O vídeo acima é interessante. Foi elaborado sobre trecho da palestra do escritor David Foster Wallace numa colação de grau da turma de 2005 da Kenyon College. O áudio é do próprio autor. Infelizmente, não há vídeo do discurso. DFW tornou-se mundialmente famoso, creio, após a publicação de seu calhamaço Graça Infinita (comprei, mas confesso que me arrependi pelo péssimo trabalho da Companhia das Letras, em publicar algo tão volumoso em letras miúdas e quase sem margens e espaçamento, quando poderia ter dividido tudo em dois tomos numa caixa). O autor tornou-se ainda mais notório após seu suicídio por enforcamento.
Várias obras me ajudaram a tentar encarar a vida com menos ira; a deixar tudo para lá e a viver um dia de cada vez. A dizer para mim mesmo: "Tudo bem, depois passa". Após um tempo, às vezes, um comportamento assim pode beirar ao desleixo e nos trazer ainda mais problemas do que já temos. Mas, no geral, é uma posição que me ajudou a aliviar a mente e o coração, tentando encontrar paz em mim mesmo diante de milhares de contratempos. É algo que me serviu, ao menos, para afugentar a ira cotidiana e manter o espírito mais leve. Sem dúvidas, o que mais me ajudou nesta empreitada foi a leitura de O Jogo das Contas de Vidro, de Hermann Hesse. Só que, em torno de dez minutos, DFW conseguiu nos dar uma lição similar, mais aplicada aos dilemas do dia a dia moderno.
Já o vídeo abaixo é apenas para entreter. Adoro essa cena de Beleza Americana e sou fã das composições de Thomas Newman, cada vez mais surpreendentes. Além disso, a mensagem final do filme tem muito a ver com esta postagem: uma lição de gratidão por cada minuto de nossa vidinha idiota.
É isso. Abraço a todos.