quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Muito Velho para Morrer Jovem

 

Eu nas dunas do delta, já bastante velho para morrer jovem.

Conheci a obra de Nicolas Winding Refn por seus três últimos trabalhos: Drive, Only God Forgives e The Neon Demon. Se você nunca assistiu a nenhum desses filmes, recomendo que o faça logo. Quanto a Ed Brubaker, dispensa apresentações a leitores de quadrinhos. E é dessa dupla o diferente Too Old to Die Young, disponível na Amazon há pouco tempo. Não sabemos bem classificar a empreitada: série em uma temporada ou longo filme dividido em vários volumes? E talvez isso não importe tanto. É apenas uma bonita realização para quando você estiver com tempo de sobra e puder degustá-la.

Tomei conhecimento da produção tão logo disponível na plataforma. Contudo, procrastinei até o final do ano passado para vê-la. Não queria começar e interromper, e sabia que seria algo de lento consumo e digestão tardia. Não espere resoluções rápidas e passagem veloz entre os planos. Muito Velho para Morrer Jovem demora em tudo. Não há pressa. Isso certamente pode afugentar algumas pessoas. Sempre reclamo da enrolação em livros, quadrinhos, filmes e seriados. Coisas que poderiam ser mais rápidas e que rendem apenas para encher linguiça. Contudo, na obra em apreço, é diferente: a proposta é, sobretudo, fruição estética, aliada a boas tramas, todas desenvolvidas num faroeste contemporâneo, onde a imundície de Los Angeles é belamente retratada em fortes tons de cores primárias (marca de Refn, aliás).

O Estado da Califórnia é curioso. Se fosse país independente, teria uma das cinco maiores economias do planeta, sobretudo devido à produção tecnológica. Contudo, afunda-se na merda, literalmente. Literalmente porque o cocô nas ruas tornou-se grave questão sanitária, junto à mendicância extrema e guetos protegidos pelo Estado para consumo de drogas. O liberais fazem a cama onde a esquerda deita e rola. Se você for jovem e contratam-no para cuidar de um jardim, poderá ser preso, pois não está devidamente registrado na burocracia estatal e sindical, pois é necessário experiência ou bom apadrinhamento. Mas se você optar por cometer roubos até determinado valor econômico, a polícia não poderá prendê-lo em Los Angeles. Acaso queira viver numa cracolândia, todos os dias o Poder Público fornecerá seringas, cachimbos, água destilada, canudinhos e até mesmo hidratante labial. Mas não banheiro: tem que cagar na rua. A classe média trabalhadora não tem mais acesso à moradia. Acabaram-se as habitações e os entraves burocráticos impedem a expansão. Quem pode trabalhar remotamente, migra para outros Estados, especialmente para as localidades mais "caipiras", onde encontram segurança, "horríveis" valores tradicionais, ruas sem bosta, baixos impostos e menor interferência burocrática. O maior destino dos riquinhos progressistas californianos é... o Texas. Assim é a vida. Quando a merda esquerdista começa a feder, a gurizada corre logo para segurança conservadora.

Too Old to Die Young se baseia nesse mundo de luxo e sujeira californiano: policiais mal pagos e corruptos, máfias locais (as nativas e importadas, como cartéis mexicanos e Yakuza), tráfico de mulheres sobretudo para exploração sexual e patricinhas cheias do pó em festinhas milionárias. Ainda há espaço para a indústria lucrativa da pornografia ilegal e os ex-yuppies da era de ouro: hoje totalmente insanos e cheios da grana (e de heroína). E, claro: luzes fortes e neon para todo lado. O mais perto de um protagonista é o policial Martin Jones, vazio e soturno. É difícil dizer quem é ele ou o que se passa por aquela cabecinha. Como toda realização de Nicolas Refn, você precisa se dar à fruição estética, sem queixa pela demora. Até o movimento de câmera é demorado e os diálogos se dão com bastante espaçamento.

Gostei bastante de rever Jena Malone, a qual perdeu todo o encanto com o avanço da idade. Passa longe daquela garota que mexia com nosso imaginário. Aliás, até eu passo longe do que fui. Faz parte... E cansei do seriado, às vezes, não devido ao arrastado da trama, mas, sim, pelo excessivo apelo homossexual em diversos capítulos. A ambientação árida e o fundo western me recordaram - com ressalvas, obviamente - Onde os fracos não têm vez (filme e livro os quais indico sempre).

