terça-feira, 10 de agosto de 2021

Um mundinho de muxoxo


"Garota floco de neve trancadinha que não gosta de política."

Foto de Nandhu Kumar no Pexels

Se a natureza abomina o vácuo, um dia saberemos. Por enquanto, acreditamos que sim. Mas, entre homens, é certo não haver vácuo de poder.

Há quase meio século antes de Cristo, Platão topava com este dilema, hoje, transposto para a vida digital: pessoas que alegam não gostar de política e que vão tocando o barco alheias a tudo e a todos que decidem nossas vidinhas. Ou melhor: que vão sendo tocadas como gado - do pasto para o confinamento, deste para o pasto. "O preço que os homens de bem pagam pela indiferença aos assuntos políticos é ser governado pelos maus", teria dito. Basicamente, você possui toda a liberdade para não gostar de tais assuntos. Mas será governado por aqueles que gostam.

Quando recomendei Rede de Ódio, destaquei que parei de me preocupar com geopolítica. Mas só isso: não mantenho preocupações, pois estas são banais na vida de um cidadão mediano, o que sou. Tenho família e casa para cuidar, boletos a pagar e estresses funcionais com os quais lidar. Podemos nos interessar sem nos preocuparmos. E, assim, aos poucos, ainda fazermos nossa parte.

Há vários dias, li a postagem no democrático Ozymandias Realista onde, pela milésima vez, ouvi o velho discurso batido acerca da inutilidade em se falar de política e tudo que a cerca. O articulista basicamente afirmou detestar o assunto e achar estupidez publicações de manifestações individuais sobre quem efetivamente manda em nossas vidas. Destacou que "hoje em dia, qualquer idiota acha que pode falar sobre política, qualquer louco alucinado publica um vídeo na internet do que se deve ou não fazer" etc. E esse tipo de pensamento ouço constantemente. Concluiu, ainda, afirmando que o "cara que sai para trabalhar todos os dias as 5/6 da manhã e chega cansado do serviço, 12 horas depois" não tem interesse em ler postagens desses malucos engajados.

Respondi, lá, com meu ponto de vista e aqui acho prudente comentar de maneira mais apropriada o assunto, pois, recentemente, ouvi argumento similar de colega próximo, autointitulado "de centro-alguma-coisa", cuja sensatez política o colocaria acima desses clichês "esquerda/direita". Pessoas de centro são bem inteligentinhas (seguindo a definição de Pondè), é o que digo.

Umberto Eco, autor amado por mim, cuja obra literária li  e reli (algumas resenhas neste e no blogue anterior), afirmou que a internet deu voz aos idiotas. Ele está certo. E isso é bem vindo, acrescento. E isso é tão bom quanto a polarização política, pois antes havia um ponto de vista hegemônico.

Essencialmente, sou 1000% favorável que qualquer zé ruela escreva sobre política. É positivo que revolucionário de apartamento continue postando asneiras em redes sociais ou gravando vídeos de uma hora sobre como deve ser bom agigantar o Estado. São os revolucionários que mais gosto, pois dizem lutar por um mundo melhor quando sequer ajudam nas tarefas da própria casa onde residem. Tenho gente assim na família, que advoga mais impostos sobre a maldita classe média, mas nunca doou grana nem para próprios membros da família. Possuo uma prima socialista aguerrida que não lava as próprias calcinhas (quem faz isso é sua mãe retrógrada, quando retorna do trabalho). Pessoas que amam crianças africanas, mas nunca amaram o próximo ou ajudaram o vizinho a carregar as compras do supermercado. Também endosso os devaneios de ancaps, seus delírios de uma vida onde conflitos se resolverão com boas conversas e que nenhum grupo mais forte tomará o poder para si. Quando eu era mais jovem, me via como progressista. Na verdade, eu era comunista mesmo e achava que Stálin matou pouco! Hoje, com mais conhecimento e sabedoria (creio), me vejo como "liberal conservador", de certa forma. Resumo dizendo que sou integralmente pró-indivíduo e que ações coletivistas sempre vêm a fórceps para melhor socializar o sofrimento no longo prazo. Mas, se eu ainda fosse romântico, seria ancap.

