sábado, 27 de fevereiro de 2021

O excelente XBox Game Pass e a elitização dos videogames


Foto de cottonbro no Pexels

Penso que um dos serviços de assinatura digital mais vantajoso seja o Game Pass, espécie de Netflix de jogos eletrônicos oferecido pela Microsoft para a plataforma XBox. Com pouco dinheiro, você tem acesso a muita coisa para jogar. Suspendi a assinatura por uns meses porque havia comprado jogos em mídia física e lhes dedicaria mais tempo. Recentemente, renovei a assinatura e joguei produções legais e outras que preferi deixar de lado na metade do caminho. A vantagem também é essa: você não arrisca com custo. Se não gostar do que baixou, apenas apaga e pronto.

Pela segunda vez, joguei do início ao final o belíssimo What Remains of Edith Finch, mencionado por mim na postagem Jogos bonitos que joguei. Que narrativa espetacular! Como foi bom empreender, novamente, a jornada pela velha e bizarra residência da família de imigrantes cercada por eventos insólitos de dor e tragédias inexplicáveis. Você pode aprender bastante com os Finches: diante de tanta adversidade, sempre se mantiveram resignados, tentando seguir adiante.



Totalmente diverso do drama genealógico dos Finches, me diverti com Max: The Curse of Brotherhood, joguinho de plataforma onde conduzimos um moleque buscando o irmão caçula, prisioneiro do cruel Mustacho. O guri fora amaldiçoado pelo próprio Max, enquanto remexia sem permissão em seus brinquedos. Por meio de um encantamento encontrando na internet, um monstro sugou o menino para os domínios de Mustacho. Para resgatá-lo, precisamos desafiar o cenário, solucionando puzzles com o auxílio da "caneta mágica", a qual vai recebendo upgrades a cada capítulo. Assim, manipulamos vegetação, solo, água e fogo para transpor barreiras e aniquilar inimigos. Achei bacana demais recordar minha infância de aventuras, de Super Pitfall até Donkey Kong 2.

Uma de minhas melhores surpresas desde que comprei o console foi Alien Isolation. Em primeira pessoa, focando na furtividade e sendo, realmente, jogo de sobrevivência onde os recursos são limitados e necessitamos gerenciar tudo o que colhemos no caminho para elaborar mecanismos de defesa, é uma obra de arte eletrônica, remetendo bastante à franquia original e nos envolvendo no clima claustrofóbico dos dois primeiros filmes (1979 e 1986). Sigourney Weaver com micro calcinha sempre merece ser revista!


Falando em angústia, foi justamente em idêntico clima imersivo onde me vi ao jogar Blair Witch, outro survival horror em primeira pessoa com bastante exploração. Nossa missão, a princípio, é encontrar um garoto perdido na vasta e soturna floresta de Black Hills, conduzindo, para isso, o transtornado veterano de guerra e policial reformado Ellis Lynch. Ao poucos, todos os elementos da franquia d'A Bruxa de Blair vão tomando corpo. Recordo bem minha empolgação quando lançaram The Blair Witch Project. No ano 2001, mantive em meu quarto o enorme pôster, emoldurado, que peguei com uma vídeo locadora. Eu adorava aquele filme. Hoje, parece lugar-comum. Contudo, há vinte anos, me impressionou bastante diante da inovação no gênero. O jogo conseguiu explorar competentemente o uso da filmadora digital essencial ao filme, tornando-a uma ferramenta de sobrevivência nas mãos de Ellis.
 

No âmbito de dificuldade, me vi às voltas com o aparentemente bobinho Call of the Sea. Trata-se de game de aventura em primeira pessoa onde conduzimos Norah Everhart pela exuberante fauna do Tahiti. Ela é levada até lá por uma encomenda misteriosa, enviada por seu marido (Harry, simpático homenzinho meio Indiana Jones), o qual procura a cura para estranha doença que a está maltratando assim como levou à morte de sua mãe. Para seguir adiante, juntamos pedaços de pistas largadas por Harry e deciframos quebra-cabeças extremamente intuitivos e - digo mais - emotivos. Precisei de fotografias, papel e caneta para concluir alguns puzzles. Contudo, os finais (temos duas opções) foram gratificantes e as reais motivações por trás do pacote enviado por Harry à sua amada esposa conseguiram me causar surpresa.


