domingo, 6 de outubro de 2019

Somos a turma da Justiça Social [ Reflexão gratuita ]


Da novilíngua de George Orwell e o nadsat de Anthony Burgess, chegamos a este presente mais tenebroso do que os futuros distópicos previstos em 1984 e Laranja Mecânica. A linguagem do politicamente correto foi o elemento chave para a engenharia social que nos deu a atual geração de burros imprestáveis. O patrulhamento do politicamente correto é o instrumento mais perigoso presente na agenda da chamada Nova Ordem Mundial. Este patrulhamento amordaça as pessoas, enrijece quaisquer possibilidades de debate sério sobre temas relevantes à estrutura social de uma nação. Se você endossa o "não me toque" ou o "todos são iguais" sem refletir acerca do alcance dessas colocações, assista ao vídeo acima, escrito, dirigido e protagonizado pelo humorista Neel Kolhatkar. Depois, ignore! Escola de Frankfurt, flawless victory.

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8 comentários:

  1. Esse é um tema bem delicado nos dias de hoje. Sou a favor da igualdade em diversos tópicos porém acho que certos assuntos devem ser analisados e debatidos com calma porque cada pessoa tem uma realidade completamente diferente da outra. Eu mesma, por exemplo, sou a favor de igualdade de gênero porém muitas vezes tenho que me policiar sobre determinados assuntos porque várias pessoas se moldam em opiniões tão extremas que você pensar diferente ou tentar abrir uma discussão sobre tal tema acaba criando uma imagem negativa para si mesma no meio. Sim, certas palavras ou atitudes podem magoar ou ofender alguém (eu mesma tenho problemas sérios de autoestima e falar sobre meu peso me deixa bem mal) porém parece que essa "nova era" deixou as pessoas com a sensibilidade cada vez mais aflorada acerca de temas polêmicos. Estão atacando antes de serem "atacados" até mesmo quando não há nenhuma intenção de ataque da outra parte. O ideal da "mente aberta" para as pessoas está é criando gente de mente fechada. Enfim, divaguei horrores rs

    Abraço,
    Parágrafo Cult

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    1. Olá, Larissa.

      Compreendi sua colocação e me vejo em você, numa época onde mantive certas crises ideológicas. Hoje, costumo dizer que não possuo mais ideologias, mas tento formar um ideário, aos poucos.

      O ponto do domínio da linguagem é justamente... domínio. Usando como exemplo você ser a favor da igualdade de gêneros, ora, creio que todos são, exceto pessoas portadoras de algum distúrbio emocional, sexistas etc. Contudo, uma turma se apropriou do monopólio da virtude para apenas ela levantar a bandeira óbvia da igualdade, impingindo o discurso pronto. E quem está fora dessa "turma" é mal, não gosta de mulheres e torce pela fome de criancinhas na África. E, daí, não é à toa que muitos movimentos ditos igualitários acabam se tornando, justamente, seu contrário: sexistas, os verdadeiros reacionários e sectários. É como Orwell (comunista em crise) nos diz em 1984: Guerra é Paz. Logo, "desigualdade formal" pode facilmente ser "igualdade".

      Recentemente, uma turma sectária, fascista e negativamente reacionária criou o PTinder, um Tinder para relacionamentos entre pessoas com pensamento "de esquerda". Isso deixa claro como a turma da justiça social pensa que ela é detentora do monopólio do bom senso e que, quem não vota em PT, PSOL e PCdoB é malvado. Essas pessoas nunca tomaram contato com pensamento liberal ou conservador para saber que o coletivismo que tanto pregam são os maiores responsáveis pela negação dos direitos individuais.

      Uso também esse PTinder como exemplo porque é decorrência imediata do discurso pasteurizado politicamente correto.

      Quando falamos em politicamente correto não podemos resumi-lo a ataques à gordura, falta de cabelos, baixa estatura ou ser feio ou bonito. O respeito às pessoas individualmente sempre foi um dos aspectos do pensamento conservador clássico, onde o Estado, a coletividade, não deve, jamais, ter autoridade sobre seu modo de vida e suas escolhas. É que outra grande cilada da linguagem politicamente correta é, justamente, confundir os termos e resumir as críticas ao politicamente correto como: "se você é contra, é porque pratica bullying com gordinho, mesmo você sendo gordo e encarando isso de boa".

      Acho que "direita" e "esquerda" são termos ultrapassados da revolução francesa. Hoje em dia, você é pró escolha individual ou coletivista. Por enquanto, fico com o indivíduo.