Quem acompanha este blogue, deve ter percebido que o ando atualizando pouco. Andei realmente envolvido com diversas atividades pessoais produtivas, cuidando de casa, viajando (finalmente pude navegar pelo Delta do Rio Parnaíba, entre  igarapés, lama, caranguejos e belíssimas ilhotas de dunas sempre em movimento), lendo bastante, jogando videogame e brincando com minha filha. E, em breve, retornarei ao trabalho. Penso que o ritmo aqui será mais arrastado este ano. Mas, ao menos, procurarei deixar algumas sugestões do que vale a pena compartilhar, como a produção ora indicada. Contudo, o ano será mesmo de mais dedicação à família, leitura, games, cinema e vida rural. E bem menos blogueirismo.

Abraços arenosos e até a próxima.

18 comentários:

  1. "Quem pode trabalhar remotamente, migra para outros Estados, especialmente para as localidades mais "caipiras", onde encontram segurança, "horríveis" valores tradicionais, " - parece o RJ, daqui a pouco vou morar no nordeste, em alguma cidade dos antigos coronéis

    parabéns pelas viagens

    a vida é pra curtir, principalmente com grana no bolso

    abs!

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    1. Olá, Scant.
      O RJ é um Estado politicamente criminoso e que será ocupado massivamente por criminosos de facções. Endividado, a conta está chegando.
      Apenas os muitos ricos poderão habitar condomínios-fortaleza.
      Sugiro o interior de Minas ou do Sul. Mas, claro, o litoral do NE é belíssimo e vale a pena, desde q fora da Capital.
      Essa região do Delta, na foto, é incrível: rios e mar, clima ameno e sossego.
      Minha grana é no limite, pois sustento pessoas. Mas dá para pequenas aventuras.
      Abç!

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    2. "será ocupado massivamente por criminosos de facções" - aqui já tá tudo dominado. o poder se divide em pequenos feudos milicianos, cada um com sua hierarquia, tirando o dinheiro do povo e lavando nas igrejas evangélicas
      pior não fica
      interior de minas parece uma boa

      abs!

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    3. Sobrou para os evangélicos... kkkk

      Talvez até o interior do Rio tb. Vale a pena analisar bem.

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    4. tem umas cidades legais
      Penedo é bem legal e é próximo a um grande centro

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    5. Alagoas possui uma cidade chamada Penedo, bem agradável.
      Para vc que pode trabalhar remotamente e ainda não comprou casa própria, qualquer opção será mais acertada do que sobreviver no Rio.

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    6. quem me dera, ainda tenho plantões físicos
      mas a ideia de morar no interior do RJ ainda pode ser viável

      abs!

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    7. Uma remoção para o interior seria algo a se pensar...

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    8. ainda penso nisso

      tenho alumas pendencias na cidade, mas tem alguns interiores que valem a pena a tentativa

      há uns dois anos só perdi uma oportunidade em petrópolis/RJ (ótima cidade) pq não era antigo o suficiente
      desisti de paraty/rj, que era um antigo sonho de consumo (eu teria conseguido), pq lá virou terra sem lei recentemente

      mas a remoção é uma ideia viável pro futuro

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    9. Cara, Petrópolis deve ser uma maravilha para viver. Contudo, assim como Paraty, deve ter um custo de vida alto e ser estressante em alta temporada. Essas cidades badaladas podem ser um problema. Analisa com calma. Não te faltará tempo para isso.

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  2. Quando li o título "muito velho para morrer jovem" fiquei bastante intrigado. Me lembrei de uma passagem do livro "O que eu falo quando falo de corrida" de Haruki Murakami. Ele conta em uma reflexão que jamais pensou que ficaria velho quando era novo e ouviu, certa vez, Mick Jagger dizer: "prefiro morrer que continuar cantando satisfaction quando tiver quarenta e cinco anos". O tempo passou, e Mick jagger continua cantando Satisfaction, pois nunca pensou que ficaria velho quando era jovem. Creio que quase sempre temos esse sentimento, não sabemos quando ficamos velhos, nem queremos aceitar, nos tornando sexagenários que querem parecer novos pelo simples fato de não parecerem tão velhos quanto os velhos de antes.
    Mas qual seria a idade em que ficamos velhos suficientes para não mais morrer jovens? Será que existe essa idade? Não seriamos sempre jovens, dependendo de como nos vemos? Ou sempre velhos, um segundo mais próximo do fim?

