" divulgada para o mundo, é muito fácil meter uma ditadura aqui. Basta o Prefeito mandar a guarda civil meter o sarrafo por você tomar sol na pracinha local. E ninguém fará nada. Neste ano, vimos policiais atirando em adolescentes que queriam surfar, senhoras apanhando no meio da rua porque estavam arejando as ideias num banco de praça e a PM invadir residências, à noite, para acabar com reuniões pacatas e cultos religiosos.

Enfim: fico triste pelos que sofreram. Mas... sejamos menos covardes, né? Já falam em nova onda do coronga e os gestores matreiros que estavam aglomerando nas eleições já querem loquindau e inflar dados de mortos para angariar grana fácil no combate à "pandemia". A roubalheira deste ano não foi suficiente.

Falando em preparação (me interesso por sobrevivencialismo há anos), comprei novas lâminas para a coleção e só não comprei mais munição porque fechei a cota. Mas janeiro está aí e, se puder, estocarei o possível de "bala" (como dizia meu avô, bala é pra chupar). Nos vídeos abaixo mostro as novas facas do acervo, compradas em viagens - aliás, ótimo ano para viajar; tive a oportunidade de ir a lugares maravilhosos, resorts etc., a preços baixos.

O ano seguinte se nos mostra perigoso. Kamala Harris possivelmente estará à frente na nação mais poderosa deste planeta e certamente fomentará a divisão social americana, triplicará o tamanho do Governo Federal e possui nas mãos as chances de arruinar a economia norte americana, o que terá reflexos sobre nós. Isso se não impor sanções econômicas em nome de "save amazon rainforest". Alguns prefeitos e governadores tentarão forçar loquindaus sobre nós, trouxas, que aceitaremos mansamente.

Em resumo: se você achou este ano estranho, prepare-se para o próximo, quando não haverá sequer auxílio emergencial às massas. Ou não: ache que o Estado cuidará de você e sua família e tire sarro de quem acumula banalidades como itens de sobrevivência.

Eu gostaria de ser rico e possuir búnquer subterrâneo com vários níveis, filtros de ar, fonte natural de água, uns 15.000 kw de geração de energia por mês e, se filiado a clube de tiro, arsenal e paiol de dar inveja a muita unidade do Exército. Mas me contento com três oitão, espingarda, algumas facas, muros altos e cerca concertina. Melhor do que nada.

É isso. Abraços corongados e até a próxima.


16 comentários:

  1. e o q vc faz em relação ao fornecimento de água?

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    1. Já existem máquinas que transformam umidade do ar em água, o problema é que são muito caras e não são tão eficientes ainda.

      Uma solução alternativa mas não permanente seria a perfuração de poços artesianos um sistema inteligente de captação e armazenamento de água da chuva.

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    2. Aqui é relativamente simples. Resido num Estado que guarda os maiores aquíferos da Terra. Com 70/80 metros de perfuração e um custo de oito mil reais, um colega já me ofereceu água "mineral" (forma de falar, água boa) para toda a vida. O problema é que o maquinário não entra mais no espaço que disponho, a não ser quebrando muros, passagens etc. Então andei vendo isso com a vizinha, é que minha cunhada. Ela ainda mantem acesso e podemos dividir um poço.
      Há uma opção chamada "bate-estaca" que entra facilmente aqui, mas quero água de qualidade e acho que eles não atingem a profundida desejada. Custaria uns quatro mil reais, acho. Cinco, no máximo.
      De qualquer forma, em caso de crise, possuo vários amigos com poços aqui perto. Água de excelente qualidade, todos com teste de vazão etc.
      Em caso extremo, eu poderia conseguir água aqui no quintal com sete a dez metros de perfuração, seria o conhecido cacimbão, mas água imprópria para beber, exceto se muito bem filtrada, fervida etc. Mas daria de pronto para plantas, algum animal e tarefas domésticas.
      É algo a ser ver. Mas fácil de resolver.
      Curiosamente, Estados menos secos e com bastantes chuvas possuem grandes problemas para obter água de qualidade. Aqui, é o inverso, desde que você possa gastar os valores mencionados.
      A alternativa do colega anônimo é utilizada por minha sogra. Uma cisterna de polietileno com dez mil litros capta água sas chuvas. A tubulação possui filtros para não entrar insetos, folhas etc. É algo bem eficaz e enche rápido até em uma chuvarada fora de época. Se eu construísse uma casa hoje, enterraria duas.

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  2. Também estou começando a me interessar por sobrevivencialismo, não existe porto seguro nesse mundo (coitado dos que acham que é o Estado) e a nossa sociedade ocidental, pelo andar da carruagem, estará colapsada até o final do século.

    Meu objetivo é me tornar autossustentável ao máximo, se as coisas estiverem realmente feias ter alguma propriedade rural aqui no BR com geração própria de energia, água (não sei como ainda) e alimentos (criação de alguns animais e plantação). Se eu conseguisse muito dinheiro internacionalizaria ao máximo meu patrimônio.