Observation é jogo de ficção-científica baseado em exploração e resolução de quebra-cabeça. Contudo, bem diferente dos demais jogos por mim conhecidos, vez que conduzimos, durante toda a campanha, a inteligência artificial SAM (Systems Administration & Maintenance). O título do jogo é por demais emblemático. "Observation" é o nome da estação espacial ocupada por nós. E também possui relação com a mecânica do jogo, penso. É que, exceto por alguns momentos onde conduzimos esferas pela estação, quase todo o jogo é realizado mediante câmeras de observação. Essencialmente, como I.A., precisamos resolver os enigmas computacionais observando bastante ao nosso redor, acessando câmera por câmera de um mesmo ambiente.

Já perto de 70% de gameplay, percebi que o mote é uma quase fusão de 2001: Um Odisseia no Espaço e Solaris. O contato com a inteligência antiga e poderosa nos é mostrado desde o início, por meio do estranho monólito hexagonal. E o mote de Solaris é essencial ao desenrolar e conclusão de tudo. Aliás, lendo documentos do jogo, me deparei com um certo cientista chamado Stanislaw Leonov. Para mim, clara referência ao escritor polaco Stanisław Lem.


Morkredd despertou-me a atenção tão logo compreendi enredo e mecânica: controlar dois personagens ao mesmo tempo para que manipulem globo de luz durante toda a jornada, evitando que sombras geradas atinjam qualquer um dos protagonista. Nunca vi algo assim e não apenas a promessa era interessante, como o jogo em si também. Mesmo simples quanto à imersão, a jornada de conduzir luz às sombras consegue um final poético e apoteótico.

Os puzzles neste belíssimo joguinho norueguês são relativamente fáceis de resolver. A dificuldade está apenas na atenção e no tato com os controles, evitando a morte de um dos personagem (casal angelical?) pelas sombras. Aliás, aí residiu justamente o único problema do game: esse tato exigido. Durante toda a campanha, mesmo diletantes como eu capturam logo as manhas. No entanto, ao final, nos exigem bastante habilidade no controle, justamente nos últimos 2% finais. Joguei 98% do jogo com bom desempenho e empaquei logo no finalzinho, gastando quase uma hora para evoluir os últimos minutos antes da conclusão. Achei essa imposição de dificuldade bastante artificial e quase frustrante. Poderiam ter deixado o jogo difícil desde o início, para apenas os fodões se interessassem.

Jogar Deliver Us The Moon foi uma experiência bacana. Sabe quando você pensa: que bom poder ter experimentado isto? Foi minha sensação com este jogo de sobrevivência espacial, num futuro provável onde a Terra precisaria receber energia de material lunar, algo levemente parecido com o estupendo filme Lunar (2009). Seus maiores vilões serão limitações de oxigênio e quebra-cabeças agradáveis de ser decifrados. O final dramático conseguiu suavidade e fechou com classe uma bela trama.

Cito, para finalizar, o canadense Kona ("neve", no dialeto cree). Em primeira pessoa, encarnamos o detetive particular que, na década de 70', é contratado por multimilionário para solucionar casos simples de depredação. Chegando à pequena Manastan, cai a inesperada nevasca que praticamente nos cegará quando em trânsito e acharemos nada mais do que o cadáver de nosso contratante, na mercearia local. Explorando residências e estabelecimentos, não topamos com ninguém, colecionando pistas e itens necessários à jornada. Aos poucos, nos envolvemos numa trama sobrenatural. E, durante toda a jogatina, um incógnito narrador nos dará o clima de filme/seriado detetivesco de época.



Em resumo: o XBox Game Pass vem se mostrando ótimo serviço, ofertado a preço justo. E se mostrará quase essencial à nova geração de consoles, pois a tendência é a retirada do leitor ótico para reduzir custos e matar de vez a logística com discos, onde as fatias de lucro acabam sendo repartidas entre todos os envolvidos no processo de levar até suas mãos a mídia física. E, me parece, o XBox Series S (máquina mais acessível da nova geração, onde não há leitor) será o videogame mais vendido dos próximos anos. Além da opção de compra digital, ter algo para baixar e jogar - como "empréstimo" - a custo módico dentro de um extenso catálogo é sem dúvidas vantajoso. Os títulos mencionados neste post foram jogados em pouco mais de um mês inteiro. Ainda citaria o belíssimo e paradoxalmente tenebroso Maid of Sker, mas pretendo comentá-lo à parte.