    O Estado da California se parece bastante com as grandes cidades do Brasil então. Me pareceu bastante com São Paulo (deve ser mais parecido ainda com o Rio, mas nunca fui lá para confirmar). Existem várias regras para aqueles que querem fazer a coisa certa e muita impunidade para aqueles que querem fazer o errado. Como a cidade é muito gigante, as cidades próximas acabam sendo suas próprias cercanias. Eu, em meu último trabalho, precisava rodar 1h de carro através de um trânsito caótico para chegar ao serviço (já cansado, imaginando o trânsito da volta).
    Mesmo o home office não é legal por aqui. Como os espaços ficam cada vez mais diminutos, para poder acomodar tanta gente, a grande maioria das famílias de 3-5 pessoas vive em um espaço de 50-90 m², em prédios, tendo que montar o famoso cama-escritório, prejudicando o sono e o trabalho.
    Viver no campo é uma boa escolha, para voltar as raízes, mas ainda assim uma escolha difícil, já que a maioria dos empregos estão nas cidades grandes, tornando difícil para a grande maioria realizar este movimento. Ainda assim, um bom sonho estar nessas dunas. Estive em Jeriquaquara e achei as dunas maravilhosas. Quem sabe um dia não visito as do Delta também.

    Quanto ao blog entrar num ritmo de menor produção, acho normal no atual ritmo da blogosfera. E como disse o Scant, temos que aproveitar a vida e os pequenos momentos que nos são dados neste planeta.
    Hoje, pensamos muito em produzir e render o máximo possível, melhorar a performance a todo custo. As vezes, tudo que precisamos é parar e levar as coisas mais vagarozamente, contemplando e agradecendo o que nos já foi e é dado pela Providência, ou seja lá quem seja responsável por esta bagaça que chamamos de vida. Torço para que no interím consiga trazer alguns textos para nossa leitura.

    Um abraço, do outro lado do Brasil.

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    1. Olá, Matheus.

      Como está? Espero que bem, dentro do possível.

      Desconheço a obra citada por você, mas adorei a referência a Mick Jagger e tudo mais o que se desdobrou daí, em relação ao avanço da idade e de quando estamos velhos ou não. Dá o que pensar e deveras não é objetivo. Mas dá para TENTAR buscar parâmetros razoáveis além do mero subjetivismo. No meu caso, penso em expectativa de vida; ou melhor: sobrevida. Já quase quarentão, mesmo que obtenha certa longevidade, esta não há como ser plenamente produtiva em todos os aspectos humanos (especialmente quanto ao gozo dos prazeres da vida). Fatalmente, em poucos anos deverei ingressar em restrições alimentares, problemas de saúde surgirão e a mobilidade ficará reduzida. A vida sexual também decairá e terei uma adulta como filha, não mais uma criança. Logo, acho que, quando olho para a frente, esta “frente” é bem mais curta do que o passado. Não possuo mais as expectativas da “juventude”. Não consigo mais sonhar com nada e só quero tocar a vida que possuo em paz. Seria um “parâmetro”, talvez… Dentro destes termos, estaria “velho”.

      Jeriquaquara é pertinho de onde estive. Do lado. Pensei até em dar um pulo lá, mas como estava com criança, seria muito movimento, logística etc. E não era o objetivo da viagem. Viajar com criança nos limita bastante, aliás. E queria mesmo aproveitar o delta, rios e, claro, o mar. Sem contar que as cidades do norte piauiense são agradáveis. São o tipo de cidade que gosto e onde penso em ficar de vez. Você encontra pouca densidade demográfica, ruas e estradas fluidas, terras boas para cultivar (acaso queira ter ao menos uma mina chácara) e rios para pescar com peixes a rodo. E clima PERFEITO durante todo o ano.

      O que você falou sobre espaços diminutos para habitar me dá arrepios. Quando imagino que as pessoas pagam uma nota para habitar caixotes, estremeço. Meu irmão mora num apartamento em Recife. Quero distância absoluta desse modo de vida e por isso rejeitei remoções, em meu trabalho, para capital. As grandes cidades, aliás, já estão em declínio.