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    1. boa ideia
      https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-757910005-sistema-de-reaproveitamento-de-agua-da-chuva-esterelizada-_JM?matt_tool=69265266&matt_word=&matt_source=google&matt_campaign_id=9816966660&matt_ad_group_id=96807215501&matt_match_type=&matt_network=u&matt_device=c&matt_creative=430304135199&matt_keyword=&matt_ad_position=&matt_ad_type=&matt_merchant_id=275645211&matt_product_id=MLB757910005&matt_product_partition_id=894887052422&matt_target_id=pla-894887052422&gclid=CjwKCAiA-_L9BRBQEiwA-bm5fgC32ZAAeyBvaWAj7UPbrDbr4HO5sv0UtySz8Nabeh5upaxx71l1_xoCGe0QAvD_BwE

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    2. Me apoio muito nas escapada que poderia dar na roça da sogra, em caso extremo. Há bastante terra cultivável por lá e mata para caçar. Só de pomares nativos, dá para não ficar com fome (caju, goiaba, laranja, limão, tamarindo, jaca, acerola etc.). Há uns dois km daqui de casa, posso pescar. Também moro numa cidade pequena fodida no meio do nada, mas cercada por imensas zonas rurais e aqui se come bastante caça, especialmente aves. Mas ter uma propriedade SUA, segura e sempre bem cuidada, seria o ideal. De qualquer forma, numa situação de colapso, haverá bastante invasão onde houver pomares, criações e hortas. É algo delicado. Por isso me tornei grande defensor de estocagem de alimentos em casa (especialmente enlatados, enfim), esta sendo bem fortificada e não chamando tanta atenção. E, claro, com acesso à zona rural fácil, para quando você puder sair de casa, seja para incrementar sua despensa ou porque a comida realmente acabou.
      Se o gás de cozinha acabar, não me fará falta. Possuo bastante madeira por quilômetros a partir de minha casa, fogão à lenha etc. E aqui há boas madeiras para queima: marmeleiro para ignição e angico para uma queima mais demorada, entre outras opções.
      Não existe bem uma solução perfeita, para nós que temos recursos financeiros limitados. Mas dá para se preparar ao menos um poucos. É importante pensar sempre no que se fazer em hipótese de colapso. Vivo de olho em acessos, estradas, fontes de águas, plantações, animais etc.
      Se amanhã em precisasse de comida de graça, conseguiria carne e frutas de certeza!
      Se eu construísse uma casa, hoje, investiria em búnquer, cisternas de polietileno, poço artesiano (onde dá) e energia solar. Bastante energia!
      Deixe seus colegas ingênuos te chamarem de louco ou dizerem que você viu bastante Mad Max. Na pior das hipóteses, nada de ruim ocorrerá e você terá pelo menos uma casa sustentável e segura. Ah, e econômica no longo prazo. Só com energia solar, já economizo em torno de 500 a 600 reais por mês na fatura, isso porque uso bastante ar-condicionado.
      Lamento bastante eu não ter me preparado melhor e investido mais em engenharia. Foi tudo muito aos poucos, com limitações. No Brasil, é difícil se cuidar. Só para conseguir arma legal e munição, foi um parto. E agora querem acabar até com incentivos à energia solar para futuros usuários. Em breve, darão um jeito de proibir poços e até mesmo captação da água da chuva.
      Enfim: não sei como. Não há fórmula mágica. Mas tenha alguma preparação, por mais modesta que seja. Comece de algum lugar, de alguma forma. E observe à sua volta as opções. Numa grande cidade, onde o cara mora num apartamento pequeno, em meio a MILHÕES de pessoas, com difícil acesso à fuga, não há o que fazer: estará morto em dias. De resto, dá para se virar.

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    3. acho que de todas as ideias o bunker seria a única complicada e cara demais de construir (https://sobrevivencialismo.com/2013/07/20/os-perigos-de-um-abrigo-subterraneo/),

      pois são muitos detalhes - praticamente uma segunda casa ou uma quitinete subterrânea - bom para os milionários

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    4. Sem dúvidas. Por isso afirmei "seu eu fosse rico". Vejo muitas pessoas milionárias felizes da vida com seus aportes por aí, mostrando a evolução de patrimônio e falando das vantagens de uma vida frugal, minimalista etc. E que esquecem totalmente esse "pequeno detalhe": sobreviver em caso de colapso. Você transita pela finansfera melhor que eu e conhece bem os caras, todos empoleirados em seus apartamentos, mostrando mês a mês alguns milhares de reais a mais e não investem sequer 1/10 daquilo em segurança em hipótese de crise, até porque imóvel é "passivo". Paciência. Vão comer dígito binário.

