terça-feira, 27 de abril de 2021

Hannibal gosta de mim [ Postagem atualizada ]

 

Cena de Hannibal (2013). 

À volta da mesa, ninguém envelhece. (Provérbio?)

Meti Hannibal no título, mas não tem nada a ver com a história aqui. Claro, gosto do romance O Silêncio dos Inocentes (até resenhei) e adoro o filme, achando merecidas as cinco estatuetas arrematadas. Não sou tão afim com a sequência Hannibal (2001) e prefiro a adaptação de Dragão Vermelho de 1986 (Manhunter - ou Caçador de Assassinos), com Will Graham interpretado por William Petersen, o Grissom do seriado CSI. E também gostei da série Hannibal (2013), com Mads Mikkelsen fantástico, cheio de fricotes, encarnando o canibal metrossexual de Baltimore.

O jogo eletrônico Death Stranding dividiu opiniões. Alguns acharam um lixo (maioria esmagadora). Outros, como eu, gostaram. Contra a maré, resolvi dar-lhe chance e estou conseguindo me divertir, apreciar e refletir. É diferente. Então serve como nova experiência. E o enredo é bacana, conquanto excessivamente cinematográfico e litros de cutscene. Mas esta deve ter sido a intenção, pois o Diretor Hideo Kojima convidou elenco de peso para interpretar os personagens. Dentre eles, Mads Mikkelsen.

Não vou falar muito sobre o jogo em si porque seria longo e interessa a poucos. Basicamente, você é um entregador (carteiro) da pós-hecatombe mística conhecida por Death Stranding que quase destruiu toda a vida terrena. Então o jogo é isso: você fica pra lá e pra cá recebendo pedidos e entregando-os, num mundo habitado por perigosas entidades conhecidas por EPs (descarnados ainda presos a este mundo por um cordão umbilical etéreo). Nos primeiros minutos de jogatina, achei uma bosta. Depois, me envolvi e comecei a prestar melhor atenção nos tutoriais, na trama em si e nas ferramentas utilizadas pelo protagonista para evoluir em sua atividade de carteiro do Apocalipse. E o jogo é lindo.

Ainda não o concluí. Estou com quase trinta horas de gameplay. E foi curiosa e agradável a surpresa de Kojima, para mim, ontem. Justamente no dia que completei ano, alguns NPCs (bonequinhos que não controlamos, os "figurantes" de um jogo) começaram a dizer, aleatoriamente, "Feliz aniversário". Quando eu caminhava à toa e chamava por alguém (sempre que fazemos isso, recebemos respostas de lugares desconhecidos), me respondiam algo sobre aniversário etc. Pensei ser mera coincidência. Então, ao sair do quarto privativo do personagem (área segura onde recuperamos as energias, por assim dizer), Mads Mikkelsen me ofereceu flores. Aí ingressei e sai mais vezes do quarto, e ele fez o mesmo até a virada do dia.

Achei isso maravilhoso. E até gravei o trecho abaixo para compartilhar. Uma mera descoberta casual, da maneira como apenas jogos eletrônicos proporcionam.

Cada vez mais, me convenço que voltar a jogar videogame foi uma ótima decisão a esta altura da vida.

Abraços casuais e até a próxima!


U p d a t e

Finalizei o jogo. Chamávamos de "zerar", quando eu era guri. Hoje, parece que preferem o termo "militar". Enfim: foram mais de cinquenta horas sendo feito de trouxa por um monte de gente covarde, trancada em búnqueres, me pedindo para pegar e entregar objetos enquanto, no caminho, ia ligando todos à megarrede que possibilitaria a comunicação da América, de costa à costa. E confesso que me diverti bastante com isso, traçando melhores rotas, planejando bem o que levaria de carga extra (armas, ferramentas, veículos etc.), tropeçando, caindo, reiniciando checkpoint, matando entidades com munições elaboradas a partir de urina, cocô e sangue (sim, é sério).

Death Stranding conseguiu me surpreender ao final. Enquanto mídias como gibis, cinema e até a sacrossanta literatura produzem muita porcaria, este jogo, em seu roteiro espetacular, amarrou todas as pontas soltas justamente em apenas um minuto e, de virada, mudou completamente nossa percepção sobre aspectos essenciais à trama. Isso tudo se deve, sobretudo, à ótima edição, algo similar ao conquistado por Christopher Nolan em Amnésia (2000).