      Blog é terapêutico. Acho agradável escrever aqui e acompanhar o que ainda andam fazendo por aí nessa plataforma defunta. Não é nada premeditado. É que apenas percebi um certo desinteresse, meu, em escrever aqui por estas últimas semana e pressenti que isso se arrastará.

      Sobre “render o máximo possível”, isso não faz parte de mim há anos e anos. Na verdade, até me condiciono para me dar dias de vadiagem à toa. Falo sério. Profissionalmente, tento dar fiel cumprimento às minhas atribuições para me sentir bem comigo mesmo, considerando que recebo grana dos cofres públicos. Sou considerado um bom servidor público, mas creio que apenas porque cumpro minhas atribuições a contento e aprendi a otimizar tarefas igual a um macaco num sistema pavloviano. Se metade do Brasil cumprisse seus deveres mínimos, isto aqui seria primeiro mundo.

      Outro grande abraço e grato pelo comentário. E pesquisarei sobre a obra citada!

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  3. Eii, como tem estado?

    Já devo ter falado isso por aqui mas não costumo acompanhar muito aos filmes e séries então com exceção de O Mandaloriano e VandaVision que estou vendo comentarem horrores pela internet, acaba que não conhecia essa obra aí. Gostei bastante da estética dele e posso estar falando groselha já que sou cria da metade dos anos noventa mas todo esse neon me passou uma "vibe" meio oitentista por conta das coisas da época que já assisti.

    Tenho acompanhado você pelos stories do insta e que bom que está aproveitando, mesmo. A quarentena foi meio difícil pra todo mundo então fico mais animada quando vejo que alguém não ficou na merda rs

    Abraço,
    Larissa - Parágrafo Cult: Instagram | Blog

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    1. Olá, Larissa.

      Sobre O Mandaloriano e VandaVision, também sou bombardeado por ótimos comentários. Mas ainda não cheguei nem perto. É muita coisa para ler, ver etc. Então dá para aguardar. Um dia talvez os veja... ou não. Enfim: vamos devagar.

      Nasci no início de 80". Logo, nos anos 90" era criança e já com uma boa cabeça, consumindo todo o refugo gringo oitentista. Foi muito bom. Não é mero saudosismo. Foi realmente uma boa época, para uma criança brasileira, consumir lixo norte americano da melhor qualidade.

      Não podemos nos deixar que nos deixem na merda, exceto sob o uso da força onde não exista defesa. As informações estão aí, além das filtradas pelos jornalecos cheios da grana. Vamos catá-las, analisá-las e tocar a vida. E vida é muito curta para deixá-la nas mãos dos drauzios varellas da vida, ou dos átilas lamarinos. É o que acho, enfim. Cuide-se!!

      Abraços!

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  4. Que rostinho mais saudável e bronzeado! Aproveitar o maior tempo possível com a família é certamente a melhor forma de passar por esse período desagradável que se estenderá por 2021. Felizmente temos nossa vida relativamente estruturada para aguentar o tranco sem perder, por enquanto, a dignidade.
    Moro em uma cidade relativamente pequena mas recentemente tentaram invadir os apartamentos do primeiro andar de nosso prédio. No condomínio vizinho, um casal idoso foi abordado com violência no portão (as câmeras mostraram uma bem planejada operação com dois carros de apoio, certamente uma quadrilha). Felizmente só levaram o automóvel. Penso me mudar em breve para alguma cidadezinha menor, bem menor.
    E o que será de nossos filhos? Meu guri está prestando vestibular mas, vencida esta etapa e a política de cotas, terá trabalho que o permita viver dignamente? E se optar por ser autônomo ou empresário, o Estado faminto, burro e corrupto aliado a insegurança jurídica geral do país vão permitir que ele prospere? Não acredito. Vai trabalhar muito e sem direito a aposentadoria apenas para não morrer de fome.
    Tenho pensado muito em um Plano B! Mas antes vamos ver se saímos de 2021 com a pele intacta. Grande abraço!

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    1. Fala, Pateta!

      Grato pelo "rostinho saudável", mesmo sendo abastecido com bastante álcool e tabaco (reduzirei este ano). Meio bronzeado, mesmo. E olha que sempre me lambuzo com filtro quando vou me expor alguns minutos ao sol, pois este me castiga.