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    5. E um búnquer não precisa ser exatamente uma estrutura como de filme americano. Uma área fortificada em casa, com acesso à água, à energia e a ar limpo e bastante espaço para estocar comida e com certo conforto, ja serve. A intenção é passar uma chuva, não habitar anos o local. Vi o link do Julio. O conheço desde que o canal era insignificante. Ele defende refúgios etc e, diferente de mim, é um especialista. Mas refúgios e outras opções também possuem diversos problemas... Áreas produtivas chamam atenção. Um grupo de pessoas armadas e já era.
      Uma área fortificada sob ou próximo à casa me parece plausível a alguém com certo recurso financeiro.
      Repito: não há fórmula 100%

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    6. " búnquer, cisternas de polietileno, poço artesiano (onde dá) e energia solar" - com meu pobre padrão financeiro, com exceção do bunker consigo pagar o resto.

      talvez uma versão do quarto do panico (https://www.bunkerbr.com/produtos-blindados/quarto-blindado-quarto-do-panico-sala-cofre-blindagem-cftv) fosse o mais próximo na prática que daria pra construir

      pesquisando parece que tem um preço inicial em torno de 50mil - caro, mas possíve. dessa forma daria para estocar alimentos e ainda servir de fortaleza temporária durante um assalto

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    7. Olha só, já construí e reformei imóveis. Acho que com 50 paus você consegue algo mais interessante. Mas o ideal (estamos falando muito em ideal) seria pensar num búnquer ANTES de construir a casa. Não vejo como tão difícil ter uma espécie de porão discreto, reforçado, preenchido no entorno com concreto e bastante ferro, ventilação mecânica gratuita (similar a exaustor industrial, o qual meu pai utiliza com ótimos resultados há anos, em galpões). E caixa de água você já deverá ter; então por que não enterrar dois tanques de 5 mil litros cada, ao lado do porão? A casa já terá calhas. Então por que não direcionar suas águas a essas cisternas, com filtros simples (peneiras)? Acredito realmente ser possível algo a preços razoáveis e que podem te tirar do sufoco em caso de crise. E repito: refúgio é um problema até mesmo para você se dirigir até ele. E outro ponto que destaco bastante: se manter em sua casa, perto de suas coisas, com conforto espiritual, é algo que certamente te ajudará muito a manter a mente limpa para encarar os problemas. E precisamos ter em mente que preparação é para eventos, curtos ou longos. Para toda uma vida, você se isolando ou fugindo numa eterna busca por insumos, não rola. Perde o sentido. Preparação serviria, a princípio, para te manter seguro durante um evento transitório, ainda que longo. Obviamente, as coisas podem caminhar para o fim definitivo, sem retorno. Mas aí é outra história e ninguém supõe realmente como seria a sobrevida assim.
      Tive um amigo (há anos não o vejo) cuja casa foi edificada num barranco. Então ele a edificou sobre laje e ganhou um baita porão. O problema é que ele não pensou no rio que estava próximo e, numa temporada de muita água, o espaço ficou alagado. Mas a ideia é que, num terreno inclinado, você não precisa nem gastar com retroescavadeira, concretagem ao redor etc.

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    8. Gostei mto da ideia do bunker, rs...

      Não digo q eu vá chegar à tanto, mas eu e a patroa estamos cada vez mais antissociais e nos isolando do resto do mundo... poucos amigos reais (fora da internet) e poucas saídas de casa durante a pandemia. Já faz 10 dias q não saio de casa e só sairei pra votar no domingo (espero não acordar na venezuela na segunda, kkk)!

      Abs!

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    9. "já construí e reformei imóveis." - se tiver saco, faz um post sobre essa experiência

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    10. Leo,

      meu círculo de colegas pessoais também é restrito. Acho que não chega a 15 pessoas. Aquele tipo de amigo que vem em minha casa quando quer, entra e fica à vontade para abrir a geladeira. E faço o mesmo na casa dele. Pessoas da mais variadas, felizmente. Aprendo muito com vários. De sua dúvida, algo pelo menos é certo: vcs dormirão com a Manu eleita. E esse "dormir" no mau sentido.

      Scant,

      Não saberia bem o que falar de útil. Sou apenas mais um brazuca entre blocos e argamassa. Mas quem sabe...

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  3. Morando no Interior eu tive mais acesso à produtos locais e naturais e percebi como somos dependentes do sistema. Minha tia planta, tira boa parte do sustento da terra, tem gado que fornece leite e carne. Ela tá com uma saúde de ferro, pega muito sol e tem todo esse trabalha braçal que não deixa o corpo esmorecer. Ela com quase 60 anos tem muito mais energia que eu com 36. Hoje lendo um gibi do Chico ainda vi uma história de um vendedor de livros em que a mãe do Chico propõe uma troca de produtos pelos mesmos...aí ela apresenta os próprios recursos naturais, mostrando que no fim é mais rica que muita gente. Às vezes fico pensando como seria se na cidade começasse a faltar as coisas, a gente ia tirar recursos de onde morando em apartamento, por exemplo.

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    1. Olá, minha amiga.
      Sua tia habita a vida real; nós, a simulação.
      Sei q história é essa. Ela quer pagar os livros com escambo, dando produtos da horta. Depois, no final, ele compreende que ele, sim, é nunca soubera viver a vida.
      A ida massiva de pessoas à cidade foi um erro. A permanência no campo deveria ser estimulada.
      Abraços!

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