sábado, 23 de abril de 2022

Livros escolares

Acredito que todos sabem do ocorrido numa escola paulista de elite, onde um professor deu carteirada no aluno que ousou confrontá-lo, alegando até mesmo ser Dotô por Rávarde. Ele pode até ser PhD em Antropologia, mas levou uma "indígena" para discursar sobre ideologia de gênero e outras merdas e ainda entraram no assunto agronegócio e invasão de terras. Ou seja: o título de antropólogo lhe deu autoridade para falar sobre tudo com propriedade, de astrofísica a agronegócio e direito à propriedade. Sobre a "indígena", trata-se de Soninha Silva, filiada ao PSOL, que gosta de se apresentar por aí com o nome Sônia Guajajara. Ando pensando em me chamar Kleiton Guaxaxá Aimumô e enviar faturas às residências da cidade cobrando dívidas históricas. Aceitarei pagamentos em xoxota.

Eu gostava de estudar, na maior parte do tempo. Ficava bastante na rua, ia ao sítio onde me metia na mata à toa, jogava videogame em casas de amigos e fliperamas (onde às vezes apanhávamos de alguns trombadinhas que iam lá roubar nossas fichas), bestava até tarde da noite falando abobrinha na rua (eram tempos mais seguros) e, mesmo assim, gostava de estudar. Algumas atividades eu nem considerava "estudar", como por exemplo as leituras de livros da série Vaga-Lume ou as seleções da coleção Para Gostar de Ler, dentre outros títulos. Na adolescência, alguns livros me marcaram bastante, como os expostos na imagem acima. Escolhi, para a imagem, as capas dos exemplares que possuí. Como dá para perceber, eu tinha uma inclinação para Humanas, diferente de meu irmão que pendia mais para exatas. Me saía bem em Biologia, entretanto. Mas minha diversão eram mesmo as matérias acima, especialmente Geografia e História. Cheguei a economizar e comprar todos os 12 fascículos, em banca, de Brasil 500 Anos da Ed. Abril (ano 2000, salvo engano), os quais era acondicionados em fichários com grampos vagabundos de plástico.

Tenho bastante saudade desses livros e, se os encontrasse em ótimo estado (algo impossível), penso que compraria todos, para reler de cabo a rabo. Sempre gostei das fotografias de indígenas em livros de Geografia, aliás, pois são mostrados de maneira poética, sem Hilux, camisetas Lacoste ou bebendo uísque do bom.

Pensei até em comprar as novas edições, embora quisesse mesmo as idênticas as que possuí. Veremos... Quem sabe mais à frente.

E o porquê desta postagem? Sei lá. Hoje pensei bastante naqueles livros e resolvi matar a saudade, ainda mais após rever algo sobre o tal professor sabe-tudo e sua sanha de doutrinação. Felizmente, em minha época, a doutrinação era quase subliminar, sem a toxidade de hoje em dia. Aproveito a oportunidade e compartilho, também, a coleção História do Brasil Barsa: 4 livros + 1 CD, adquirida por mim numa bela promoção via Amazon.

Abraços estudantis e até a próxima.




Obras presentes na imagem acima:
  • Literatura brasileira: Das origens aos nossos dias por José de Nicola
  • História das Cavernas ao Terceiro Milênio, por Patrícia Ramos Braick e Myriam Becho Mota
  • Geografia Geral e Geografia do Brasil por Marcos de Amorim Coelho
  • Nossa gramática: teoria e prática por Luis Antonio Sacconi
Memes da vida real:


iPhone Guajajara

3 comentários:

  1. lembrei do pessoal da escola sem partido que deu até processso (https://www.migalhas.com.br/quentes/40481/conteudo-de-apostila-escolar-vai-parar-na-justica)

    "reler de cabo a rabo" - hoje eu veria o esquerdismo em cada exemplo (droga, olavo!) a única vantagem seria as lembranças que o cérebro recuperaria durante a leitura - imagens esquecidas há décadas e escondidas nas profundezas do cérebro: cenas em sala de aula e fora dela

    abs!

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    1. Fala, Scant.
      Cartilhas e profressores "ensinando" aos alunos um "olhar crítico". Olhar crítico que não admite crítica (cadê a dialética?) e o pior: esquecem do básico. Estudantes cada vez mais burros que mal sabem escrever sentindo-se aptos a criticar situações q não compreendem. E muito (mas muito) professor BURRO. Já topei com vários por aí que só falam groselha, mal leem livros fora da bolha e nao conseguem se expressar num parágrago sem jargão vazio ou clichê.
      Que esses livros seriam uma viagem no tempo, disso nao duvido.
      Abç

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  2. Ah, o Sacconi, por seu viés anti progressivista moderado, QUASE foi excluído do MEC Lula/Dilma. Só não conseguiram essa proeza pq ele é, até hj, o melhor.

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