Qualquer um deve se expressar, especialmente nos meios eletrônicos. Acessa quem quiser e cada a cada um utiliza de seu discernimento para analisar e contrapor. Ou então apenas ignora. Por mais idiota que possa ser o ponto de vista, antes éramos soterrados pelas opiniões dos detentores do monopólio da idiotice: grandes grupos de mídia que expunham suas pautas em rede nacional sem qualquer possibilidade de desacordo. Foi monopolizando o bostejamento que pessoas como Faustão se dão ao luxo, hoje, de ostentar um relógio Jacob & Co avaliado em quase quatro milhões de reais. O monopólio das ideias estapafúrdias permitem a globais suas mansões em Búzios e Angra dos Reis, jatinhos particulares e toneladas de cocaína ao ano para cheirar nas surubas de elite. E, sim, coleguinha, tudo bancado com a grana do otário que "todos os dias as 5/6 da manhã e chega cansado do serviço, 12 horas depois". Os maiores grupos midiáticos do país foram bancados, por décadas, com farta grana pública estatal, por meio de publicidade oficial, benefício de crédito a fundo perdido e isenções fiscais. O mané que rala doze horas por dia a troco de mixaria talvez estivesse numa vida melhor se tivesse tutano na cachola, ao menos aquele mínimo para observar melhor o mundo onde habita e conseguir, quiçá, escapar um pouco mais do lugar-comum. Poderia não consegui nada em termos globais. Mas ao menos poderia ter refletido melhor em suas escolhas pessoais e não ser um burro de carga a troco de merreca.

Não adianta fazer muxoxo, choramingando "Ai, detesto político e quero que essas pessoas sumam". Elas sumirão, talvez, junto a última barata após a hecatombe final. Sempre haverá o Estado, extremamente organizado ou não. Sempre haverá Governo, democrático ou não. Não existe vácuo de Poder. Alguém ou alguns sempre ocuparão posições de direção da vida comum. E ao menos saber lições básicas de geopolítica ajuda um pouquinho a não vivermos como gado, literalmente comendo restos, como na Venezuela e agora na Argentina. Se não, ao menos pastar num campo com grama mais farta e água fresca, enquanto o restante do rebanho se contenta a trabalhar "todos os dias as 5/6 da manhã e chega cansado do serviço, 12 horas depois", para comprar jatinhos que levarão Luciano Huck e família para férias no Caribe um dia após defenderem regras severas de lockdown para mais de 200 milhões de brasileiros.

Não precisa nem ter o saldo bancário de Huck para ser hipócrita. Recentemente vi um sujeito que acha super justo proibir banhos de sol na praia para não propagar o coronga. E na outra semana estava comentando com entusiasmo as viagens internacionais de seu filho, numa tour em vários países durante o pandemônio. São dessas pessoas, aliás, que quero distância absoluta.

Obviamente, há pessoas que odeiam falar de política, especialmente quando o assunto é sobre a forma de política que elas não gostam. É como o sujeito que afirma categoricamente anular o voto porque está sem opções, mas vai lá em outubro e taca o dedão em siglas como PT, PSOL, PCdoB e tudo mais quanto é porcaria que no longo prazo apenas nos trará classes burocráticas poderosas, amigas das maiores fortunas da nação, financiando obras em ditaduras "progressistas" enquanto nossas classes média e baixa afundam cada vez mais. Essas são pessoas mais sorrateiras, que fingem não tomar partido de nada e estão felizes assim. Há também brasileiro em seu estado bovino mais puro: realmente não se questiona quando Bruno Covas fechou a cidade e foi a um estádio lotado, noutro Estado, torcer pelo timão; porque em plena pandemia parece sensato estreitar horários em vez de dilatá-los; porque máscaras de pano babadas e suadas de dias e dias não seriam objetos contaminantes; porque tomar banho de sol na pracinha deve ser coibido com agressão policial; porque garotos pegando onda no mar devem levar tiros da guarda municipal etc. Há pessoas e pessoas que afirmam não se interessar pelo mundo à nossa volta, por quem manda em nós, por quem nos tranca em casa enquanto as maiores fortunas da Terra se tornam ainda maiores.