Videogame é bom. Acredito realmente não haver como negar isso. Em diversos jogos, encontramos belíssimas narrativas, desafios inteligentes e diversão. São realizações que conseguem mexer conosco, nos arrebatando pela tal ressonância emocional. Em pouco tempo de gameplay, você encontra-se facilmente imerso naquele universo. Como estou próximo dos quarenta anos de idade e por vinte e três anos não pegava mais num controle, acredito piamente que áreas adormecidas de meu cérebro foram reativadas, após a estimulação dos jogos eletrônicos. Além disso tudo, não podemos desmerecer a realização humana por trás de tudo, desde grandes jogos "AAA" até os mais pequenos e despretensiosos.

Infelizmente, ter máquina parruda para jogar cabe a poucos. Há todo um mercado de PCs por aí, custando facilmente até R$ 50.000,00. Mas com um PC em torno de R$ 12.000,00, dizem, dá para jogar de tudo. Aí sobram os consoles: máquinas dedicadas. São opções mais em conta. No momento, temos PlayStation (Sony) e XBox (Microsoft) como melhor custo/benefício. Jogos novos para a atual geração custam em torno de R$ 300,00. E os consoles atuais você sequer encontra para venda, salvo em comerciantes de Mercado Livre ou o modesto XBox Series S nas magazines. No momento, estou na geração passada e não sairei dela tão cedo, pois não me vejo com condições financeiras para comprar os novos. E, claro, ainda posso usufruir toneladas de material "velho". Mas isso levanta grave questão: o elitismo dos jogos eletrônicos. Pobres não podem ter acesso a algo que lhes traga diversão e estímulos sensoriais saudáveis dentro de casa. Quantos garotos não ficariam em casa, nas favelas mais barra pesada, se possuíssem acesso a games? "Ah, eles podem ler livros etc.". Claro, mas não é tão simples e pensar apenas isso romantiza tudo.

A tributação sobre consoles e jogos é elevada. Quem conhece um pouco de tributação sabe que diversos impostos variam diante de sua essencialidade. E joguinhos são considerados supérfluos, coisa de gente rica. Concordo quanto a isto: para gente bem de vida, infelizmente. É coisa de gente rica porque o Estado assim deseja, simples assim. E, devido à pandemia de Covid 19, hardware está caríssimo! E quando se encarece algo já caro, ferrou.

Recentemente, vi uma entrevista com Antônio Fagundes onde ele revela como o PlayStation trouxe alegria à sua vida, perto de seus setenta anos de vida! O cara é rico, pode curtir o mundo (em tese) e é conhecido por ser leitor voraz. E então, velho e buscando algo novo para apenas entreter, descobriu jogos. Agora imagine algo assim entre pessoas pobres de mais idade. É uma opção segura e estimulante de lazer. Creio que não demorarão a associar o uso de jogos eletrônicos à prevenção de doenças mentais como a demência ou Alzheimer. Isso sem falar de depressão, que atinge todas as idades. Pelo que pesquisei superficialmente, algumas casas de repouso investem em jogos eletrônicos e estimulam os residentes a utilizá-los.

Recordo bem que, desde guri, tudo o que envolve videogame é caro; logo, restrito. Contudo, parece que esse problema vem se tornando maior. Ao menos, esta é minha impressão.

É isso. Este foi meu manifesto pró-games.

Abraços lúdicos e até a próxima.


9 comentários:

  1. Olá, Neófito. Como vão as coisas por aí?

    Primeiramente, gostaria de dizer que ví os vídeos que você colocou no Youtube sobre energia solar e plantação de árvores frutíferas. Achei bem legal. Creio que você conseguiria fazer uma série de posts com os temas dos vídeos, que são bem interessantes também.

    Quanto aos VG, não joguei nenhum desses jogos que você mencionou. Particularmente, faz muito tempo que não jogo nada nos consoles, priorizando meu PC, que montei parcialmente com esse objetivo.Ainda estou na geração anterior a sua, quando fui muito afoito e comprei praticamente todos os consoles (hoje não faço ideia do porque fiz isso, acho que esse é um pensamento recorrente na cabeça das pessoas, reavaliar escolhas e ações passadas, mesmo estas sendo imutáveis).

    Meu PC tem até que um bom hardware. Não se enquadra nesses pcs de R$20 k, mas chega em algo próx. de 1/3 disso. Montei pensando em uma máquina que pudesse servir para trabalhar, jogar e, também, como desculpa para aprender um pouco de hardware, me forçando a fazer pesquisa e aprender a montar o computador do zero. Já montei com peças boas, visando a longevidade, pois não costumo ficar dando upgrades recorrentes, assim, creio, no final terá valido a pena o gasto.