      "A menor minoria na Terra é o indivíduo. Aqueles que negam os direitos individuais não podem se dizer defensores das minorias." (Ayn Rand)

      Abraços e grato por seu ponto de vista. Percebo que, no fundo, você pensa um pouco diferente sobre a mensagem do vídeo, em essência. E a graça é essa: exercitar o pensamento dialético, como bons adeptos da Teoria Crítica que nós, ocidentais, fomos forjados a ser.

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  2. Olha, Fabiano, você foi direto ao ponto.

    "Essas pessoas agiam como ativistas da causa e verdadeiros protetores dos animais e da causa ambiental". Isso é justamente o que, acima, em resposta a Larissa, coloquei como "monopólio da virtude". Se você achar que tá de boa criar passarinhos em gaiolas, mesmo com autorização ambiental e boas práticas, os caras vão te jogar a pencha de "malvadão", maldito burguês de extrema direita que quer o fim da Mãe Natureza. E não adianta você dizer ao sujeito que quem cria um curió de cem mil reais vai tratá-lo bem, até melhor do que muitos seres humanos são tratados. É o rótulo, o domínio do discurso, da linguagem.

    "É impressionante como movimentos dos passarinho sem gaiola ganham multidões"... Outra boa colocação sua. É a Era dos Revolucionários de Apartamento, onde é mais fácil você amar criancinhas na África do que um parente seu em estado de necessidade. O cara que doa cem reais ao Greenpeace mas não empresta dez reais ao vizinho.

    Ah, sobre o final de seu comentário, é o que costumo dizer a meus amigos de trabalho: os psicopatas são premiados.

    Abraços!

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  3. Olá novamente, meu amigo.

    Acerca de animais em cativeiro, tenho um ponto de vista que, com os anos, mudou bastante.

    Não mantenho animais presos e até mesmo algumas galinhas que ainda crio são soltas. Mas residi minha vida toda em áreas onde as pessoas caçam, comem e criam animais como tatu, cutia, marreca, jacutinga, jacaré, veado, dentre outros. Hoje, sou totalmente a favor da caça e da criação regulamentada desses animais. A criação de pássaros já é assim. Com autorização do IBAMA e órgãos locais, você pode criar e reproduzir pássaros para venda. Isso tem o efeito dos criadores mais profissionais exerceram uma fiscalização cidadã sobre os nichos de ilegalidades. O mesmo vale para caça de caititu, já autorizada. A existência de caça legal faz surgir caçadores profissionais que fiscalizam as áreas de caça e impedem algo fora de temporada.

    Considerando que as pessoas não deixarão de criar pássaros ou de comer cutia apenas porque é proibido, acho melhor regulamentar e fiscalizar.

    Sobre seus sobrinhos difíceis, sei como é porque praticamente toda família passa por algo similar hoje em dia. Neste ponto, obviamente, te dou toda a razão. Quando falei em ajudar o vizinho, estava pensando mais em sentido genérico e positivo, excluídas hipóteses como essa levantada por você.

    Sobre o engajamento LGBT com partidos "de esquerda"... para mim são puramente massa de manobra. A comunidade seria mais próspera em seus pleitos se, ao invés de se atrelarem a legendas, mantivessem um "ativismo" autônomo, por assim dizer. Quanto ao PSDB, para mim, está no espectro da ala progressista "laite", uma espécia de socialismo fabiano.

    Sobre o Nobel, não sei se Saramago o ganhou por Ensaio sobre a Cegueira ou genericamente. É um autor que não gosto muito. Contudo, essa obra em especial citada por você é importante para destacar o ser humano quando em estado natural, quando largado à própria sorte. O "bom selvagem" é apenas um mito.

    Abraços!

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  4. já tinha visto o vídeo, mas vi novamente
    o mundo tá cada vez mais fresco

    não que eu me importe muito, pois no meu estreito círculo de relações a maioria as pessoas tem quase a mesma mentalidade de 30 anos atrás (não sei como, talvez seja a faixa etária) e ninguém liga para política

    por outro lado, a política de cotas me beneficia (ainda que eu nunca tenha utilizado)

    acho que no final o mundo vai de mal a pior (ai que vontade de morar no interior de minas e esquecer da realidade)

    abs!


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    1. Cotas estão aí para ser usadas. Aliás, homens brancos e ricos utilizam porque possuem um ascendente negro ou indígena lá perdido em algum lugar. Sempre achei que a melhor cota seria a social. Penso que essa vantagem por "origem" (seja lá o que for isso no Brasil) foi um erro. Mas... é uma ferramenta, uma vantagem. Eu mesmo utilizaria sem dor na consciência.
      Só me preocupo um pouco porque tenho filha. Mas tentarei torná-la "forte", por assim dizer. Uma mulher mais resistente às firulas. O que posso fazer é direcionar...
      Abraços!!!!

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  5. Tenho certos receios com ambos. Google e Facebook dominam quase 100% de todas as redes sociais...

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