O destino para quem se mantem na ignorância ou finge se manter nela é sair "para trabalhar todos os dias as 5/6 da manhã e chega cansado do serviço, 12 horas depois" a troco de mixaria, aguardando o final de semana para assistir aos Faustões (estes sim podem falar de política) ostentando relógios de quatro milhões de reais, com casas de campo na Itália e apartamentos em Miami. Me fogem as razões porque nunca investem em imóveis nas republiquetas socialistas africanas.

Acho oportuno, aqui, repetir o escrito em Pandemia e O Mundo Segundo Tio Patinhas:

Por enquanto, temos Estado. Este, possui Governo. E este é ocupado por pessoas. Por trás dessas, há ideias, ideais, ideário ou ideologias. Ficar apenas em cima do muro bradando por mundo melhor e se queixando da "falta de opção" não resolverá porcaria alguma. Enfim: tomemos lados. Direcione-se ao lado com o qual você mais se identifica e o assuma.

Há dois caminhos bem definidos quanto ao futuro político global: a esquerda progressista e seus delírios sangrentos e o liberal-conservadorismo, baseado na filosofia do ceticismo. Não existe terceira via a não ser a da punhetação mental, a do eterno "discutamos sexo dos anjos" para posarmos de espertinhos. O extremos não se tocam. Isso é frase feita. Os extremos são extremos e, como dizia minha avó: "Água e óleo não se misturam". E nem adianta vir com a grande sacada de garoto espertinho afirmando: "Ah, mas a água e o óleo se tocam". Por favor, não faça isso. Retire mais sua cabeça da lua e ponha mais seus pés no chão. É impossível conciliar pautas e agendas com quem quer destruí-lo. Pense nisso.

Sei que ficar sobre o muro é confortável. Isentão boa praça. As paredes são largas e o ambiente mais ventilado. Além de tudo, você ainda posa de espertinho, um cara que não segue a manada, bastante politizado para não sair tomando partido de qualquer forma. E ainda dá para usar algumas citações sobre "equilíbrio", "ponderação" e "fanatismo". Outra vantagem: está sempre de bem com todo mundo. Só que o fedor da merda, fatalmente, o atingirá. Isso se não derrubarem o muro e você cair justamente do lado mais inadequado às suas convicções mais secretas.

Se os romenos se mantivessem trabalhando doze horas por dia e passando fome, sem questionamentos, o legado comunista de Ceauşescu ainda dominaria quase 20 milhões de pessoas com mãos de ferro. E talvez eles tivessem algum programa dominical divertido, onde o apresentador teria o monopólio do bostejamento ideológico. Ou o exemplo de hoje, onde milhares de argentinos estão fugindo até mesmo para o... Brasil!

O resultado de "ser de centro" será no centro de nossos cus, sem cuspe. Por enquanto, ainda há vaselina.

Nas eleições passadas votei em Bolsonaro e continuarei votado, acaso não apareça outra opção realmente de direita liberal-conservadora que tenha realmente pulso firme e mãos de ferro para se impor à velha política de maneira mais enfática, inclusive sobre as decisões judiciais cada vez mais flagrantemente inconstitucionais. A ruptura definitiva já deveria ter sido dada. Não há mais "harmonia entre Poderes". Por enquanto, incomodando o velho sistema e o poderio da mídia progressista, Bolsonaro continua me servindo, mesmo passando longe do "ideal", seja lá isso o que poderia ser.

Abraços centrais e até a próxima.

14 comentários:

  1. Só pra te animar, vou deixar um comentário isentão que aprendi.

    Não discordo nem concordo, muito pelo contrário!

    Abraços

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  2. discordar de platão é complicado
    ótimo texto
    não dá pra evitar a política pq ela está em tudo

    abs!