    Jogar sempre foi algo muito caro, creio. Consoles caros e jogos mais ainda, mas sempre demos um jeito de contornar isso. Quando eu era criança, comprávamos os consoles usados ou jogávamos em lan houses de video game, uma febre na época. Em minhas viagens ao Ceará vi que ainda existem dessas por lá, mas quase extintas. Também comprávamos jogos usados, que eram vendidos por toda a parte: Barracas de cds pirateados em praças, barraca do cds piratas na feira, portfólio secreto de pirataria nas próprias lojas de games originais (geralmente escondido de baixo da bancada kkk).

    Não acho que o preço seja o maior empecilho, tendo em vista que aqueles que quisessem poderiam ir por estes caminhos. Obviamente, montar uma máquina gamer poderosa ou comprar um console de última geração é algo caro, mas montar algo que seja suficiente para se divertir e passar o tempo não é tão caro assim.

    Acredito, piamente, que o maior problema são os próprios jovens. Estão crescendo muito rápido, indo em baladas mais cedo e tomando conhecimento de sua sexualidade quando ainda estão na fralda, praticamente. Quando eu era jovem, estava mais próximo do passado, estes jovens de hoje já estão no futuro. Nascem desde o berço com celulares, tablets e acesso a praticamente tudo em suas mãos, sem precisar saber como o negócio funciona por dentro, só apertando e avançando. Quando eu era um jovem mancebo, que jogava muito, não tinha muitas preocupações, não tinha necessidade de mostrar que existo para mais que 10 pessoas na escolinha, não tinha vontade aguda de meter em todos os buracos possíveis, pois ainda não sabia o que era isso e nem tinha acesso a toda a pornografia da web de hoje. Minha única preocupação, até chegar por volta de 13 anos, era jogar meu game e jogar bola na rua e, se possível, passar de ano na escola. O mundo não é mais assim, mas isso é outra história, que daria posts e mais posts de conversa sobre se é algo bom ou ruim.

    Abraços.

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    1. Olá, Matheus.

      Por aqui, tudo na santa paz, graças a Deus. Espero que por aí esteja tudo melhor ou então, ao menos, na mesma. Ando como o pai de uma amiga de faculdade, que detestava “novidades” na vida. Quando ligávamos para a casa dela, se ele atendesse e a gente perguntasse como estavam as coisas, respondia: “sem novidades, graças a Deus”.

      Fico feliz que tenha visto os vídeos e gostado. É algo descompromissado e não sei fazer vídeo. Mas aquilo é lúdico e talvez, dali, por acaso, alguém possa parar aqui no blogue. No YT há vários canais EXCELENTES sobre sobrevivencialismo. Certamente você conhece vários. Não é meu foco nem chego perto de caras que são especialistas. Mas, enfim… a gente vai “produzindo” e jogando lá, vez que o espaço é de graça.

      Recordo que você falou antes desse PC. Sempre gostei de PCs e suas palavras me lembraram dos upgrades que eu vivia dando na minha máquina, durante a faculdade. Falei disso certa vez num comentário, acho. Hoje, falta paciência para isso. E pelo que percebo, alguns jogos grandes, às vezes, dão problemas com alguma configuração no PC e lá vem encheção de saco para resolver conflitos etc. Mesmo caros, consoles ainda são baratos se comparados a PC e dão a garantia de que, dentro daquela geração, você jogará tudo sem precisar dar um up, como é o caso em computadores. Um dia pode ser que eu compre um computador “gamer”, os quais andam, igualmente, inacessíveis.

      As lans fecharam. Praticamente 100%. Se houver por aí nos rincões, é bem escondido. Nunca mais vi nenhumazinha. Com os smartphones, quase ninguém recorre a computadores. Percebo que, diante da necessidade de algo bem específico, algumas pessoas às vezes procuram copiadoras e papelarias, usam ali o PC rapidinho ou pedem ao atendente, e pronto. Recordo de uma pesquisa de 2018 onde as residências não possuíam mais computadores. Tenho um colega de trabalho que não tem computador e só o usa no trabalho! E é um cara na casa dos 30 anos de idade. Um amigo meu, com 45 anos de idade, me pediu no final do ano passado para comprar um PC para ele. Efetuei a compra pelo ML e ele pagou em boleto. O cara é bem de vida, usa PC no trabalho todos os dias (despachante de Dentran) e não tinha computador em casa.

