sábado, 7 de novembro de 2020

The Farm e a insanidade vegana

 

Ui, vamos parodiar a Santa Ceia. Ninguém fez isso antes!

E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.

Gênesis 1:26

Casal feliz dirige por terras áridas, para numa lanchonete e almoça suculentos hambúrgueres. Segue mais a viagem e se hospeda numa pousada sinistra. Após atacados durante o sono, despertam engaiolados. Em pouco tempo, percebem o sistema de tudo na fazenda onde eles serão os bichos para corte, leite e reprodução, juntamente com demais viajantes. E a isca foi no diner local, ao comerem carne. Seria uma espécie de vingança contra seus hábitos carnívoros: agora sentirão na pele o que é ser confinado para abate e alimentar canibais que passam o dia usando máscaras de animais.

A paisagem local lembrou bastante onde resido. Olhei até pela janela imaginando se aquele pessoal não viria bater aqui em casa. E filme on the road com desfecho trágico sempre fica melhor em paisagens desérticas.

Comecei a vê-lo porque queria alguma porqueira meio gore e, por coincidência, o serviço Prime mo indicou. Filme curtinho, valeria a pena tentar. Se ruim, não desperdiçaria bastante tempo. E não desperdiçou, pois a fotografia é bacana e a nojeira é meio o que eu aguardava. Mas a mensagem ali repassada... quanta idiotice.

Claramente, o objetivo é fazer você imaginar o que sofrem os pobres animaizinhos devorados por nós, onívoros. Os psicopatas canibais nada mais fazem do que justiçamento às pobres criaturas exploradas para nos fornecer leite, filhotes, couro e carne. Igual comemos leitão e vitela, o filme chega ao cúmulo de mostrar a execução de um bebê gerado e criado em cativeiro, o qual servirá de iguaria num grande banquete. E, como bons veganos, não perderam a oportunidade de escarnecer a fé cristã com a cena final, emulando a última ceia, onde duas mulheres são servidas qual porcos.

Repito: o filme vale a pena por ser curto e porque gosto muito de cinema lixo. Não perdia um Cine Trash da Band, quando guri. Contudo, é bem idiota em sua filosofia. Evidencia o viés mais insano do veganismo, que rejeita toda a natureza e a ordem natural das coisas e fala em asneiras quando iguala especismo a preconceito racial. Mal supõem eles que se os chimpanzés pudessem também nos colocariam em currais para engorda e abate. Já escapei de onça, jiboia e jacaré, onde moro. Ano passado, topei com uma jiboia toda enroladinha na árvore ao lado do quarto de minha filha. E ela não estava ali para zelar por nossas boas noites de sono. A natureza é assim. E isso é simples de entender e de se conviver. Neste exato momento, ouço a família de gambás residente sobre o forro de meu home office, cujos membros não pensariam duas vezes em arrancar meu couro se eu incomodá-los: são do tamanho de gatos!

Sempre pensei que a energia dos veganos seria melhor empreendida na luta por criação e abate limpos e humanizados, por assim dizer. Temple Grandin trabalha nisso há décadas, sem qualquer apoio de ativistas que perdem mais tempo com funerais em abatedouros, encenações histéricas em restaurantes e, agora, com filme mequetrefes que apenas evidenciam a insanidade extrema do culto. Eles podem não mudar o mundo (e torço para que não consigam), mas ajudariam bastante a melhorar a situação de criadouros e matadouros.

The Farm (Os Canibais, 2018) está, no momento, com nota 3.7 no IMDb. Alguns iluminados da turma do bem dirão que isso se deve à nossa ignorância, pois a produção traria uma crítica social foda e visão ácida sobre o consumo de carne. Por isso eles são iluminados: ninguém entende o que se passa por tais cabecinhas doentias, onde a vida de um saruê valeria o mesmo que a de nossas crianças.

Quando puderem, deem uma conferida nesta imundície de primeira linha.

Abraços onívoros e até a próxima.

6 comentários:

  1. Hahah ri muito com a legenda dessa foto...Essa galera "desconstruída" gosta dessas coisas afrontosas a alguma coisa tradicional que só são ovacionadas entre eles mesmos (que não passam de uma minoria barulhenta).

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É o que chamo de panelinha autofágica: um sistema de lacre infinito dentro de um pequeno círculo.

      Excluir
  2. Vou ver se acho pra assistir. Assistiu a "Kadaver", filme norueguês disponível na netflix?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Vi a vinheta e, depois, algumas pessoas aqui em casa assistindo. Ainda não o vi. Mas verei. Espero que seja mais uma porqueira na fila dos filmes dispensáveis. Estou numa onda para cinema de entreter, sem ocupar demais meus neurônios e tampouco me emocionar. E 99% do que gravam é justamente desse tipo, felizmente. Embora, claro, seus idealizadores acreditem piamente que estão fazendo algo "foda, ácido, voraz e contundente".

      Excluir
  3. essa postagem me deu vontade comer um hamburguer do burguer king ahahahaha
    quem sabe um dia assisto a essa podreira

    abs!

    ResponderExcluir

Comente ou bosteje.