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    1. "discordar de platão é complicado"

      Como da filosofia clássica (depois resgatada pela escolástica) caminhamos para Marcia Tiburi é apenas um dos sintomas de nossa falência.

      Abraços!

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  3. Não sou isentão, tenho ideias de Direita e Esquerda, sou muito "petista" para ser de Direita e sou muito "bolsominion" para ser de Esquerda. No final das contas, como hoje em dia toda discussão política termina em intriga e confusão, prefiro bancar o isentão para não gastar saliva e ter dor de cabeça desnecessária. É uma utopia achar que falando sobre política você vai convencer uma pessoa (maioria hoje em dia) que já chegou no nível Maria do Rosário/Eduardo Bolsonaro vai mudar suas convicções. Sem falar que hoje ser extremo, em Direita ou Esquerda, é a regra e não a exceção.

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    1. Olá, Anônimo não isentão.

      Vamos lá seguindo seu ponto de vista e o trazendo para mim.

      Não sou petista nem bolsonarista. E meu texto não fala sobre isso. Mas me inclino mais para ideários anticoletivistas e tenho pavor do aumento sem limites do poder estatal e de pautas que regulamentarão até a melhor posição para se dar uma mijada na privada. Logo, preciso tomar posição, nas urnas, para o "menos mal" de acordo com minha concepção de mundo. É só isso.

      E discordo que seja uma utopia. Pontos de vistas podem ser alterados por quem se interessa em pesquisar. E, hoje, a maior fonte de informação está na internet. Já tive alma comunista e transitei para algo mais próximo do liberal-conservadorismo juntamente lendo pensamentos oposto durante pouco mais de vinte anos de acesso à internet. Antes, eu só tinha os livros made in MEC e as palavras de meus professores pró-Fidel.

      E, sim. Pessoas mudam. Nunca vi um ex "direitista". Mas conheço dezenas de ex "esquerdista" em meu convívio. Essas pessoas não mudaram de opinião do dia para noite, porque tiveram um sonho durante a madrugada e resolveram abandonar ideias coletivista, pró-burocráticas.

      Ah, tb não gasto saliva por aí. Mas aqui não gasto saliva. Escrevo e fica aí para ser acessado por quem bem entender. Se meu vizinho votará no piçol porque acha bacana, não dou nem um piu sobre sua convicção, a não ser que ele pergunte minha opinião a respeito.

      O isentão não é apenas quem cala. Também é aquele que diz que "ah, tudo é a mesma coisa" ou "tô no centro". No centro de quê? Há pautas antagônicas que não se conciliam nem a fórceps.

      E, em resumo... É apenas um blogue. Nos expressemos.

      Abraços.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Sou covarde, admito, ainda q nao me considere isentao

      Aqui no RJ quem reclama e faz barulho normalmente aparece morto

      Impossível fazer criticas sociais públicas num estado dominado por quadrilhas frente a uma imprensa dominada por quadrilhas

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    2. Fala, Pateta.

      Tenho colegas que no dia da soltura de Lula vestiram camisetas com a face do psicopata. Um deles trabalha comigo, por exemplo: grande herdeiro, investidor em imóveis, não dá um conto de esmola a ninguém mas só fala em “defesa dos menos favorecidos”. Minha cunhada também vestiu a mesma camiseta (acho que é distribuída no sindicato de professores universitários). É ridículo pessoas ostentarem algo assim, endossando financiamentos de ditaduras socialistas com grana do BNDES, miséria venezuelana, trocentos itens de pautas oligofrênicas cujo único objetivo é apressar nossa ida ao fundo do poço (miséria, governos totalitários, “pátria grande” etc.) e hegemonia absoluta da mesma forma (obsoleta) de pensar a qual nos é empurrada goela abaixo há décadas.

      Mas sabe o que é pior? Os outros colegas que se limitam a se dizer “apartidários” e neutros em relação à nossa vida política esculhambada. Como assim neutros? Se calar para ficar bem na fita? Não é “tudo a mesma coisa”. Tomar um lado é essencial para definir se amanhã você poderá tomar banho de sol na pracinha de seu bairro sem tomar no lombo pela guarda civil.

