quinta-feira, 30 de abril de 2020

Diário de Quarentena

Montagem de Yaroslav Danylchenko no Pexels


1. Estou velho e preciso cuidar da saúde. Assim, há algum tempo vou à academia regularmente. E tomei gosto pela coisa, aliás. Treinar me faz bem em todos os sentidos. Como ela se encontra fechada e sei que não abrirá nem tão cedo, estou correndo. Voltei a correr na rodovia aqui perto após anos sem fazê-lo. Corro em torno de dois quilômetros num bom ritmo e depois caminho a mesma distância. Acho que está bom. Conseguiria fazer mais, mas não sou atleta como o Presidente e não quero me foder com eventual dor muscular. O objetivo é tão somente cuidar da saúde e sentir o prazer de me exercitar.

2. Jogo bastante videogame e agradeço por ter comprado consoles recentemente. Me ajudou a preencher o tempo esses dias. Não tenho medo de sair de casa. Estou saindo. E indo às casas dos amigos para jantar e também recebendo amigos em casa. Mas não há lugares a ir no dia a dia com tudo fechado. Imagino a quantidade de pessoas com depressão crônica que estão à beira do suicídio. Mentalmente, estou de boa, embora preocupado com o colapso socioeconômico que se avizinha. Amiúdes: ótimos investimentos os que fiz em consoles e jogos físicos. Estou zerando tudo, sempre em modo "normal". Até fiz nova compra esta semana. Para XBox: Assassin's Creed IV Black FlagAssassin's Creed Odyssey. Para PS4: Uncharted 4 Thief`s End. Optei por este último em especial porque, esses dias, zerei os três primeiros jogos e me apaixonei. Como fã de Tomb Raider, foi natural a atração.

3. Sobre games, sugiro as postagens: Red Dead Redemption (2004) Jogos bonitos que joguei.

4. Li bastante também. Contos, novelas e gibis. Quanto a estes últimos, reli toda A Morte do Superman da Panini. Adoro esta saga boba caça-níquel por isso: é boba, simples, velha guarda. Quando guri, comprei em banca as edições Abril. Fiz muito sacrifício para isso. Eram caras. Depois, perdi-as devido a problemas com água na casa (longa história). Mais à frente, pude recomprar tudo novamente. E, quando saíram as da Panini, cofrei. Também li gibis Disney e estou com vontade de continuar com eles a todo vapor. Quanto a livros, acho que lerei, agora, Insônia de Stephen King. Apenas esses dias percebi que comprei o livro há bastante tempo e ficou repousando na estante. Curiosamente, não encostei nele. E olha que li vários do mesmo autor pelo Kobo neste meio tempo.

5. Não vi nenhum filme. Acho que há dois meses não vejo filmes nem seriados. Por quê? Não sei explicar. Ando preferindo alguns vídeos curtos no Youtube enquanto almoço ou janto. Assino Netflix, Prime Vídeo e possuo IPTV (porque de graça é mais gostoso e só não sonego imposto de renda porque descontam na fonte). Mas mais para minha filha mesma assistir. Opção para ela, quanto a isso, não falta. Nunca fui mesmo de ficar caçando produções nessas plataformas. Em regra, baixo por aí o que quero ver.

6. Pretendo me afastar um pouco de redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter. Não posto nada nessas plataformas. Mas acesso postagens de amigos e sou assíduo em alguns grupos do Foicebuque. Na verdade, sinto é saudades das comunidades do Orkut e sei que, hoje, não encontrarei nada como aquilo. O mundo mudou e eu também. Simples assim. Acho que perco tempo em rede social. Não vale a pena perder tempo neste momento. Estou lendo e jogando. E ficando com minha filha. Preciso aproveitar mais isso. O tempo gasto em rede social é perdido. Há coisas legais. Mas precisamos filtrar bastante e, após horas deslizando telas, fica o saldo insatisfatório.

7. Ando metendo diariamente como sempre e feliz que o pau sobe bem, mesmo com meus quase quarenta anos de idade e hábitos poucos saudáveis. Considerando que transo com minha esposa desde que ela tinha dezessete anos de idade e que estou há onze anos nessa labuta, é gratificante perceber que o tesão ainda surge mesmo assim. E isso é importante: fodam bastante. Homem tem prazo de validade. Um dia, sua piroca deixará de subir. Vovô sempre me dizia: "Aproveite enquanto é novo". E, como falei, ando longe de ser "novo".