Os únicos problemas são: a) menus confusos e enfadonhos, com informação desnecessária em excesso; b) mensagens excessivas sendo fornecidas a toda hora (e-mails, ligações, conteúdos de entrevistas etc.); c) demora na liberação de armas com tiro. A poluição visual poderia ser reduzida com revisão daqueles menus chatos! Não acredito que alguém leia tanta informação inútil. Mas, mesmo assim, finalizar este joguinho foi emocionante. E a trilha sonora é magnífica.

Abraços renovados e até a próxima.

6 comentários:

  1. Olá Neófito, como vão as coisas?

    Nunca li o silêncio dos inocentes, mas já ouvi falar muito bem. Preciso colocá-lo em minha lista de leituras. Infelizmente, de Hannibal, só sei que é um cara mal, nunca parei para ver o filme ou mesmo a série. Talvez tome algum final de semana para tirar esse atraso enquanto bebo umas brejas.

    Realmente, os video games tem bastante coisa legal. Será que programaram para o jogo pegar a data de seu aniversário do cadastro na loja do VG (PSN ou a do xbox, não sei qual você joga). Bem interessante isso, será que se você alterar a data ele faz isso de novo?? hahaahha

    A propósito, parabéns pelo aniversário. Desejo muitos anos de vida e muitos textos, leituras, saúde e dinheiro pela frente. O resto vem fácil depois.

    Esse personagem do início do vídeo é aquele cara que faz o Daryl do The Walking Dead da TV?? Parece bastante.

    Abraços.

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    1. Olá, Matheus!

      Foi um dos melhores romances de suspense que li. Tire o atraso ao menos do filme. Valerá a pena. Não te deixará com a sensação de "deveria ter visto o filme do Pelé".

      Essas pequenas surpresas são gratificantes. Jogos de mundo aberto com bastante possibilidade de exploração são legais por isso. Esse em especial possui o mundo aberto. Mas não dá margem para exploração como Red Dead Redemption, por exemplo, onde é gostoso ficar à toa pelo mapa, certos de que toparemos com algo interessante, totalmente ao acaso. Mas, à sua maneira, é um filme bacana, bem polido e que nos desperta o gosto por fazer entregas de pacotes!

      No início do jogo, nos é apresentado um questionário meio astrológico. Pensei ser frescura do Diretor ou que, realmente, mudaria algo na experiência. Quando vc o responde, ele utiliza seus dados para isso. É o que acho.

      Grato pelas felicitações. Te desejo o mesmo e muito mais, dentro do possível. Com paz e saúde, está 100%. Claro que dinheiro é essencial. Mas se o cara está em paz consigo e com os seus, bem como com saúde, então a grana está sendo algo meramente acessório.

      É ele mesmo. Ele e o Hideo Kojima havia trabalhado num projeto curto anterior e, dessa amizade, veio o jogo. Há tb Guilhermo Del Toro no elenco.

      Abraços!

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  2. gostei dos gráficos
    esse loiro tem cara de assassino

    abs!

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    1. Fala, Scant!

      O jogo é graficamente exuberante. Bastante polido, sem bugs (comigo, não houve nenhum) e carrega fácil. Mesmo quem o detestou não pode atacá-lo disso.

      Como ainda estou no meio jogo, não sei bem o que esse cara é... Nem se ele existe de verdade. Há, no jogo não pode haver assassinos. Você não pode matar ninguém, pois os mortos causam obliterações e você acaba indo junto!

      Obg pelas felicitações. Foi um dia pacato, como deve ser.

      Abraços!

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  3. Olá, Fabiano.

    Ele foi lançado como exclusivo da Sony. Então só rodaria em PS. Mas parece que será liberado para rodar em PC. Paguei em torno de cem reais. Era mais caro no lançamento. Mas como foi alvo de muitas críticas negativas, o valor caiu bastante. Áudio e legendas em PT-BR. Ótima dublagem.

    Não sou fã do tema canibalismo. Não é bem uma área de interesse. O Silêncio dos Inocentes vai além disso. É mais psicológico...

    Acho que já te vi recomendando esta obra.

    Abraços!

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