      O comentário do Anônimo acima foi pertinente. Ele evita tomar posição pois será rotulado de “a” ou “b”, e assim nem percebe que foi consumido pela espiral do silêncio. Fica bem na fita, entra e sai de mansinho por onde transita e se brincar ainda sorrir dos outros que tomam posicionamentos, pois seriam bobalhões e ele, não, pois está acima desse meros debates sobre se amanhã teremos COMIDA na mesa.

      Não sou bolsonarista pelo simples fato de que discordo de dezenas de atos do Presidente. E ainda o acho frouxo. Se quiserem me rotular assim porque votei e votarei no cara, problemas. Estou cagando para o que acham. Quem ostenta camiseta com Lula Livre não está nem aí para críticas. Mas os isentões morrem de medo de serem taxados de fascistas por essa turma. É muita covardia.

      Toda evolução é gradual. Acredito que mantive ideais coletivistas e que “a burguesia fede” sem refletir sobre isso. Era apenas um reflexo inato a toda a groselha que me foi dada “gratuitamente” na escola, discursos vazios de parentes e professores, músicas, TV etc. Na faculdade, achava que “direita” era feita por gente rica com ódio por pobres. No auge do Orkut costumávamos lincar trechos de vídeos de Olavo de Carvalho para expô-lo como bobalhão. Aos poucos, contudo, comecei a ler comentários contrários aos meus com mais seriedade. Tive um colega católico fervoroso que falava sobre umas “loucuras” de globalismo, comunismo global, fim de liberdade individual etc. Chama-se Marcus (não sei por onde anda). Dei chances a leituras diversas que antes me pareciam perda de tempo. E então comecei a perceber que havia realmente um esquema global (às vezes meio caótico, às vezes meio coeso) para nos foder. E que realmente podres de ricos eram perigosos e que… eles não eram de direita, liberais, conservadores etc. Os ricos eram os socialistas que ditavam as regras a serem seguidas por quem poderia se dizer “do bem”. E daí percebi que eu estava no time errado. É mais ou menos isso. Eu era apenas desinformado e romântico.

      Acho que nunca existe uma linha bem definida sobre mudanças. É tudo gradativo. Há aquela área acinzentada… Mas o início se deu essencialmente quando comecei a levar mais a sério o que os “fascistas malditos” diziam. E percebi que até meu pai que não concluiu o segundo grau sabia mais do mundo do que eu (e ainda sabe, considerando que ele se deu bem na vida e eu recebo “salário”).

      Abraços!

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    3. Scant Medroso,

      sua bela cidade é curiosa a começar pelo urbanismo: é uma ratoeira gigante. Se der merda grossa, não há nem por onde correr e se fodem (no mau sentido) um sobre o outro. Pelo menos haverá bastante jaca para comer! Curiosidade: minha avó adorava jaca e eu era obrigado a destrinchar o troço para ela.

      Como cresci próximo ao Morro Bom Jesus (Caruaru – PE, dá uma conferida), sei em parte sobre o que você fala. Era comum a expressão “quem fala demais amanhece com a boca cheia de formiga”. Ou “morrer pela boca”. Vi muito rabecão descendo o morro com defunto na traseira. Um dos primeiros defuntos que vi na vida foi um cara “suicidado” com tiro de espingarda ‘12 no meio do peito. Como ele conseguiu a proeza, até hoje não descobri.

      Certamente, você não sairá nos botecos do bairro falando mal da esposa do traficante que está dando geral.