8. Estou trabalhando. Pouco, pois vem aparecendo pouco serviço. Já falei aqui antes. Sou Oficial da Justiça do Trabalho e preciso ir às ruas. Mas há anos uso e abuso de ferramentas eletrônicas. Meras notificações (mesmo iniciais) fazia por e-mail e WhatsApp. Penhoras de imóveis: utilizo Google Earth e Street View. Em penhoras de veículos e demais bens móveis, muitas vezes, pedia fotos ao devedor, redigia o Auto e o remetia por qualquer via eletrônica. Após assinado, apenas juntava ao processo. Para Cartórios, acesso Malote Digital. Precisamos ser criativos. E sempre fui quanto a isso. Sempre rendi muito no trabalho sem me estressar tanto quanto alguns colegas. E até divulguei boas práticas, adotadas pela maioria. Então, quanto ao serviço, não mudou tanto. Produzia bastante em casa e continuo produzindo. Só não imagino como serão as futuras execuções trabalhistas contra tanta gente fodida à beira da miséria.

9. Estou pondo as coisas em dia. A vida não pode parar. Enquanto vivo, continue vivendo. Esses dias, fiz manutenção em carro. Troquei pneus (prejuízo). Deixei televisor na manutenção para trocar placa T-Con. Troquei o display de ar condicionado e comprei motor novo para uma geladeira. Sim, tudo isso de prejuízo num mês. Obsolência programada dos eletrodomésticos. E ressalto, com isso, a importância de redundância: ficaria sem geladeira em plena pandemia. Mas sorte que possuo mais duas. E ainda moro em lugar onde, mesmo neste período, tive acesso à manutenção.

10. Consegui comprar duzentas munições dentro da cota de meu registro de arma de fogo. Hoje, recebi a notícia que o Planalto elaborou projeto normativo para quinhentas e cinquenta unidades por mês! Seria um avanço histórico em termos de liberdade. E destaco que, há pouco tempo, houve aumento no limite. Mas creio que isso não passará adiante e, se passar, Procuradoria da República tomará providências junto à nossa prestativa Justiça para barrar. "Curiosamente", os membros do Ministério Público não abrem mão do acesso a armas. É o Brasil das oligarquias burocráticas, do establishment anti-indivíduo. Tenho certeza apenas disso: o desarmamento virá a todo vapor ano que vem, após a queda do Presidente, seu sitiamento integral ou internação em clínica psiquiátrica. Portes não serão renovados e armas poderão ser confiscadas (então "perca" a sua). Clubes de Tiro serão desautorizados pelo Exército. É bom estocar munição. O novo pacto social virá com reforço estatal recheado de opressão. Já falam abertamente sobre ele. Acerca do que penso, postei Pandemia e o mundo segundo Tio Patinhas. Não me estenderei mais sobre isso. O futuro do planeta é a opressão, ratifico. Vozes dissonantes serão ridicularizadas e soterradas.

11. Dedetizarei a casa amanhã e, para isso, dormirei dois dias na casa da sogra. Se moro no fim do mundo, a casa da véia é o limiar do nada a lugar algum. Essa parte da dedetização integra os "cuidados com a casa". Se vierem ordens para não sairmos mais à frente, ao menos não conviverei com insetos. E é possível que tais ordens surjam. Não devido à Covid-19, mas, sim, devido à necessidade imperiosa de avançar mais ainda essa máquina perfeita de produzir loucura e miséria, encontrada "quase que por sorte" pelo mundo global e sua sede por corrupção e controle social.

12. Preciso cuidar das plantas porque andam meio abandonadas e muito lixo se acumulando no quintal. Mas choveu bastante e apenas com a estiagem dá para fazer isso.

13. Darei um tempo no blogue também. Gosto daqui. Obviamente, se não gostasse, não o manteria. É terapêutico e exercício lúdico. Me sinto bem em escrever e, aqui, mantenho a prática; além de topar com pessoas queridas e interessantes. Mas é que o afastamento de redes sociais inclui este espaço. Continuarei acessando blogues que gosto (parceiros ou não) e comentando sempre que achar oportuno.

14. É isso. Aproveite este momento para algo bom. Em breve, bombas piores virão. Algo bem além de problemas sanitários. Aí, sim, você precisará se estressar para valer. Por enquanto, tudo está fora de controle e você nada pode fazer a respeito. Mas ainda há espaço para relaxar.

15. Abraços (simbólicos) e até a próxima.