As coisas que Cecília fez é uma HQ simples, sem qualquer pretensão mirabolante, escrita e desenhada por Líber Paz. Produzida de forma independente, possui acabamento bacana (28,0 x 21,0 cm, canoa com grampos, papel tipo cuchê e capa cartonada) e era vendida on line por R$ 20,00 através de acesso ao blog do autor. No site, aliás, você pode conferir trechos desse gibi que aborda, entre tantas coisas, a instabilidade da adolescência, sexualidade, encontros e desencontros amoroso, as difíceis escolhas trazidas pela maturidade e os fantasmas que, por vezes, surgem de longe para nos assombrar.
Na trama, Cecília conhece Rodrigo. Está namorando com ele quando toma um repentino pé na bunda, na frente de um monte de gente. Instantes após, na mesma festa onde ocorre o "fora", ela é encontrada por Letícia, ex namorada de seu irmão. Cecília, bêbada, com receio da reação de seus pais, pede dormir na casa da antiga cunhada. E lá acontece: as duas dão uma e, antes de Letícia viajar para fora do País, passam dois dias juntas, em intensa paixão. Quinze anos depois, sem nenhum contato, elas se reencontram e Cecília reflete acerca de suas escolhas, dali para frente.
Na trama, Cecília conhece Rodrigo. Está namorando com ele quando toma um repentino pé na bunda, na frente de um monte de gente. Instantes após, na mesma festa onde ocorre o "fora", ela é encontrada por Letícia, ex namorada de seu irmão. Cecília, bêbada, com receio da reação de seus pais, pede dormir na casa da antiga cunhada. E lá acontece: as duas dão uma e, antes de Letícia viajar para fora do País, passam dois dias juntas, em intensa paixão. Quinze anos depois, sem nenhum contato, elas se reencontram e Cecília reflete acerca de suas escolhas, dali para frente.
Como falei no início, a história é simples. E talvez por isso seja boa. No entanto, o que mais me prenderam a atenção foram as referências a um meio de década de '90 perdida na memória. No epílogo com cara de dedicatória, o autor relembra seus amigos, com os quais conversava, caminhava na madrugada e que o ensinaram a fumar. Além disso, voltamos a estreia, nos cinemas, de filmes como Romeu e Julieta com Leonardo DiCaprio, garotos que ouviam Pearl Jam e Nirvana, o disco Mellon Collie and The Infinite Sadness, de Smashing Pumpkins (comprei o CD quanto tinha dezesseis anos, após juntar muito dinheiro) e o crescente gosto por arte em geral com o avanço da idade.
Um quadrinho bom para entreter sem burrice, e que desperta algumas emoções para aqueles que nasceram no início da década de '80 e, hoje, encaram os quase sempre crescentes desafios da vida madura. Recomendo. Como o próprio autor está comercializando, o exemplar chegou com dedicatória e uma ilustração. O único problema foi o transporte. Conquanto bem embalado, inclusive com papelão para dar "suporte" ao envelope, a HQ chegou meio amassada.
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