Blogueiro velho desperdiçando tempo. Imagens geradas por I.A.
Vi uma postagem interessante no blog do Fabiano sobre ter ou não domínio próprio. O post surgiu a partir da indagação do Marreta sobre se pagar por um domínio próprio valeria a pena. Deixei lá minha resposta, defendendo que sim, é um investimento que vale a pena, diante do valor exíguo cobrado — dependendo do plano (anual, plurianual etc.).
Quando falo em investimento, não é necessariamente esperando retorno financeiro, mas sim investindo em algo que você gosta de fazer: manter um blogue. No entanto, pode, sim, haver retorno financeiro, caso você opte por monetizar. Fiz o teste de monetização por duas vezes, sendo uma pelo próprio Google AdSense — e não gostei. Muita poluição visual para um retorno pífio. Então, desisti. Mas o blogue continua aprovado para esse fim (monetização), caso eu mude de ideia.
Sobre isso, estou tentando ver se consigo algo via YouTube, pois parece mais viável. Consegui monetizar o canal há pouco tempo e, aos poucos, vai pingando uns centavos. Se o canal sobreviver, poderei sacar uns trocados esporadicamente, a cada US$ 100,00 acumulados. Veremos... Talvez, em breve, até mesmo o Google vaze do Bostil, diante de tanta insegurança jurídica e até mesmo diante da alma podre do bostileiro. Esta várzea faliu, mas poucos perceberam.
De qualquer forma, tanto este blog quanto o vlog já me rendem uma grana. Explico: sem eles, acho que eu teria adoecido mentalmente em vários momentos. Blogar e vlogar são terapias para mim. Logo, talvez eu esteja evitando gastos com psicólogos (nos quais não confio), psiquiatras e medicações caríssimas.
A internet é tão saudável para mim quanto ler, jogar videogame ou ver um bom filme. E, no caso deste site, tenho um carinho enorme por ele. Então, vale sim o “investimento” em domínio próprio, por esse apreço que possuo. Para quem não sabe, aliás, esta é sua segunda versão. A primeira foi removida pelo Blogger. Eu tinha backup das postagens, mas perdi, com isso, todo o histórico de mais de um milhão de acessos acumulados — o que certamente influencia na indicação do site pelos buscadores. Mas estamos aí novamente, engatinhando.
Voltando à postagem do Fabiano: o Marreta nos chamou de necrófilos. Achei bacana a definição. Parece mesmo que quem mantém e consome blogues são necrófilos de uma mídia já não apenas putrefata, mas cujos restos mortais foram cremados e espalhados no ar binário ou no mundo quântico. Pensei até em trocar o nome do meu espaço para “Blog do Necrófilo”, mas aí parariam aqui uma penca de tarados em busca de imagens de defuntas gostosas.
Por que blogamos? Porque gostamos. Porque preenche um vazio específico em nós — algo que precisa ser exprimido — talvez para recordarmos os velhos tempos da internet discada, seus fóruns, Orkut, IRC etc., e, mais especificamente, o HpG — plataforma brazuca de criação de páginas pessoais gratuitas, popular nos anos 2000 e tralalá. Precisávamos montar a página por meio de FTP (File Transfer Protocol). O meu site, naquela época de acesso discado, chamava-se Miscelândia — neologismo com “miscelânea” e “lândia” (land, terra, lugar). Durou pouco mais de um ano, acho.
Então veio a tecnologia Blogger, e a achei excelente: prática e com bons resultados nas ferramentas de busca.
“Blogo porque o instante existe / e a minha vida está incompleta. / Não sou alegre nem sou triste: / sou pateta.”
É isso.
Curiosamente, pedi à Skynet que definisse o Blog do Neófito, e a resposta foi a seguinte:
O Blog do Neófito é um espaço pessoal dedicado à cultura pop com um toque de erudição. Lá, o autor compartilha reflexões sobre artes, cinema, literatura, quadrinhos, música, séries e outros assuntos variados — sempre com uma pitada de análise ponderada ou ‘verniz de erudição’.
Principais características:
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Temas diversos: de resenhas de filmes e séries, passando por críticas de HQs e séries literárias, até reflexões sobre músicas, arte e cultura em geral.
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Abordagem reflexiva: um olhar pessoal e crítico, muitas vezes carregado de digressões e opiniões sólidas, como mostrado nas postagens sobre quadrinhos ou música.
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Formato misto: textos com profundidade, com publicações regulares que misturam análise, narração de experiências e sugestões culturais em diversos formatos — escritos ou com vídeos/vlogs.
É mais ou menos isso. Nem eu saberia defini-lo. Na verdade, é meu antigo Miscelândia do HpG, apenas numa plataforma diferente. Não dou mais a atenção devida a este espaço, deveras. Mas, mediante o canal no YouTube, consigo trazer gente para cá, mesmo que seja apenas para uma bisbilhotagem marota.
Além disso, falar merda no iutúbi está me servindo mais, emocionalmente, do que escrever. Pode ser apenas uma fase, acho. O tempo dirá.
É isso. Só groselhar um pouco aqui.
Abraços necrófilos a todos — e até a próxima.
São ferramentas diferentes que servem, para nós, ao propósito de nos ajudar em nosssa saúde mental. O encanto pelo YouTube é justamente o fato de que pessoas comuns, como nós, são vistas, ouvidas, percebidas. É um contato maior, mais intenso, onde veem sua pessoa, onde você está, e ouvem o que você tem a dizer. Antigamente, isso era restrito aos profissionais da TV.
ResponderExcluirPessoas gostam de pessoas. Esse vem sendo o diferencial das redes e plataformas em relação à TV.
Não considero o fim da TV, mas acredito em coexistência que já está se consolidando.
O blogger tem uma dinâmica mais discreta, serve para quando a gente não quer aparecer. A gente quer ficar "escondidinho". É muito bom também. É diferente. Ambos podem nos fazer muito bem, cada qual à sua maneira.
No fim, a pergunta do Marreta pode ser respondida com duas palavras: satisfação pessoal.
Por que não?
“Antigamente, isso era restrito aos profissionais da TV.”
ExcluirSim, tudo era restrito à panelinha do poder: produção cultural em revistas, jornais, TV, cinema, música etc. Até a putaria era restrita aos donos dos negócios. Vera Fischer falou, certa vez, que precisou muito da "xoxota" para conseguir até comerciais. Hoje em dia, não. Qualquer quenga abre seu perfil em plataformas adultas sem ter que pagar boquetes para editores de revistas e diretores de TV, cinema e teatro. Qualquer pessoa engraçadinha bomba com seus vídeos de humor e fica rica. A coisa é por aí. Muito lixo? Sim. Mas também havia muito lixo antes, proporcionalmente, e cabe a cada macaco brasileiro selecionar o que consumir.
“O blogger tem uma dinâmica mais discreta.”
Exato. Há coisas que, se você falar no YouTube, dão a sensação de a Polícia Federal batendo à sua porta no dia seguinte. Nos recônditos do Blogger, passa mais despercebido. E, além disso, há coisas que só podem ser melhor expostas de forma escrita, para que cada um as absorva de sua maneira, como se dito por sua voz interior.
Abraços!