      Percebo que, agora, tudo é feito se pensando em app. Há mais aplicativos para telefones do que portais, imagino, quando o assunto é resolver problemas. Esses dias notei que os apps de bancos (Brasil e Caixa) são mais práticos de acessar conteúdos do que os sites. Fora um monte de banco digital onde tudo via aplicativo.

      Uma curiosidade: mudei meu provedor de internet nesta virada de ano. Possuo um chromecast (nem sei mais porque ainda o uso) e resolvi reconfigurar para a nova rede. Antes, fiz pelo site. Quando acessei o site desta vez, só havia agora uma mensagem: necessário app Google Home etc.

      Para reconfigurar minha impressora, foi mais fácil pelo direct via celular do que tentando pelos programas baixados no site.

      A situação é meio essa...

      Certamente, há as vias gratuitas. Não sei como anda a pirataria de jogos modernos, imensos! Dizem que está chato para baixar etc. Mas ando mesmo por fora. Baixei tanto arquivo, em pedaços, na era da conexão discada. Hoje em dia, não baixo uma mp3! Paciência esgotou para isso.

      Sobre a mudança de comportamento de garotos, foi brusca. É bem como você expôs, sem tirar nem por. Eu tentava ver o lado positivo disso, especialmente quanto à facilidade do acesso à informação. Mas, hoje, só enxergo aspectos negativos: pessoas jovens mentalmente fodidas, perdidas na vida, excessivamente vaidosas e carentes de atenção social (redes sociais etc.). E o lado bom do acesso à informação? Elas não querem informação e a evolução dos microprocessadores e da banda larga só serviram para postar stories, status e tocar aquela pancadão escroto.

      Abraços e até a próxima!

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  2. Olá, Fabiano. Como você está? Espero que bem, dentro do possível.

    Deveras, o mar não anda para peixe. Pequenos negócios fecharam, outros ainda podem ir pelo mesmo caminho e pelo visto mesmo com vacina manterão o povo trancado e usando máscaras até o fim dos tempos. Afinal, ninguém se opõe. E isso tudo vem aumentando bastante os preços de bens e serviços. O que não aumenta, diminui em peso e quantidade. Basta observar que embalagens foram mais modificadas do que de costume, nos últimos meses: menos mililitros de óleo de cozinha, menos biscoitos etc. E, claro, tecnologia também aumentou bastante, ainda mais devido ao dólar.

    O meu é o X Box One S 1 TB (a versão “one” slim, menos parruda). É um console que deveria estar mais barato, se não fosse a pandemia. Hoje, está BEM mais caro do que quando comprei. Muita gente ainda compra este, ao invés do Series S (nova geração) devido ao leitor de ótico. A maioria ainda é bastante apegada a leitor de discos e compreendo isso perfeitamente. Para comprar o Series X (também nova geração) com leitor está quase impossível. Caro e você quase não vê à venda.

    A “pendhimia” (como diz a primeira dama do Estado de SP) veio para isso: pobres mais fodidos e ricos mais ricos. Não sou pobre (de acordo com o IBGE), mas a inflação também já está comendo minha renda.

    Acho que o jovem (hoje em dia, marmanjos são chamados de “jovens”), no geral, não querem nada com nada. Seja rico ou pobre, tanto faz. Ainda penso que, na classe média, há certo esforço para o velho “vencer na vida”, mas isso vem diminuindo. Todos querem viver o momento. Poucos leem e se dedicam a atividades solitárias. O negócio é balada, sexo, álcool, maconha e pó. E é para esses moleques que o mundo será entregue.

    Mas, claro, se os preços de produtos como Xbox e PS fossem mais acessíveis, ao menos teríamos a certeza de que os “jóvis da comunidade” não jogam mesmo porque não querem.

    Quanto a eventos “culturais”, sempre são capitaneados por panelinhas, pessoas desagradáveis e elitistas. Vemos isso nos quadrinhos, por exemplo. São pessoas fofas no discurso. Mas de alma podre. Vejo mundo esse meio “geek” como o BBB: gente boa de palavras vazias e corações duros.

    Espero que eu possa comprar ao menos um console com leitor, de nova geração, em breve. Mas apenas “espero”, pois não vejo como, mesmo.

    Abraços!

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  3. Ah, neste domingo eu ia ao shopping com minha filha. Iria comer uma pizza enquanto ela brincava naqueles parquinhos. Aí me disseram que não fôssemos, pois neste fds o Governador mandou fechar tudo devido ao coronga. Eu realmente não sabia. Mas imaginei logo na pizza não vendida e nos brinquedos não utilizados. É assustador! Se eu fosse dono de um empreendimento deste, perderia o sono.