      O que vem ocorrendo que é estamos polarizados entre dois caminhos claros: comunismo e liberdade. Nem falo mais sobre quem rouba mais ou menos, mas quem não me trancará em casa, nos próximos anos, num rodízio de pessoas (como com placas de carros em grandes cidades). Se haverá comida. Se seu dinheiro poderá comprar comida. Neste exato momento, os velhos caciques do atraso mantém uma CPI caríssima com meu imposto de renda e nossa Suprema Corte atua EXCLUSIVAMENTE de forma política. Estamos em meio a uma pandemia sem precedentes, pois o mundo possui MUITA gente e depende de automação e TIC para tudo. Se não houver logística, gás de cozinha ou energia, quase todo mundo morrerá porque não terão meios (nem saberão como) ferver um copo d´água. E acredito piamente que, se não tivéssemos esse mínimo de resistência no Planalto, agora estaríamos num estado de calamidade econômica similar ao de nossos vizinhos.

      Não foi um mês de atraso nas negociações de vacinas que levou a óbito meio milhão de pessoas. Tive Covid porque não me cuidei (e posso ter novamente). Fui um dos poucos servidores que OPTOU por continuar trabalhando durante o auge do medo, porque percebi que me isolar totalmente seria impossível e cedo ou tarde pegaria esta merda. Muitos que não quiseram trabalhar estavam curtindo a vida normalmente e postando asneiras como “Bolsonaro genocida”, mesmo com holerite em dia. O ator global amigo da Anitta morreu porque não se cuidou e estava com ela nas festinhas (no final de 2020 a mesma estava numa boate italiana lotada). Ciro Gomes fez lives chorando, mas TODO MUNDO no litoral cearense via suas festinhas em alto mar. Mesmo antes da vacinação massiva, muita gente já estava em academias, restaurantes e andanças, mesmo acusando o Presidente de irresponsável. Nenhum Presidente tem o dever de passar álcool nas mãos de 200 milhões de brasileiros ou verificar se todo mundo está se cuidando. Cada um viva como quiser. BILHÕES foram repassados a Estados e Municípios para ações de combate à Covid. O STF determinou que tais entes cuidariam de seus problemas. Comprar vacinas não é igual a ir à feira-livre. As vacinas experimentais foram compradas e estão aí, sendo aplicadas.

      Atribuir as mortes por vírus ao Presidente é algo ardiloso. Nem sabemos como andam essas contas, pois até doentes terminais vitimados após a infecção entraram na conta. Gente há dois anos lutando contra a leucemia com causa mortis por… covid. Mas, sim, é um vírus letal. Mata e continuará matando. Mas é verdade que BILHÕES despejados nos Estados e Municípios viraram poeira. E também é verdade que ações da União minimizaram os efeitos econômicos desastrosos da conta PESADA da pandemia.

      Em resumo: não vejo como não tomar um lado claro diante das opções claras que teremos para 2022 e desse cenário escabroso escancarado.

      Recordo do Canceroso em Arquixo X, quando lá pra sexta temporada diz que “a verdade está lá fora, fatalmente exposta”.

      Abraços!!!

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  6. Você deve estar aprendendo bastante!
    Eu mantinha uma vontade de cursar letras, história ou geografia, por puro prazer. Nunca daria aulas, nem em rede privada e tampouco no setor público. Até porque teria que pagar para trabalhar, pois os rendimentos unidos me ferrariam no ajuste anual de IR. Mas não levo mais jeito para suportar aulas regulares e obrigações acadêmicas diversas, nem para professor chato.
    Criei uma certa aversão à academia e acabaria me irritando com os deveres. Então talvez acabasse infeliz no trajeto. Mas reconheço que pode ser uma atividade prazerosa, se o cara tiver saco.
    A hegemonia do discurso abobalhado "das esquerdas" não cola mais. A tal da polarização trouxe até mesmo este benefício acadêmico. Nem todos os alunos engolem mais bostejamento de aguerridos professores que só leram Paulo Freire e desconhecem o mundo ao seu redor. Mas ainda é bastante difícil que teses contrárias às asneiras marxistas prosperem, para titularização e acesso a cargos estratégicos. Será um árduo caminho.
    Abraços!

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    1. Sempre fui um defensor do ensino à distância (exceto para crianças). Por conhecer bem a realidade das pequenas cidades mal servidas de quase tudo, percebi que seria a melhor maneira (às vezes a única) de levar cursos aos esquecidos.

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