      Certa vez, acordei com a polícia arrombando e invadindo o apartamento ao lado do de meu irmão (prédio anterior em Recife). Os moradores viajavam e uma quadrilha estava roubando o apt todinho, aos poucos, enquanto dormia lá, assistia à TV e preparava refeições. Contando ninguém acredita. Eu dizia ao pessoal ouvir barulhos ao lado, de madrugada, mas ninguém levou a sério. Foi tão insana a coisa toda que chega a ser “hilária”, quando narrada. Muitos colegas residentes em cidade grande acordaram, em suas casas, observando sistema de monitoramento e vendo os malandros pitando e bordando no restante da casa. É muito comum, em Teresina, que o corredor com acesso aos quartos seja fechado por uma porta de segurança. Assim, isolam parte da casa. Percebo mais isso em Teresina do que noutras cidades. Canso de ver vídeos da capital (que era até pacata quando a conheci) com pessoas rendidas na entrada de casa, com arma na cabeça. A perspectiva é piorar tudo e isso se estender até mesmo às cidades minúsculas. Mas, nas grandes, não há mais o que fazer e, como dizem os manos: tá tudo dominado.

      Suas palavras me trazem conforto, acerca de seu filho. Pelo simples fato de que esses pensamentos também me ocorrem. Me vejo tendo que viver bastante para dar suporte à minha filha. E o pior: será que conseguirei me dar suporte mais à frente? Haverá aposentadoria? Se sim, dará para me manter com dignidade, conforto e aquele mínimo de lazer? Certamente, pode haver um grande boom econômico e quem sabe conheceremos mais uma breve prosperidade financeira de duas décadas, com bolhas financeiras e monetárias inflando e todo mundo delirando com um eventual crescimento econômico fajuto. Mas o futuro a longo prazo me parece mesmo é mais sombrio. E, sim, este ano não será muito diferente do anterior. Se deixarmos, os donos do mundo nos esmagarão emocionalmente. São como aqueles jornalistas da Rede Globo que nos mandam ficar em casa para que eles possam curtir a praia. Daí me recuso a entrar nessa loucura e vou tentando viver normalmente. Na verdade, estou vivendo normalmente. Falo com franqueza. Só mudarei minha vida sob efetiva ameaça de coação estatal.

      Ah, sobre cotas raciais, são mesmo um problema. Ainda hoje acredito na viabilidade de sistema de cota SOCIAL. Mas já era. A tendência é ampliarem cotas para um sem número de raças, seja lá o que for isso no Brasil. A família materna de minha filha é negra, mas ela é branca. Minha cunhada é preta, mas pariu filha loira devido à genética paterna. Isso de raça, no Brasil, é uma putaria. E ainda por cima criamos tribunais raciais. Como minha filha me parece ser boa de melanina, tô pensando em mantê-la ao sol, aos poucos, para pegar um bronze. Ao menos antes de seleções públicas! De qualquer forma, espero sempre que ela se autodeclare negra.

      Falando em boom econômico, este momento é pré apocalíptico e poucos percebem. Todas as bases monetárias do planeta foram expandidas e essa grana está entrando a rodo onde não deveria, inclusive no mercado financeiro e criando bolhas. Em breve, talvez tenhamos algo mais sombrio do que 1929. Se eu tivesse grana, hoje, trocaria quase todo meu papel colorido por bens sólidos, bastante ouro, armas, munição e terra arável. Não acredito mais nem em Bitcoin no longo prazo, após as execuções de milionários chineses e a cisma do Partido Comunista com a criptomoeda. Seu blockchain não deve ser tão seguro assim às maiores potências globais, todas na ânsia de mais controle e criação de suas próprias moedas eletrônicas.

      Não podemos colocar os carros na frente dos bois e nos desesperarmos com o futuro que se avizinha: o grande “reset”, nova ordem mundial anunciada por Biden e possível grande crise humana. Mas podemos ao menos nos manter em modo de alerta. Já é algum começo.

      Abraços!

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  5. Acredito que meu ano também será mais dedicado aos meus filhos do que a qualquer outra coisa. Ando pouco inspirada pra postar no blog, procurando outras atividades no meu escasso tempo livre.

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    1. Oi, Fernanda. E contigo são dois, exigindo mais atenção. Blogue é para quando dá na telha, mesmo.

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