segunda-feira, 24 de novembro de 2025

A Chácara do Silêncio - um crime real

Na postagem anterior, falei sobre os clubes de correspondência e ali juntei uma página de O Recruta Zero, com algumas dessas cartinhas enviadas por leitores que queriam manter grupos e contatos à distância por meio de missivas. Bateu uma curiosidade e me perguntei: “Por onde andam essas pessoas hoje?”. Para encurtar a história: uma delas queria trocar fotos de animais e contava com então 16 anos de idade em 1989. Chamava-se Diana e residia no Distrito Federal. Depois, descobri que era brasileira naturalizada, tendo saído do Chile devido à incompatibilidade de sua família com o governo do nobre e saudoso Augusto Pinochet.

Enfrentou muitos problemas na infância, precisando cuidar do pai, acometido por Parkinson; e, depois, da mãe, levada à indignidade pela esclerose lateral amiotrófica. Mas cresceu e tornou-se médica veterinária — gostava de animais de grande porte, pelo que entendi. Não à toa queria trocar fotografias de animais com leitores de quadrinhos.

Mas vamos lá... O que houve? Ela foi encontrada em estado avançado de decomposição em sua chácara, no ano de 2020, numa história cheia de elementos pra lá de obscuros. Achei interessante ler tudo o que encontrei sobre ela e escrever algo a respeito. O texto foi crescendo e se tornou uma meio-crônica, meio novela true crime. Resolvi organizar melhor as partes e publiquei como eBook na Amazon. Estará lá gratuito para quem quiser lê-lo pelos próximos cinco dias.

É uma história de vida que me tomou pela alma durante dias, desde que comecei a vasculhar a trajetória daquela adolescente que só queria trocar fotos de bichos pelos Correios, cresceu cuidando de animais e, depois, teve a vida envolta em muitos mistérios, com um final trágico e ainda hoje inexplicável — o inquérito foi arquivado pois, embora houvesse indícios de homicídio (ou feminicídio, como se diz hoje), não havia como chegar mais a lugar algum

Quando pensei na capa, quis emular algo parecido com as artes que estampavam as revistas Calafrio e Mestres do Terror, bem como publicações de horror da Taika e La Selva, quase sempre realizadas em óleo. Eram publicações maravilhosas que povoaram minha infância (meu irmão as comprava) e com seções de cartas divertidas, especial na Calafrio, com as respostas sem floreios de Reinaldo de Oliveira. Consegui o resultado desejado via uma combinação de ChatGPT e Gemini. Também utilizei como base uma imagem da Diana real, já madura e perto do fim, a qual tivesse acesso.

Bem, é isso. Vou ficando por aqui. Abraços misteriosos e até a próxima.

Link para aquisição (gratuitamente por cinco dias): aqui.



2 comentários:

  1. Rapaz, que emocionante e trágica essa conexão que você teve com a mulher. Um simples anúncio de revista em quadrinhos levou a gente a um cenário muito dark, sombrio e misterioso. Parece até coisa de espírito. Que doideira é a vida!

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    1. Acho que se vasculharmos bem a vida de qualquer pessoa aleatória, muita coisa estranha pode sair. As pessoas e seus mistérios... Abraços!

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