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  4. Hoje é muito melhor. Não pude ter um carrinho de controle remoto. Muito caro! Tudo que era à pilha ou eletrônico nos anos 80 era caro. Master System ou Mega Drive na época do lançamento? Nem pensar. Hoje. Tem de tudo. Jogos indie. Jogos Android. Emuladores, consoles usados... até mesmo serviços como a STEAM e GOG revolucionaram as coisas. Em qualquer supermercado dá pra comprar créditos. A acessibilidade aos jogos nunca foi tão boa quanto hoje em dia. Eu só pude ter meu primeiro VG graças aos clones vendidos aqui. Um clone de Atari. Com o tempo e com a revolução digital, os videogames se consolidaram. Mas claro, em um país que não consegue resolver o problema de saneamento básico nas residências, obviamente vai ter problemas em outras áreas também.

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    1. Olá, Giovani.

      Quando comprei meu Xbox, achei justo o preço. Uma ótima máquina por 1700, com um controle e The Division 2 no HD. O problema maior, agora, penso, foi a pandemia. Os preços foram para o espaço. O câmbio é decisivo, mas políticas tributárias ajudariam, acaso jogos não fossem considerados “supérfluos”. O conceito de supérfluo poderia ser repensando, diante de algo que ajuda a saúde mental das pessoas etc.

      Quando amigos sentem saudades da infância ao ver uma propaganda de brinquedo da Estrela, recordo como eram caros. Apenas ricos tinham acesso. Hoje, você leva um guri às Americanas e lá há opções de qualidade para todos os bolsos. Fora que quase todo mundo tem um cartão de crédito.

      E os carros? Antes da abertura econômica, tínhamos carroças caras. Hoje, temos carros caros, mas melhores.
      Gibis em formatinhos também eram caros. Agora, você investe num tablet e pode ler tudo até de graça.

      Concordo contigo. Precisávamos de um cartucho para jogar. Atualmente, com uma plaquinha raspberry pi e um cartão SD, você tem às mãos milhares de jogos até o PS1, rodando lisinhos.

      Vi que você comentou a postagem sobre Alanis. Lembra-se como vinil, k7 original e CD eram caros? Fui bastante feliz, aos 16 anos, baixando de graça músicas em mp3 no emule e rodando no Winamp. E tudo numa coisa mágica chamada conexão discada.

      Eu preenchia uma lista na videolocadora para reservar VHS! E tínhamos que guardar dinheiro para essa aventura. Qualquer pessoa hoje acessa lançamentos via torrent ou de forma ainda mais prática, em sites com filmes on line e espelhando na TV.

      Sim, nestes termos, o acesso à informação, a evolução de microprocessadores, banda larga etc., nos deu bastante acesso a conteúdo digital para consumo. Assim como a maior abertura econômica também nos deu mais acesso a hardware, brinquedos e tanta coisa mais.

      Abraços!

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  5. acho que os pobres se viram com retrogames - PS2/PS3 continuam vivos e bem por aí
    sem falar em quem monta pcs e rodam jogos menos exigentes pro hardware

    12.000 num pc pra games não gastaria, talvez no máximo a metade desse valor

    existe um certo "complo" da industria de hardware com a de software fazendo com q pessoas gastem anualmente com hardware pra jogar as ultimas novidades

    no final, um console dedicado é ainda muito mais barato que um pc top pra games. com essa grana dá pra comprar um notebok básico + um console razoável de geração recente

    impressionante o ator global ter aderido

    abs!

    por outro lado são décadas de bibliotecas de jogos pra explorar - deve ter muita coisa low cost na emulação

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    1. Olá, Scant.

      A até o ps1, podem usar uma raspberry pi e ter bastante coisa à mão.

      Com seis mil reais, hoje, você não constrói muito em termos de PC gamer. É o que andei sondando... Mas posso estar errado. Aliás, pessoas que trabalham com arquitetura, engenharias etc., estão com problemas para comprar máquinas adequadas ao uso.

      Sim, insisto que consoles saem em conta. Até pq empresas como Sony e Microsoft trabalham no prejuízo durante uns anos, quando lançam consoles. O lucro vem depois.

      O cara vive mil vidas e não joga tudo!

      Abraços!

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  6. O objetivo é ficar em casa tomando vinho de vinte contos enquanto os filhos dos pobres emburrecem mais ainda. Simples assim. E são pessoas que só falam em "defesa da educação" e atenção aos menos favorecidos.

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